Acordo para inovação

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Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

As articulações para a constituição da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) ganharam novo fôlego a partir de terça-feira, 10 de janeiro. Foi assinado, em Brasília, memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedade Fraunhofer, da Alemanha.

A Sociedade Fraunhoufer é apontada como a maior organização de pesquisa aplicada da Europa e exemplo de instituição de excelência na promoção da pesquisa e da inovação. Parceira do governo e do setor empresarial, a instituição, constituída por mais de 80 unidades de pesquisa na Alemanha, tem servido de modelo para a criação da Embrapii no Brasil. No encontro, a Fraunhofer foi representada pelo diretor de Redes Multinacionais e América Latina, Eckart Bierdiimpel.

No evento de assinatura, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, reforçou a ideia original do projeto de estender para a indústria a experiência exitosa da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa). Segundo o ministro, o objetivo é tornar os institutos certificados pela Fraunhofer referências para atender as demandas específicas da indústria.

Seis instituições brasileiras foram certificadas até o momento para atuar na Embrapii. Três delas já participam de projeto piloto: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT – SP), na área de bionanotecnologia; o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI – RJ), na área de saúde e energia (gás/petróleo); e a Faculdade de Tecnologia do Senai- Bahia (Cimatec), na área de automação manufatura.

As outras três são a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi – SC), na área de engenharia; a Incubadora de Empresas (Coppe/UFRJ – RJ), na área de tecnologia pré-sal; o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC – RS), no polo calçadista. “São instituições que nós elegemos como as melhores e que estão mais focadas no atendimento da indústria. Cada instituto vai ter uma especialização e vai trabalhar numa área específica naquilo que ela tem expertise”, ressaltou Mercadante.

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Ronaldo Mota, explicou que o memorando materializa uma relação já existente com a instituição alemã. “A partir desta materialização do memorando a gente tem condições de avançar muito mais rápido. Todo esse contorno associado ao piloto [em curso] é que vai dar a base para o que será a Embrapii”, disse Mota, lembrando que a iniciativa ainda será apreciada pelo Congresso Nacional.

PARCERIA – Mercadante informou que o Brasil já possui 32 projetos em parceria com a Fraunhofer. Na sua avaliação, trata-se de uma parceria importante diante da especialização daquele instituto, presente em todas as áreas centrais da economia alemã.

“O modelo de gestão deles é muito exitoso pela capacidade de inovação da indústria alemã. É uma das poucas indústrias da Europa que conseguiram enfrentar a competitividade da China e conseguem competir pela qualidade do que fazem”, disse.

Ronaldo Mota acrescentou que o Brasil é um país que aprendeu a produzir conhecimento (13º no ranking mundial), mas que ainda está aprendendo a transferir conhecimento para o setor produtivo. “E a Fraunhofer sabe fazer isso muito bem”, destacou.

O embaixador da Alemanha, Wilfrib Grolig, comentou que o acordo é uma etapa importante no caminho de cooperação entre os países, que possuem como experiências conjuntas recentes as atividades em torno do ano Brasil-Alemanha e a parceria no Programa Ciência sem Fronteiras. “É uma parceria estratégica para cooperar na alta tecnologia e indústria aplicada. Importante estabelecer essa relação entre a pesquisa, de um lado, e a produção, do outro lado”, disse Grolig.

O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria, Rafael Lucchesi, sustentou a importância de continuidade das ações e afirmou que a agenda de inovação é apoiada pelos governos nos principais países industrializados e nas economias em desenvolvimento que têm obtido maior sucesso de competitividade industrial. “Está se convergindo com as políticas mais bem sucedidas de desenvolvimento industrial e competitividade”, disse.


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