Treze bolsistas selecionados para o Programa Novos Talentos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas foram recebidos na manhã de segunda-feira, 3 de fevereiro, para uma apresentação institucional e das rotinas de trabalho do IPT. O programa coordenado pela Diretoria de Inovação do Instituto e financiado pela Fundação de Apoio ao IPT, a Fipt, tem como objetivo apoiar atividades de P&D conduzidas por estudantes de mestrado e doutorado vinculados a programas de pós-graduação de universidades ou institutos de pesquisa públicos ou privados, ou projetos de pós-doutorado de jovens pesquisadores, em temas científicos e tecnológicos de interesse mútuo de parcerias.
A diretora de inovação do IPT, Zehbour Panossian, chamou a atenção em seu discurso de boas-vindas para a necessidade de incrementar as parcerias entre as universidades e o Instituto: “A aproximação entre as indústrias e as universidades é intensa na Europa, e no Brasil está cada vez mais forte; enquanto isso, as instituições de pesquisa brasileiras andam em paralelo para chegar às indústrias. Precisamos estar mais próximos das universidades para unir competências e chegar às indústrias com mais força”.
Um dos selecionados para participar do programa na categoria Mestrado é o biólogo Jomil Costa Abreu Sales da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus de Sorocaba. Graduado pela PUC-SP em 2008, com trabalho de conclusão de curso na área de geoprocessamento, Sales decidiu prosseguir com este projeto e o objetivo será desenvolver metodologias para identificação de áreas prioritárias para conservação e recuperação de florestas em bacia hidrográfica no município de Ibiúna.
Essa caracterização será realizada por meio da ferramenta de geoprocessamento conhecida como Sistema de Informações Geográficas (SIG) e do levantamento de vegetação e de fauna. Dentro da biodiversidade animal e vegetal haverá a associação com imagens de satélite para identificar as áreas prioritárias para conservação. Esse trabalho poderá subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas de conservação, como a criação de corredores ecológicos.
Lígia Ferrari T. di Romagnano, responsável pelo Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do IPT e coorientadora do estudo, ressalta a importância do projeto pela convergência com as linhas de atuação do centro. Segundo ela, o centro conta com biólogos que realizam esse tipo de avaliação e fornecem subsídios técnicos para ações de políticas públicas e de análise ambiental. “Essa aproximação com as universidades é sempre importante, é uma integração necessária e não somente do professor com o Instituto”, afirma ela.
A área a ser analisada neste projeto será de uma bacia hidrográfica do Rio Una, em Ibiúna, cidade com uma grande área de reserva ecológica que inclui o Parque de Jurupará e a represa de Itupararanga, responsável pelo abastecimento de diversos municípios da região. “Este projeto poderá ser temático, pois o meu orientador está trabalhando em outras linhas de estudo que se complementam ao meu”, afirma o bolsista. O professor de Engenharia Ambiental Roberto Wagner é o orientador do projeto de Sales e também de outro selecionado para o Novos Talentos, Darllan Collins da Cunha e Silva, também aluno da Unesp.
O doutorando Cunha e Silva enxerga no IPT a oportunidade para realizar um trabalho significativo e incrementar o currículo. Ele optou pelo programa Novos Talentos “principalmente por causa do corpo técnico. Meu coorientador é o responsável pelo Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental do IPT, José Luiz Albuquerque Filho, que tem um bom ranking na área de bacias hidrográficas em gestão e planejamento. Isso será muito importante para minha tese, sem falar na estrutura sem comparação dos laboratórios”.
Com o tema ‘Proposta metodológica de um indicador sustentável aplicado a bacias hidrográficas no ambiente SIG’, Cunha e Silva deseja desenvolver um indicador aplicável tecnicamente: “Não quero uma tese que fique engavetada”, afirma ele, que já possui graduação e mestrado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
O projeto irá utilizar como ferramentas as técnicas de geoprocessamento e de imagens de satélite. Análises químicas e físicas do solo serão feitas e os dados obtidos serão usados para criar um índice destinado a analisar o quanto a bacia é sustentável ou não, utilizando a equação universal de perda do solo. Com isso será possível quantificar o quanto se perde em substâncias húmicas (provenientes da decomposição de resíduos de plantas e animais), ou seja, o que realmente é importante e garante a sustentabilidade ou o longo prazo de vida da bacia hidrográfica.
Albuquerque Filho considera importante a parceria de instituições de ensino superior com o IPT “para potencializar essas pesquisas básicas, feitas nas universidades, no sentido de descobrir novas pesquisas aplicadas necessárias às diferentes bacias”.
NOVAS COMPETÊNCIAS – Os bolsistas selecionados irão realizar as suas pesquisas tanto em áreas mais reconhecidas em competências do IPT, como tecnologias e projetos de gestão, avaliação e monitoramento de impactos ambientais, quanto no desenvolvimento de produtos e processos industriais que atendam aos princípios de sustentabilidade, abrangendo os aspectos social, econômico e ambiental. Uma das mais atuais fronteiras do conhecimento envolve plataformas tecnológicas de biotecnologia, nanotecnologia, microtecnologia e metrologia de ultraprecisão, incluídas no projeto de estudos do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT inaugurado em agosto de 2012.
O Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas irá receber durante os próximos dois anos o bolsista Caio José Perecin para um projeto de mestrado de preparação de nanopartículas superparamagnéticas e sua funcionalização para aplicação em tratamento de câncer. Perecin é graduado em Ciências Físicas e Biomoleculares pela USP-São Carlos e faz parte do Programa de Pós-Graduação Interunidades Bioengenharia, criado para a formação de especialistas na aplicação de conceitos de engenharia, física e química para a solução de problemas na área da medicina.
“Meu interesse no Programa Novos Talentos foi motivado pela possibilidade de trabalhar nos modernos laboratórios do IPT que estão equipados com os equipamentos necessários para o desenvolvimento do meu projeto de mestrado, principalmente nas áreas de síntese e de caracterização de nanopartículas das amostras que estou produzindo. A expectativa é de um intercâmbio de conhecimentos entre eu, a minha coorientadora no IPT, a pesquisadora Natalia Neto Pereira Cerize, e o meu orientador do Instituto de Química de São Carlos, Sergio Akinobu Yoshioka, assim como toda a equipe do Núcleo de Bionanomanufatura”.
O tema do doutorado da pesquisadora Natalia defendido em 2012 foi o estudo de sistemas nanocarreadores para o ácido 5-aminolevulínico e seus derivados com aplicação na terapia fotodinâmica, precursor de um agente fotossensibilizador usado no tratamento de câncer, e a proposta do bolsista em seu mestrado será desenvolver uma nanopartícula magnética funcionalizada capaz de carrear um fármaco para a área do tumor. Após a aplicação de um campo magnético, um dos efeitos é o aumento da temperatura local, levando à morte e/ou sensibilização celular (hipertermia). “Este é o know-how que desenvolvemos no IPT, mas as nanopartículas magnéticas serão uma novidade em nosso grupo. Encontramos muitos trabalhos em literatura sobre o tema, mas ainda não existem produtos no mercado”, explica ela.
Um dos principais desafios do projeto será integrar os bolsistas à visão do conceito IPT, acredita Natalia: “Em geral, o aluno chega com a visão voltada para a área acadêmica de publicação científica, enquanto aqui temos uma visão muito forte da tecnologia aplicada à indústria e do desenvolvimento com aplicação prática. Pensamos em gerar uma patente com aplicação para a indústria ou para uma empresa do setor público ou privado; nesse sentido, conciliar o conhecimento gerado na universidade com a competência do IPT na geração de soluções tecnológicas vai trazer resultados para os dois lados”.
A diretora de inovação do IPT, Zehbour Panossian, chamou a atenção em seu discurso de boas-vindas para a necessidade de incrementar as parcerias entre as universidades e o Instituto: “A aproximação entre as indústrias e as universidades é intensa na Europa, e no Brasil está cada vez mais forte; enquanto isso, as instituições de pesquisa brasileiras andam em paralelo para chegar às indústrias. Precisamos estar mais próximos das universidades para unir competências e chegar às indústrias com mais força”.
Um dos selecionados para participar do programa na categoria Mestrado é o biólogo Jomil Costa Abreu Sales da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus de Sorocaba. Graduado pela PUC-SP em 2008, com trabalho de conclusão de curso na área de geoprocessamento, Sales decidiu prosseguir com este projeto e o objetivo será desenvolver metodologias para identificação de áreas prioritárias para conservação e recuperação de florestas em bacia hidrográfica no município de Ibiúna.
Essa caracterização será realizada por meio da ferramenta de geoprocessamento conhecida como Sistema de Informações Geográficas (SIG) e do levantamento de vegetação e de fauna. Dentro da biodiversidade animal e vegetal haverá a associação com imagens de satélite para identificar as áreas prioritárias para conservação. Esse trabalho poderá subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas de conservação, como a criação de corredores ecológicos.
Lígia Ferrari T. di Romagnano, responsável pelo Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do IPT e coorientadora do estudo, ressalta a importância do projeto pela convergência com as linhas de atuação do centro. Segundo ela, o centro conta com biólogos que realizam esse tipo de avaliação e fornecem subsídios técnicos para ações de políticas públicas e de análise ambiental. “Essa aproximação com as universidades é sempre importante, é uma integração necessária e não somente do professor com o Instituto”, afirma ela.
A área a ser analisada neste projeto será de uma bacia hidrográfica do Rio Una, em Ibiúna, cidade com uma grande área de reserva ecológica que inclui o Parque de Jurupará e a represa de Itupararanga, responsável pelo abastecimento de diversos municípios da região. “Este projeto poderá ser temático, pois o meu orientador está trabalhando em outras linhas de estudo que se complementam ao meu”, afirma o bolsista. O professor de Engenharia Ambiental Roberto Wagner é o orientador do projeto de Sales e também de outro selecionado para o Novos Talentos, Darllan Collins da Cunha e Silva, também aluno da Unesp.
