Cerâmica vermelha e concreto

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Está aumentando o uso de adições minerais na produção de cimento Portland e de concretos e a utilização de pozolana obtida a partir de resíduos de cerâmica vermelha na composição do concreto autoadensável é um exemplo. O objetivo é melhorar as propriedades físicas, mecânicas e de durabilidade dos materiais, mas esse crescimento se deve também a fatores econômicos e ambientais, visto que as adições são geralmente de resíduos ou de subprodutos industriais que precisam ser descartados.

A produção de cimento Portland consome uma grande quantidade de recursos naturais e gera gases poluentes. Hoje, a indústria de cerâmica vermelha nacional gera uma grande quantidade de resíduos no processo de produção que não podem ser reprocessados. “Existe um passivo ambiental e um custo elevado relacionado aos resíduos”, afirma o pesquisador Rafael Francisco Cardoso dos Santos, do Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT.
Resíduos de cerâmica vermelha gerados pelas indústrias apresentam condições de utilização na forma de pozolana, tanto na incorporação para a produção do cimento composto quanto na utilização como adição de materiais finos ao concreto autoadensável
Resíduos de cerâmica vermelha gerados pelas indústrias apresentam condições de utilização na forma de pozolana, tanto na incorporação para a produção do cimento composto quanto na utilização como adição de materiais finos ao concreto autoadensável
“Como forma de diminuir esses impactos, o aproveitamento dos resíduos por meio da adição mineral tem sido considerado em diversas pesquisas. Fizemos um estudo de utilização dos resíduos de cerâmica vermelha na forma de adição mineral para a produção de concretos autoadensáveis – conhecidos no meio técnico pela sigla CAA – sendo considerada tanto na produção de cimentos compostos quanto como adição ao concreto para a obtenção das propriedades específicas do CAA.”

O pesquisador relata que os concretos foram dosados e submetidos aos ensaios no estado fresco para medir os parâmetros de autoadensabilidade, de acordo com a NBR 15823:2010. Também foram realizados ensaios físicos e mecânicos para a determinação do índice de vazios, absorção de água, massa específica e resistência à compressão. “Os resultados demonstram que o material possui um elevado potencial para a utilização na produção de CAA, tanto em relação ao desempenho técnico quanto aos fatores econômicos e ambientais”, afirma o pesquisador.

O estudo realizado abre uma perspectiva favorável ao aproveitamento dos resíduos da indústria de cerâmica vermelha do Estado de São Paulo. “O estudo – conclui Rafael – constatou que os resíduos de cerâmica vermelha gerados pelas indústrias paulistas apresentam condições de utilização na forma de pozolana, tanto na incorporação para a produção do cimento composto quanto na utilização como adição de materiais finos ao CAA, melhorando a estabilidade da mistura e suas propriedades físicas, mecânicas e, possivelmente, de durabilidade.”

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