Mobilidade urbana

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Um fórum de trocas de experiências em mobilidade urbana sustentável, promovido pelo projeto europeu de cooperação internacional Viajeo Plus, foi realizado no dia 25 de março, no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O evento, que buscou facilitar o intercâmbio de informações sobre transportes urbanos entre América Latina e Europa, integra um objetivo maior do consórcio, que é identificar potenciais alvos de cooperação futura entre as nações em atividades de P&D.

A mesa de abertura contou com a presença do diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, e do secretário municipal de Transportes de São Paulo, José Evaldo Gonçalo, além do representante do Instituto Brasileiro de Estudos Brasil-Europa (IBE), Moacyr Martucci, e da coordenadora do projeto Viajeo Plus, Manuela Flachi.
Implementação de mobilidade elétrica no Brasil foi o tema da apresentação de Silvia Barcik, da Renault
Implementação de mobilidade elétrica no Brasil foi o tema da apresentação de Silvia Barcik, da Renault
No evento, foram levantadas questões consideradas mundialmente importantes para o planejamento de mobilidade urbana, como o conceito de smart city, segundo o qual as cidades devem se estruturar por meio do desenvolvimento de tecnologias de comunicação e informação, além da disseminação e otimização do uso dos transportes públicos e o investimento em soluções sustentáveis de transporte individual, como os veículos elétricos.

Alessandro Santiago, pesquisador do Centro de Tecnologia da Informação, Automação e Mobilidade do IPT e integrante do projeto Viajeo Plus, ressaltou a importância da troca de experiências entre América Latina e Comunidade Europeia para o Instituto: "Isso nos ajuda a entender o que está acontecendo no mundo em termos de soluções inovadoras em transportes. O maior objetivo do projeto é conseguirmos contribuir e procurar entender exatamente os problemas mundiais, e como eles são tratados em áreas mais desenvolvidas".

O encontro no IPT, único membro brasileiro e representante da América Latina no consórcio, fez parte do terceiro dia de visitas dos membros e parceiros do projeto ao Brasil. Nos dois dias anteriores, os participantes realizaram uma série de atividades no Rio de Janeiro e em São Paulo, conhecendo o funcionamento de soluções de mobilidade urbana brasileiras, como o Bus Rapid Transit (BRT), inteirando-se das políticas de transportes em alguns municípios do país e compartilhando a realidade de cidades do exterior, como México e Madri.

Apesar de o consórcio tratar de sustentabilidade, Santiago destacou que, diferente da realidade europeia, na qual a questão é vista como ponto principal no desenvolvimento dos transportes, as cidades brasileiras necessitam de soluções que visem sanar problemas operacionais e de eficiência. Elas se dariam por meio da implementação de boas práticas de mobilidade urbana e tendo como fator integrante, mas ainda incipiente, a questão da sustentabilidade. "Com relação às boas práticas, o IPT representa o lado brasileiro, identificando-as no Brasil e compartilhando-as com os europeus. Aqui identificamos o teleférico, o transporte a cabo, a questão do BRT e das ciclovias, além da questão das faixas exclusivas e sua implementação em São Paulo que, apesar dos problemas, trouxeram algumas vantagens", exemplificou o pesquisador.

Santiago ressaltou ainda que o IPT pode trabalhar em diversas vertentes para colaborar com o desenvolvimento dos transportes urbanos, desde a homologação de equipamentos eletrônicos em transportes públicos, por exemplo, até o planejamento da infraestrutura adequada às cidades.

Em relação à troca de experiências, para Santiago, não há muitas diferenças do ponto de vista tecnológico entre a Europa e o Brasil na questão dos transportes. Há, segundo o pesquisador, uma visão mais madura de gestão por parte dos europeus: "Os projetos de médio e longo prazos são mais fáceis de ocorrer [na Europa] porque já existe uma maturidade para entender que a questão dos transportes é um problema de todos, independente de transições políticas e problemas naturais que todos os países têm. No Brasil, ainda estamos aprendendo isso, sabemos que existe a cada transição uma troca de paradigma e precisamos nos readaptar a isso."​

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