Bolsistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) apresentaram resultados de seus trabalhos durante o 1º Seminário Novos Talentos, realizado no campus da instituição no dia 12 de março. O diretor-presidente Fernando Landgraf deixou clara a importância do programa e colocou uma dose de responsabilidade a mais aos estudantes que integram o projeto: “Nosso sonho é que do trabalho de vocês surja mais inovação, seja na forma de patente, de ensaios ou de serviços para o setor privado e para os órgãos públicos”.
O programa coordenado pela diretoria de inovação do IPT apoia atividades de pesquisa e desenvolvimento de estudantes de mestrado e doutorado, além de projetos de pós-doutoramento, em temas científicos e tecnológicos de interesse do Instituto. Atualmente em seu segundo edital, o programa conta com 32 bolsistas, sendo 12 de mestrado, 11 de doutorado e nove de pós-doutorado.
A confiança de Landgraf no programa tem motivo certo, já que a parceria com a universidade é um dos caminhos para se alcançar a inovação: “O ‘Novos Talentos’ é parte fundamental do esforço do IPT em atingir sua meta de chegar a 2018 com 40% de sua receita oriunda da inovação, pois, entre outas coisas, estabelece intensa relação com a universidade”.
Em suas apresentações, os estudantes destacaram o apoio do IPT para o desenvolvimento de seus projetos, tanto pela orientação dos pesquisadores da instituição e pelo ambiente colaborativo, que propicia o intercâmbio de ideias, quanto pelo acesso aos laboratórios e aos equipamentos do IPT. “Tenho acesso a tudo o que é possível dentro da instituição”, ressaltou a bolsista de pós-doutorado Cristiane Ottoni.
As cinco pesquisas apresentadas atendem a distintas áreas e dão mostras da diversidade do programa, além de estarem conectadas, ainda que indiretamente, a demandas urgentes da sociedade, como o maior aproveitamento energético e a recuperação da água em processos industriais.
USINAGEM E MEIO AMBIENTE – Na primeira exposição do evento o estudante de mestrado da Unimep Tiago Picarelli apresentou os resultados de sua investigação, intitulada ‘Microfresagem: estudo e aplicação do processo’, que no IPT é coorientada pela pesquisadora Luciana Ramos, do Laboratório de Micromanufatura. Campo de pesquisa recente no Brasil, a microfresagem envolve a usinagem dos menores componentes utilizados na fabricação moderna, muito demandados pelos setores da indústria eletrônica, automotiva e biotecnológica. A pesquisa objetiva realizar ensaios de microfresamento para verificar a influência de alguns parâmetros de corte na rugosidade superficial das peças usinadas, e já proporcionou ganhos tanto ao estudante quanto ao IPT, como o início de parcerias com a própria Unimep e com o IWF de Berlim.
A pesquisa do mestrando da UFSCar Ary Rodrigues Alves Netto, ‘Melhorias no desempenho energético de edifícios com sistema não convencional de iluminação natural’, está sob a coorientação da pesquisadora Maria Akutsu, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído. Motivado pelo dado de que até 2023 haverá um aumento de 5,5% de consumo de energia elétrica ao ano, Alves Netto busca avaliar experimentalmente o desempenho da prateleira de luz, a fim de estimar o potencial de economia de energia que ela pode proporcionar. Instalada na parte interna ou externa do edifício, a prateleira reflete a luz natural, levando luminosidade a uma profundidade maior do ambiente. Os resultados, a partir de estudo de caso em dois ambientes distintos, mostram que o potencial médio de economia de energia elétrica pode chegar a 40%. “O conhecimento técnico dos pesquisadores do IPT e os equipamentos e softwares disponibilizados foram fundamentais para o bom andamento da pesquisa”, afirma o estudante, que defende ainda em 2015 seu mestrado.
