Parceiro de inovação

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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) recebeu da empresa de cosméticos Natura o prêmio Parceiro de Tecnologia de 2015, que faz parte do reconhecimento dos melhores parceiros de inovação do ano – o iQLICAR. A premiação iQLICAR ocorre no âmbito do Programa Corporativo QLICAR, que avalia e reconhece a performance dos fornecedores da empresa, levando em conta pilares como qualidade, inovação, atendimento e relacionamento.

IPT recebe da Natura prêmio de Parceiro de Tecnologia de 2015
IPT recebe da Natura prêmio de Parceiro de Tecnologia de 2015
A parceria entre IPT e Natura em pesquisa e desenvolvimento ocorre há alguns anos em diferentes áreas, a exemplo do projeto cooperativo em nanotecnologia que envolveu a Natura e mais três empresas de cosméticos em um modelo inédito de compartilhamento de tecnologia. O prêmio iQLICAR valoriza essa interação, sendo resultado direto de projeto em parceria que buscou o desenvolvimento de uma substância tensoativa produzida a partir de resíduos de plantas da região amazônica, finalizado em 2015 (detalhes abaixo). 

O diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, recebeu o prêmio das mãos do vice-presidente de inovação da Natura, Gerson Valença Pinto, em encontro realizado na sede da empresa. Também estiveram presentes o diretor de Pesquisa da Natura, Daniel Gonzaga, e o diretor do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT, Adriano Marim de Oliveira, além de pesquisadores de ambas instituições.

“Sozinho não se faz nada. Não temos todas as competências, recursos e conhecimento, o que complementamos com parcerias. Temos crença na complementariedade de competências”, declarou o vice-presidente de inovação sobre a importância do apoio do IPT no desenvolvimento da Natura. “Este é o momento de celebração de uma parceria que a empresa só quer que se expanda”.

De acordo com Gonzaga, ganhou pontos na premiação a flexibilidade do Instituto em ajustar rotas durante o projeto que, devido a sua complexidade, exige revisões. “Parceiros como o IPT dão muito prazer em trabalhar porque estão olhando na mesma direção, querem ver esse produto disponibilizado lá na frente”.

A admiração e o reconhecimento são recíprocos entre os dois parceiros. “O reconhecimento é mútuo. A possibilidade de ter um parceiro como a Natura é muito especial. Uma das características mais importantes nesse tipo de projeto é o desafio de buscar compreender o que quer o cliente em um desenvolvimento. Não é uma tarefa fácil, porque a solução não está pronta”, afirma Landgraf. “Ver que estamos tendo sucesso é uma satisfação e a certeza de que devemos continuar apostando”.

PROJETO – Em maio de 2013 teve início entre a Natura e o IPT um projeto desenvolvido no âmbito da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) que buscava produzir uma substância tensoativa. O objetivo da Natura era transformar em insumo de aplicação cosmética um resíduo que estava sendo descartado em aterro, permitindo assim o encerramento de sua cadeia produtiva com elevado grau de sustentabilidade.

Patricia Leo, pesquisadora do Laboratório de Biotecnologia Industrial e coordenadora do projeto pelo IPT, explica que a molécula tensoativa é responsável por modificar a tensão superficial do líquido no qual está dissolvida, podendo oferecer uma série de atributos a um produto, como intensificar sua capacidade emulsificante ou de espumação. A opção mais comum é pelo tensoativo químico. “O caráter inovador do projeto está na produção de um tensoativo de rota biotecnológica a partir de resíduos de plantas oleaginosas da região amazônica. As vantagens do tensoativo biotecnológico são, entre outras, a menor toxicidade e o fato de ser ecologicamente mais aceito devido a sua biodegradabilidade no meio”.
Ensaio de segurança in vitro de biotensoativo produzido no projeto de parceria entre IPT e Natura - Crédito: Edi Carlos Sousa
Ensaio de segurança in vitro de biotensoativo produzido no projeto de parceria entre IPT e Natura – Crédito: Edi Carlos Sousa


O trabalho do IPT no projeto foi testar resíduos de maneira a avaliar o potencial das bactérias de consumo dos resíduos e produção da molécula tensoativa. O laboratório do Instituto analisou nove linhagens de bactérias selecionadas pela equipe em diferentes combinações com quatro resíduos enviados pela Natura. Feita a triagem de microrganismos e resíduos, foram avaliadas as propriedades do produto gerado e selecionada a melhor combinação para a produção em biorreator de lotes de produto para análise de seu desempenho e toxicidade in vitro, com resultados promissores.

Finalizado em julho de 2015, o projeto utilizou diversas metodologias de análises e testes de eficácia e segurança, que indicaram para a Natura qual dos resíduos oferecia o melhor potencial para geração do produto e as melhores aplicações do biotensoativo produzido em parceria. Para Noemi Vieira, pesquisadora da Natura que integrou a equipe, o projeto tem forte conexão com o propósito da empresa. “A Natura é comprometida com a questão socioambiental. Usar resíduos da Amazônia para produzir outros insumos é, para nós, um ciclo que se fecha. O próximo passo é entender como aplicar isso em um produto cosmético e ver as pessoas usando esse produto”.

Para o IPT, o projeto foi desafiador em diversos sentidos. “Na parte técnica, tivemos avanços importantes, como o controle no biorreator das melhores condições de produção. Do ponto de vista institucional, foi um desafio atender uma empresa referência como a Natura, mundialmente conhecida pelo padrão de excelência e perfil inovador. Termos sido reconhecidos com a premiação é, para a equipe do laboratório, a coroação de um trabalho que trouxe aprendizado e nos deixa bastante realizados”, finaliza Patricia.

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