Energias limpas

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Um acordo de parceria assinado nesta quarta-feira (21/11) entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a empresa holandesa BTG Bioliquids dará suporte às pesquisas e desenvolvimentos dos processos de pirólise de bagaço de cana-de-açúcar, que vão integrar as tecnologias da planta-piloto de gaseificação de biomassa, projeto voltado à produção de etanol de segunda geração e que será construído em Piracicaba (SP) com investimento de R$ 80 milhões na fase inicial.

Landgraf, presidente do IPT (à esq.), participa de assinatura de acordo na sede da FIESP, ao lado do Príncipe de Orange, Willem-Alexander, e lideranças da entidade empresarial<br />” class=”wp-image-40838″ width=”323″/><figcaption class=Landgraf, presidente do IPT (à esq.), participa de assinatura de acordo na sede da FIESP, ao lado do Príncipe de Orange, Willem-Alexander, e lideranças da entidade empresarial
Segundo o acordo, uma planta-piloto da empresa na Europa será usada para produzir as primeiras amostras de óleo, que depois virão ao Brasil para serem caracterizadas por pesquisadores brasileiros. “Esse será um trabalho fundamental para o desenvolvimento da nossa tecnologia”, afirma Gerhard Ett, engenheiro químico e gerente do projeto no IPT. Ett diz que esses estudos ajudarão a criar a estratégia tecnológica adequada para a composição da futura planta-piloto, que deverá operar rotas termoquímicas para o processamento do bagaço de cana, inspirando-se no sistema de gaseificação do carvão, já consagrado em alguns países.

O protocolo de intenções, como é chamado o documento que consolida o acordo, foi assinado pelo diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, e pela BTG durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em que também foram firmados com representantes dos Países Baixos outros convênios com instituições e universidades para desenvolvimento de projetos em biotecnologia.

Mas não é somente a rota termoquímica que está entre as áreas de interesse estratégico de estudo do IPT. Nesta quinta-feira (22/11), pesquisadores do Instituto e uma delegação de representantes dos Países Baixos que visitou o campus do IPT discutiram também detalhes de um projeto de desenvolvimento relacionado a rotas bioquímicas, celebrado no início deste ano com a DSM, empresa holandesa que também atua com biotecnologia, emprega 22 mil pessoas e tem vendas anuais perto de 9 bilhões de euros.

Frank Nadimi, executivo da DSM, fala aos pesquisadores e à comitiva holandesa sobre a cooperação com o IPT no desenvolvimento do ácido biosuccínico
Frank Nadimi, executivo da DSM, fala aos pesquisadores e à comitiva holandesa sobre a cooperação com o IPT no desenvolvimento do ácido biosuccínico
Nesse caso, o projeto tem por objetivo encontrar na produção de ácido biosuccínico (com base na cana-de-açúcar) uma alternativa para a substituição do ácido adípico, importante matéria-prima da indústria petroquímica, derivada do petróleo. Esse estudo poderá conferir um caráter de sustentabilidade a uma ampla gama de materiais poliméricos e produtos químicos, já que sua base será a energia renovável. O projeto deverá contar com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e apresentará resultados já em 2014, segundo Frank Nadimi, executivo da DSM.

Dentro do IPT, a prioridade dada às duas rotas de processamento da biomassa ocorre em vista de se tratarem de novas tecnologias, que ainda não têm claramente definidas suas condições de viabilidade. Uma das diferenças entre suas características, segundo Gerhard Ett, se dá quanto ao aproveitamento da celulose no processo, que só é possível na rota termoquímica. Ett diz também que nada impede que um mesmo projeto combine os dois processos, podendo alcançar o melhor aproveitamento possível da biomassa.

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