A doutoranda da Escola Politécnica da USP, Tatiana Scarazzato, desenvolve seu trabalho no IPT com coorientação da pesquisadora Zehbour Panossian, diretora de inovação do Instituto, e tem como cenário o alto consumo de água na indústria de eletrodeposição, sobretudo nos processos de lavagem. Seu objetivo é avaliar um processo de separação por membranas para a recuperação de insumos e de água, utilizando para isso a técnica de eletrodiálise, a partir do estudo de diferentes membranas de troca iônica. Intitulado ‘Tratamento de efluentes de banhos de eletrodeposição isentos de cianeto por eletrodiálise visando à recuperação de água e insumos’, o trabalho teve início em fevereiro de 2014 e vem contando com a estrutura do IPT para seu desenvolvimento, como no uso do analisador de impedância e do potenciostato/galvanostato. Em maio de 2015, Tatiana dará continuidade a sua pesquisa na Universitat Politècnica de València, ampliando a rede de parcerias com outras instituições de ensino.
Sob a coorientação do pesquisador Alfredo Eduardo Maiorano, do IPT, o trabalho de pós-doutorado da química Cristiane Ottoni, ‘Valorização da vinhaça’, tem como principal objetivo estudar a redução da carga orgânica desse resíduo, utilizando uma Célula a Combustível Microbiana (CCM). Esta tecnologia promove simultaneamente o biotratamento de resíduos e a produção de energia elétrica, sendo ambientalmente sustentável. Como cenário da pesquisa, vale lembrar que para cada litro de etanol, 13 litros de vinhaça são gerados, e que este resíduo, quando descartado em solo ou em água, pode gerar contaminação. Um modelo de CCM para os experimentos já foi elaborado, de maneira que, entre os próximos passos, está a avaliação do desempenho da CCM com vinhaça sintética e, posteriormente, com a própria vinhaça. Este projeto envolve, além do IPT, instituições como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e a Universidade de Lisboa.
CONFORTO NAS CABINES DE AVIÃO – A arquiteta Clélia Mendonça de Moraes desenvolve em seu pós-doutoramento a pesquisa ‘Processo automatizado para simulação de conforto e estudo computacional do microambiente pessoal em cabines de aeronaves’, que abrange a análise de um amplo conjunto de condições (poltrona, circulação de ar e conforto ambiental) que impactam na comodidade e na saúde do usuário de aeronaves. Sob coorientação do diretor Fulvio Vittorino, também do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, o desafio do projeto se deve à peculiar geometria da cabine, a exemplo dos reduzidos espaços entre as poltronas, que podem propiciar doenças como a trombose, e ao fato das pessoas respirarem o mesmo ar, gerando contaminações diversas. A proposta caminha para uma circulação personalizada de ar e para a construção de poltronas também personalizadas, que atendam diferentes públicos, como crianças, idosos e deficientes.
O programa coordenado pela diretoria de inovação do IPT apoia atividades de pesquisa e desenvolvimento de estudantes de mestrado e doutorado, além de projetos de pós-doutoramento, em temas científicos e tecnológicos de interesse do Instituto. Atualmente em seu segundo edital, o programa conta com 32 bolsistas, sendo 12 de mestrado, 11 de doutorado e nove de pós-doutorado.
A confiança de Landgraf no programa tem motivo certo, já que a parceria com a universidade é um dos caminhos para se alcançar a inovação: “O ‘Novos Talentos’ é parte fundamental do esforço do IPT em atingir sua meta de chegar a 2018 com 40% de sua receita oriunda da inovação, pois, entre outas coisas, estabelece intensa relação com a universidade”.
Em suas apresentações, os estudantes destacaram o apoio do IPT para o desenvolvimento de seus projetos, tanto pela orientação dos pesquisadores da instituição e pelo ambiente colaborativo, que propicia o intercâmbio de ideias, quanto pelo acesso aos laboratórios e aos equipamentos do IPT. “Tenho acesso a tudo o que é possível dentro da instituição”, ressaltou a bolsista de pós-doutorado Cristiane Ottoni.
As cinco pesquisas apresentadas atendem a distintas áreas e dão mostras da diversidade do programa, além de estarem conectadas, ainda que indiretamente, a demandas urgentes da sociedade, como o maior aproveitamento energético e a recuperação da água em processos industriais.
USINAGEM E MEIO AMBIENTE – Na primeira exposição do evento o estudante de mestrado da Unimep Tiago Picarelli apresentou os resultados de sua investigação, intitulada ‘Microfresagem: estudo e aplicação do processo’, que no IPT é coorientada pela pesquisadora Luciana Ramos, do Laboratório de Micromanufatura. Campo de pesquisa recente no Brasil, a microfresagem envolve a usinagem dos menores componentes utilizados na fabricação moderna, muito demandados pelos setores da indústria eletrônica, automotiva e biotecnológica. A pesquisa objetiva realizar ensaios de microfresamento para verificar a influência de alguns parâmetros de corte na rugosidade superficial das peças usinadas, e já proporcionou ganhos tanto ao estudante quanto ao IPT, como o início de parcerias com a própria Unimep e com o IWF de Berlim.
