Bolsista de doutorado no projeto executado pelo IPT de desenvolvimento e validação de tecnologias para remediação de solo e água subterrânea contaminados com organoclorados, finalizado em 2013, Aline Ramos da Silva visitou o núcleo de Bionanomanufatura do instituto na terça-feira, 16 de dezembro, para falar sobre o seu pós-doc na empresa Bioclear, em Groningen, na Holanda. Aline participa do projeto denominado NORA, de Nitrous Oxide Research Alliance, que é uma iniciativa da Marie Curie Actions e visa à diminuição das emissões de óxido nitroso, o N2O, um gás do efeito estufa. O projeto recebe investimentos do FP7, principal instrumento da Comunidade Europeia para financiar projetos de pesquisa e desenvolvimento.
Aline trabalhou durante dois anos e meio no Instituto com biorremediação de solos contaminados por organoclorados. “O IPT tem um nome muito importante para o meu currículo e me ajudou muito com as colaborações que recebi depois do doutorado feito aqui”, declarou ela. Após esse período, ela ficou onze meses na Holanda finalizando o doutorado. Em seguida, retornou ao Brasil para defender sua tese, foi aprovada e então selecionada para o pós-doc na Bioclear.
A Bioclear trabalha na área de biorremediação principalmente de solos e águas subterrâneas. A empresa foi fundada em 1988, conta com 35 funcionários e foca em soluções inovadoras de meio ambiente e sustentabilidade. Sua missão está dividida em três atividades principais: na divisão Clean são realizados trabalhos como tratamento de solo, água e identificação de riscos ecológicos e ambientais; na frente Sustainable, o enfoque está em bioenergia, reciclagem de lixo e materiais, e a área Safe envolve a identificação de patógenos e biocorrosão.
A participação de Aline no projeto NORA ocorre em uma parceria da Bioclear com as também holandesas Delft University of Technology e a empresa Paques: “Dentro do projeto, nós realizamos as chamadas análises metagenômicas de todos os componentes de DNA e RNA dentro das amostras de solo. Meu foco é a remoção de nitrogênio, ou seja, a reciclagem do nutriente”.
Iniciado em janeiro de 2013, o projeto conta com nove alunos de doutorado e três de pós-doutorado. O objetivo dos estudantes é melhorar a remoção de nitrogênio pelo ciclo de gás nitrogênio (N2) e evitar a produção do N2O. O objetivo de evitar o óxido nitroso é pelo fato de seu potencial de aquecimento global ser cerca de 300 vezes maior do que o dióxido de carbono.
Para inovar as plantas de tratamento de água e evitar as emissões de N2O, a empresa Paques (em estreita colaboração com a Delft University Technology) desenvolveu e patenteou o processo Anammox em larga escala, abreviação de Anaerobic Ammonium Oxidation – um processo que acontece naturalmente nas águas dos oceanos, em que os microorganismos conseguem converter a amônia juntamente com o nitrito diretamente em gás nitrogênio.
“A Paques é uma das empresas que trabalha com grandes reatores e com o tratamento de água executando esse processo; em principio, não deveria ocorrer produção do N2O, mas checamos os reatores e observamos alguma produção de óxido nitroso, então começamos a estudar as emissões de N2O e se elas refletiriam em nível de DNA e RNA.”, afirmou Aline.
Aline avalia como o óxido nitroso é formado dentro das plantas de tratamento de água e como podem ser reduzidas as emissões. Está em estudos a quantidade de N2O que está sendo emitida, porque a maioria das plantas ainda não foi medida: “Não é possível saber ainda se a concentração é aceitável ou não, e quais os riscos no processo e dentro dos reatores em que se utiliza o processo Anammox, ou seja, a quantidade crítica de emissão”, afirma ela. Também dentro do projeto o interesse é descobrir se, quando o reator está em uma fase estável, a produção de óxido nitroso é menor e, quando ele estiver instável, a produção é maior.
A Bioclear ainda recebe amostras de dois tipos de reatores, uma de equipamentos de grande escala da Paques e outra de reatores de pequena escala instalados na Delft University of Technology. Quando os pesquisadores recebem as amostras, extrações de DNA e RNA são feitas. O RNA é mandado para sequenciamento e, quando os pesquisadores obtêm as informações, elas são passadas por um filtro de qualidade, traduzidas as sequências em proteínas e, com um software desenvolvido pela Bioclear, é possível alinhar os resultados e identificar as espécies relevantes no reator e genes presentes. A partir disso, é possível quantificar os genes e micro-organismos envolvidos no ciclo do nitrogênio e comparar diferentes tratamentos e reatores.
