Fórum Econômico Mundial

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A abertura oficial do 13º Fórum Econômico Mundial da América Latina – evento realizado de 14 a 15 de março reunindo mais de 700 líderes ligados a empresas, governos e membros da sociedade civil – contou, na manhã de quarta-feira, em São Paulo, com a participação do diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fernando Landgraf, a convite do Governo do Estado de São Paulo. Ressaltaram-se a tecnologia e a inovação como fatores importantes para a modernização das economias regionais, o aumento da produtividade e o progresso econômico para todos. 

Com o tema ‘América Latina no Ponto de Inflexão: Criando uma Nova Narrativa’, o encontro pretende aproveitar o movimento para ajudar a criar um novo enfoque, baseado na riqueza de recursos humanos e naturais que a região apresenta. Inclui também tecnologia e inovação, que serão fatores importantes para a modernização das economias regionais, o aumento da produtividade e o progresso econômico para todos.

FATOR TECNOLÓGICO – A ênfase no aspecto tecnológico para o progresso regional potencializou a participação de instituições de pesquisa, como o IPT. O Instituto concentrou-se no tema da manufatura aditiva: segundo Landgraf, centenas de pessoas estão discutindo os desafios para a América Latina: “Predominam temas ligados à quarta revolução industrial.” Ele destacou a fala do ministro Gilberto Kassab (MCTIC) sobre recursos para pesquisa, reconhecendo a “falta de resiliência do financiamento governamental no Brasil”, apesar dos fundos setoriais. Para o ministro, no entanto, “infelizmente esses recursos têm sido sistematicamente contingenciados”.

Landgraf também participou da sessão de abertura do fórum, que teve a presença de autoridades como o governador Geraldo Alckmin, o presidente Michel Temer, o prefeito João Doria, o criador do Fórum Klaus Schwab e Pelé. Participou de diversas sessões e apresentações técnicas, mantendo ainda encontros com empresários como Rubens Ometto, da Raízen, e Antonio Martins, presidente de IBM Brasil.

Para otimizar sua participação no fórum, o IPT realizou um workshop sobre o tema no dia 13 de março, em seu campus na capital, com a presença de representantes de instituições de pesquisas, empresas, agências de fomento e governo. O evento foi organizado conjuntamente com o Instituto Renato Archer, de Campinas, representado pelo pesquisador Jorge Lopes da Silva.

PASSO A PASSO – Segundo João Batista Ferreira Neto, pesquisador do IPT, a ideia do workshop surgiu de um encontro com a Gerdau, que estruturou um grupo para prospectar oportunidades em manufatura aditiva.
Ênfase no aspecto tecnológico para o progresso regional potencializou a participação de instituições de pesquisa, como o IPT.
Ênfase no aspecto tecnológico para o progresso regional potencializou a participação de instituições de pesquisa, como o IPT.
“As visões dos três setores que envolvem instituições científicas e tecnológicas, indústrias e agências de fomento apontaram o crescimento da manufatura aditiva em diversos setores de ponta como aeroespacial, automobilístico, energia, medicina, óleo e gás, entre outros. São desafios que ainda não estão no nosso mapa, como em outros países, para o desenvolvimento de novos materiais e produtos, apesar das linhas de financiamento que temos de órgãos como Fapesp, BNDES e MCTIC.”

Para ele, existem grandes desafios em matérias-primas, como é o caso da qualidade de pós, campo em que o IPT mantém foco: “Há custos substanciais para uma tecnologia mais abrangente visando qualidade em dispositivos produzidos por manufatura aditiva, tais como especificações de mercado, padronização e certificação, especialmente na área médica, ensino e treinamento, já que a área é nova e não está presente na maioria dos cursos universitários, sendo a USP São Carlos uma exceção.”

O pesquisador enfatizou ainda o papel da Weme, uma aceleradora de startups focada em ecossistemas, empreendedorismo e inovação. “Nossa lição de casa é articular melhor a manufatura aditiva no País, dentro da manufatura avançada que se insere no contexto da indústria 4.0. Temos massa crítica de empresas que trabalham com manufatura aditiva como Braskem, Embraer e Gerdau, esta última do lado das matérias-primas. Cabe ao governo, instituições de pesquisa e empresas promoverem a necessária articulação.”

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