A pesquisa do mestrando da UFSCar Ary Rodrigues Alves Netto, ‘Melhorias no desempenho energético de edifícios com sistema não convencional de iluminação natural’, está sob a coorientação da pesquisadora Maria Akutsu, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído. Motivado pelo dado de que até 2023 haverá um aumento de 5,5% de consumo de energia elétrica ao ano, Alves Netto busca avaliar experimentalmente o desempenho da prateleira de luz, a fim de estimar o potencial de economia de energia que ela pode proporcionar. Instalada na parte interna ou externa do edifício, a prateleira reflete a luz natural, levando luminosidade a uma profundidade maior do ambiente. Os resultados, a partir de estudo de caso em dois ambientes distintos, mostram que o potencial médio de economia de energia elétrica pode chegar a 40%. “O conhecimento técnico dos pesquisadores do IPT e os equipamentos e softwares disponibilizados foram fundamentais para o bom andamento da pesquisa”, afirma o estudante, que defende ainda em 2015 seu mestrado.
A doutoranda da Escola Politécnica da USP, Tatiana Scarazzato, desenvolve seu trabalho no IPT com coorientação da pesquisadora Zehbour Panossian, diretora de inovação do Instituto, e tem como cenário o alto consumo de água na indústria de eletrodeposição, sobretudo nos processos de lavagem. Seu objetivo é avaliar um processo de separação por membranas para a recuperação de insumos e de água, utilizando para isso a técnica de eletrodiálise, a partir do estudo de diferentes membranas de troca iônica. Intitulado ‘Tratamento de efluentes de banhos de eletrodeposição isentos de cianeto por eletrodiálise visando à recuperação de água e insumos’, o trabalho teve início em fevereiro de 2014 e vem contando com a estrutura do IPT para seu desenvolvimento, como no uso do analisador de impedância e do potenciostato/galvanostato. Em maio de 2015, Tatiana dará continuidade a sua pesquisa na Universitat Politècnica de València, ampliando a rede de parcerias com outras instituições de ensino.
Sob a coorientação do pesquisador Alfredo Eduardo Maiorano, do IPT, o trabalho de pós-doutorado da química Cristiane Ottoni, ‘Valorização da vinhaça’, tem como principal objetivo estudar a redução da carga orgânica desse resíduo, utilizando uma Célula a Combustível Microbiana (CCM). Esta tecnologia promove simultaneamente o biotratamento de resíduos e a produção de energia elétrica, sendo ambientalmente sustentável. Como cenário da pesquisa, vale lembrar que para cada litro de etanol, 13 litros de vinhaça são gerados, e que este resíduo, quando descartado em solo ou em água, pode gerar contaminação. Um modelo de CCM para os experimentos já foi elaborado, de maneira que, entre os próximos passos, está a avaliação do desempenho da CCM com vinhaça sintética e, posteriormente, com a própria vinhaça. Este projeto envolve, além do IPT, instituições como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e a Universidade de Lisboa.
CONFORTO NAS CABINES DE AVIÃO – A arquiteta Clélia Mendonça de Moraes desenvolve em seu pós-doutoramento a pesquisa ‘Processo automatizado para simulação de conforto e estudo computacional do microambiente pessoal em cabines de aeronaves’, que abrange a análise de um amplo conjunto de condições (poltrona, circulação de ar e conforto ambiental) que impactam na comodidade e na saúde do usuário de aeronaves. Sob coorientação do diretor Fulvio Vittorino, também do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, o desafio do projeto se deve à peculiar geometria da cabine, a exemplo dos reduzidos espaços entre as poltronas, que podem propiciar doenças como a trombose, e ao fato das pessoas respirarem o mesmo ar, gerando contaminações diversas. A proposta caminha para uma circulação personalizada de ar e para a construção de poltronas também personalizadas, que atendam diferentes públicos, como crianças, idosos e deficientes.