O doutorando Cunha e Silva enxerga no IPT a oportunidade para realizar um trabalho significativo e incrementar o currículo. Ele optou pelo programa Novos Talentos “principalmente por causa do corpo técnico. Meu coorientador é o responsável pelo Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental do IPT, José Luiz Albuquerque Filho, que tem um bom ranking na área de bacias hidrográficas em gestão e planejamento. Isso será muito importante para minha tese, sem falar na estrutura sem comparação dos laboratórios”.
Com o tema ‘Proposta metodológica de um indicador sustentável aplicado a bacias hidrográficas no ambiente SIG’, Cunha e Silva deseja desenvolver um indicador aplicável tecnicamente: “Não quero uma tese que fique engavetada”, afirma ele, que já possui graduação e mestrado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
O projeto irá utilizar como ferramentas as técnicas de geoprocessamento e de imagens de satélite. Análises químicas e físicas do solo serão feitas e os dados obtidos serão usados para criar um índice destinado a analisar o quanto a bacia é sustentável ou não, utilizando a equação universal de perda do solo. Com isso será possível quantificar o quanto se perde em substâncias húmicas (provenientes da decomposição de resíduos de plantas e animais), ou seja, o que realmente é importante e garante a sustentabilidade ou o longo prazo de vida da bacia hidrográfica.
Albuquerque Filho considera importante a parceria de instituições de ensino superior com o IPT “para potencializar essas pesquisas básicas, feitas nas universidades, no sentido de descobrir novas pesquisas aplicadas necessárias às diferentes bacias”.
NOVAS COMPETÊNCIAS – Os bolsistas selecionados irão realizar as suas pesquisas tanto em áreas mais reconhecidas em competências do IPT, como tecnologias e projetos de gestão, avaliação e monitoramento de impactos ambientais, quanto no desenvolvimento de produtos e processos industriais que atendam aos princípios de sustentabilidade, abrangendo os aspectos social, econômico e ambiental. Uma das mais atuais fronteiras do conhecimento envolve plataformas tecnológicas de biotecnologia, nanotecnologia, microtecnologia e metrologia de ultraprecisão, incluídas no projeto de estudos do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT inaugurado em agosto de 2012.
O Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas irá receber durante os próximos dois anos o bolsista Caio José Perecin para um projeto de mestrado de preparação de nanopartículas superparamagnéticas e sua funcionalização para aplicação em tratamento de câncer. Perecin é graduado em Ciências Físicas e Biomoleculares pela USP-São Carlos e faz parte do Programa de Pós-Graduação Interunidades Bioengenharia, criado para a formação de especialistas na aplicação de conceitos de engenharia, física e química para a solução de problemas na área da medicina.
“Meu interesse no Programa Novos Talentos foi motivado pela possibilidade de trabalhar nos modernos laboratórios do IPT que estão equipados com os equipamentos necessários para o desenvolvimento do meu projeto de mestrado, principalmente nas áreas de síntese e de caracterização de nanopartículas das amostras que estou produzindo. A expectativa é de um intercâmbio de conhecimentos entre eu, a minha coorientadora no IPT, a pesquisadora Natalia Neto Pereira Cerize, e o meu orientador do Instituto de Química de São Carlos, Sergio Akinobu Yoshioka, assim como toda a equipe do Núcleo de Bionanomanufatura”.
O tema do doutorado da pesquisadora Natalia defendido em 2012 foi o estudo de sistemas nanocarreadores para o ácido 5-aminolevulínico e seus derivados com aplicação na terapia fotodinâmica, precursor de um agente fotossensibilizador usado no tratamento de câncer, e a proposta do bolsista em seu mestrado será desenvolver uma nanopartícula magnética funcionalizada capaz de carrear um fármaco para a área do tumor. Após a aplicação de um campo magnético, um dos efeitos é o aumento da temperatura local, levando à morte e/ou sensibilização celular (hipertermia). “Este é o know-how que desenvolvemos no IPT, mas as nanopartículas magnéticas serão uma novidade em nosso grupo. Encontramos muitos trabalhos em literatura sobre o tema, mas ainda não existem produtos no mercado”, explica ela.
Um dos principais desafios do projeto será integrar os bolsistas à visão do conceito IPT, acredita Natalia: “Em geral, o aluno chega com a visão voltada para a área acadêmica de publicação científica, enquanto aqui temos uma visão muito forte da tecnologia aplicada à indústria e do desenvolvimento com aplicação prática. Pensamos em gerar uma patente com aplicação para a indústria ou para uma empresa do setor público ou privado; nesse sentido, conciliar o conhecimento gerado na universidade com a competência do IPT na geração de soluções tecnológicas vai trazer resultados para os dois lados”.