Agronegócio na mira

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IPT irá inaugurar em Piracicaba escritório e laboratório em 2024 voltados ao segmento de máquinas agrícolas

A unidade de Energia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) irá, no primeiro trimestre de 2024, abrir um escritório e montar um laboratório na cidade de Piracicaba (SP) destinados a atender o setor do agronegócio, em uma parceria com a Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (Fumep).

“A intenção é abrir um laboratório no município de Piracicaba por se tratar de uma região estratégica para o agronegócio e pelo fato de não termos mais grandes espaços no campus do IPT para a execução de novos ensaios voltados a esse setor”, explica o pesquisador do Laboratório de Infraestrutura em Energia do Instituto, José Gabriel Vicente. Em 2021, segundo dados da Fundação Seade, a cana-de-açúcar respondeu por 79,5% da produção agropecuária total do município e os biocombustíveis foram responsáveis por 79,9% do valor total da transformação industrial.


A estrutura da Fumep, localizada no Parque Tecnológico de Piracicaba, inclui 42 laboratórios em 25 mil metros quadrados de área construída. Parte dos equipamentos do Laboratório de Infraestrutura em Energia, hoje voltado principalmente a ensaios de durabilidade de máquinas agrícolas, como colheitadeiras de cana-de-açúcar, será transferida para as instalações da fundação e novas máquinas serão compradas. O investimento previsto é de R$ 3 milhões para a execução primeiramente de ensaios indoors de cabines de tratores, que ainda não são feitos no Brasil e para os quais o país está se credenciando.

Para avaliar as características de tratores e máquinas agrícolas, instituições internacionais como a Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD) desenvolveram procedimentos e normas (também conhecidos como códigos OECD) para a realização de testes oficiais. Os ensaios têm como propósito básico informar o consumidor sobre o desempenho (rendimento) de uma máquina, a qualidade do produto, os dados técnicos das máquinas, as características particulares e os dados necessários para a sua certificação e homologação oficial – ou seja, eles funcionam como uma ferramenta na confirmação da veracidade dos dados fornecidos pelos fabricantes ao consumidor final.

“Hoje, empresas fabricantes de equipamentos agrícolas como John Deere, AGCO e CNH precisam enviar as suas cabinas de tratores para EUA e Europa para os ensaios ROPS, que certificam a segurança dos equipamentos. Com um laboratório no Brasil acreditado pela OCDE, eles poderão executar os ensaios aqui e vender em diversos países”, explica Vicente. Veículos pesados como tratores são mais suscetíveis ao tombamento pelo fato de operarem em locais em declives e desníveis acentuados no terreno e devem incluir em sua estrutura um dispositivo conhecido no Brasil como ‘arco de Santo Antônio’ e internacionalmente como ‘ROPS’ que é a abreviatura em inglês de Rollover Protection Systems, concebido para proteger os ocupantes em caso de acidente com capotamento ou tombamento. Além dos ensaios de cabines de tratores, a nova infraestrutura do IPT em Piracicaba dará continuidade ao projeto de gêmeos digitais em manutenção prescritiva em colheitadeiras de cana-de-açúcar. Este é um projeto de 11 milhões de reais coordenado pelo IPT, com duração de dois anos e financiado em cerca de 90% pela Embrapii, que envolve também a Universidade de São Paulo, a CNH Industrial, a Austral Dynamics e a Fiat Powertrain Technologies.

O projeto foi o primeiro aprovado na nova modalidade Basic Funding Alliance que destina recursos não reembolsáveis ao cofinanciamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), cujo escopo encontra-se entre os níveis de maturidade tecnológica (TRLs) 2 e 4 e seja desenvolvido por consórcios que envolvam, ao menos, duas Unidades Embrapii, duas empresas e uma startup. O principal objetivo da modalidade é estimular o desenvolvimento de competências tecnológicas em áreas que, por um lado, ainda não estejam totalmente internalizadas nas Unidades Embrapii e, por outro, são de interesse industrial, porém ainda não fazem parte do portfólio de investimento das empresas.

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