Ao final da palestra, Aline destacou as linhas de estudos interessantes para o Brasil a partir de seu trabalho realizado na Europa. “Além da especialização da biorremediação que ainda é incipiente no País, acredito que as pesquisas sobre tratamento de água são importantes, em razão da crise hídrica vivida hoje na Região Sudeste e pela quantidade de rios contaminados que poderiam servir como fontes de abastecimento de água.”
Aline trabalhou durante dois anos e meio no Instituto com biorremediação de solos contaminados por organoclorados. “O IPT tem um nome muito importante para o meu currículo e me ajudou muito com as colaborações que recebi depois do doutorado feito aqui”, declarou ela. Após esse período, ela ficou onze meses na Holanda finalizando o doutorado. Em seguida, retornou ao Brasil para defender sua tese, foi aprovada e então selecionada para o pós-doc na Bioclear.
A Bioclear trabalha na área de biorremediação principalmente de solos e águas subterrâneas. A empresa foi fundada em 1988, conta com 35 funcionários e foca em soluções inovadoras de meio ambiente e sustentabilidade. Sua missão está dividida em três atividades principais: na divisão Clean são realizados trabalhos como tratamento de solo, água e identificação de riscos ecológicos e ambientais; na frente Sustainable, o enfoque está em bioenergia, reciclagem de lixo e materiais, e a área Safe envolve a identificação de patógenos e biocorrosão.
A participação de Aline no projeto NORA ocorre em uma parceria da Bioclear com as também holandesas Delft University of Technology e a empresa Paques: “Dentro do projeto, nós realizamos as chamadas análises metagenômicas de todos os componentes de DNA e RNA dentro das amostras de solo. Meu foco é a remoção de nitrogênio, ou seja, a reciclagem do nutriente”.
Iniciado em janeiro de 2013, o projeto conta com nove alunos de doutorado e três de pós-doutorado. O objetivo dos estudantes é melhorar a remoção de nitrogênio pelo ciclo de gás nitrogênio (N2) e evitar a produção do N2O. O objetivo de evitar o óxido nitroso é pelo fato de seu potencial de aquecimento global ser cerca de 300 vezes maior do que o dióxido de carbono.
Para inovar as plantas de tratamento de água e evitar as emissões de N2O, a empresa Paques (em estreita colaboração com a Delft University Technology) desenvolveu e patenteou o processo Anammox em larga escala, abreviação de Anaerobic Ammonium Oxidation – um processo que acontece naturalmente nas águas dos oceanos, em que os microorganismos conseguem converter a amônia juntamente com o nitrito diretamente em gás nitrogênio.
“A Paques é uma das empresas que trabalha com grandes reatores e com o tratamento de água executando esse processo; em principio, não deveria ocorrer produção do N2O, mas checamos os reatores e observamos alguma produção de óxido nitroso, então começamos a estudar as emissões de N2O e se elas refletiriam em nível de DNA e RNA.”, afirmou Aline.
Aline avalia como o óxido nitroso é formado dentro das plantas de tratamento de água e como podem ser reduzidas as emissões. Está em estudos a quantidade de N2O que está sendo emitida, porque a maioria das plantas ainda não foi medida: “Não é possível saber ainda se a concentração é aceitável ou não, e quais os riscos no processo e dentro dos reatores em que se utiliza o processo Anammox, ou seja, a quantidade crítica de emissão”, afirma ela. Também dentro do projeto o interesse é descobrir se, quando o reator está em uma fase estável, a produção de óxido nitroso é menor e, quando ele estiver instável, a produção é maior.
A Bioclear ainda recebe amostras de dois tipos de reatores, uma de equipamentos de grande escala da Paques e outra de reatores de pequena escala instalados na Delft University of Technology. Quando os pesquisadores recebem as amostras, extrações de DNA e RNA são feitas. O RNA é mandado para sequenciamento e, quando os pesquisadores obtêm as informações, elas são passadas por um filtro de qualidade, traduzidas as sequências em proteínas e, com um software desenvolvido pela Bioclear, é possível alinhar os resultados e identificar as espécies relevantes no reator e genes presentes. A partir disso, é possível quantificar os genes e micro-organismos envolvidos no ciclo do nitrogênio e comparar diferentes tratamentos e reatores.
Ao final da palestra, Aline destacou as linhas de estudos interessantes para o Brasil a partir de seu trabalho realizado na Europa. “Além da especialização da biorremediação que ainda é incipiente no País, acredito que as pesquisas sobre tratamento de água são importantes, em razão da crise hídrica vivida hoje na Região Sudeste e pela quantidade de rios contaminados que poderiam servir como fontes de abastecimento de água.”