No período de 22 a 26 de fevereiro técnico do IPT viajou à capital federal. O objetivo era implantar o “Sistema de Gerenciamento de Exemplares Arbóreos de Brasília”, software para gestão das vistorias, cadastramento de defeitos internos e externos e organização fitogeográfica das árvores daquela região. Também ministrou treinamento aos profissionais da Novacap, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, empresa responsável pela arborização, manutenção e infraestrutura urbana no Distrito Federal. Integraram a equipe do IPT Sérgio Brazolin, Raquel Amaral e Cyntia Tagliatelli, do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais, o CT-Floresta, e Maria Cristina Machado e Denis Viríssimo, que coordenaram o desenvolvimento da ferramenta informatizada, com apoio dos técnicos Diogo Hirata, Marina Mazziero e Luciana Moraes, do Centro de Tecnologia da Informação, Automação e Mobilidade, o Ciam.
Segundo Cyntia, a Novacap procurou o IPT em 2008 e iniciou-se o processo. Havia interesse pelo estudo feito com a Prefeitura de São Paulo para prevenir quedas de árvores. O trabalho intitulado “Metodologia de Diagnóstico para Análise de Risco de Queda de Árvores” foi desenvolvido pelo IPT, por meio do CT-Floresta e do Ciam, junto com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
“O IPT – diz Cyntia – formatou um treinamento para transferência de conhecimento para analisar condições das árvores e seu possível risco de queda”. Para atender as necessidades específicas da Novacap e colocar em prática o resultado do curso teórico, profissionais do Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração de Materiais do CT-Floresta, da Novacap e do Ciam elaboraram uma ferramenta informatizada para gestão da população arbórea.
Foram desenvolvidos dois sistemas adequados às demandas da Novacap, que eram diferentes do que foi feito para São Paulo. Um sistema é para vistoria e manejo, outro para registro fitogeográfico das árvores. “A ida a campo deixou clara a necessidade de um estudo em condições diferentes das de São Paulo. Em Brasília, por exemplo, a condição arbórea é de parque, não há fiação entre galhos e o cupim não é o maior problema da biodeterioração mas, sim, a broca-de-madeira” – explica Cyntia. Para facilitar o trabalho de campo foram desenvolvidas duas aplicações móveis, “Fizemos o treinamento em campo com o dispositivo móvel”, informou Denis.
Os softwares feitos pelo IPT sob medida para a capital federal tiveram origem no Sisgau – Sistema de Gerenciamento de Árvores Urbanas – já patenteado junto ao INPI. São eles: o Sisgea – Sistema de Gerenciamento de Exemplares Arbóreos de Brasília – e o Simgau – Sistema Móvel de Gerenciamento de Árvores Urbanas.
“Brasília não utiliza GPS para localização das árvores, mas a meta é georreferenciar cada árvore com Estação Total, a mesma ferramenta que utilizamos no caso do Palácio dos Bandeirantes, permitindo um grau de precisão ainda maior”, explica Maria Cristina. “O desenvolvimento de softwares que fizemos no IPT – prossegue Cristina – reunindo competências do Ciam e do CT-Floresta, são um bom exemplo da eficácia da multidisciplinaridade e sinergia entre equipes do instituto. Acredito que a interação com outros centros técnicos também poderá ser bem-sucedida, desenvolvendo ferramentas informatizadas para controlar áreas de risco, por exemplo.”