Caça aos cupins

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Biólogos do Laboratório de Árvores, Madeiras e Móveis do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizaram uma vistoria na Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde, na cidade de Batatais, para investigar infestações de cupins na edificação. Os pesquisadores foram chamados após o encerramento de um procedimento de restauração de algumas obras do pintor Cândido Portinari atacadas por cupins de madeira seca e, durante esse processo, surgiu a necessidade de averiguar o prédio. Este trabalho foi solicitado por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem) e o instituto tem previsão de entregar o laudo no início do mês de dezembro.

O trabalho dos profissionais do IPT foi realizado entre os dias 13 e 17 de outubro e consistiu em analisar toda a edificação, principalmente o madeiramento dos telhados e tudo que estivesse integrado, como batentes e rodapés. Foram encontrados sinais de ataque por cupins nos telhados, nos batentes das portas e na torre do relógio.




A busca pelos sinais de ataque de cupins requer atenção dos pesquisadores. Munidos com sovelas (ferramenta) e estiletes, os biólogos forçam a superfície da madeira para testar sua resistência. “Esse método é necessário porque a superfície não aparenta muitas vezes nenhuma modificação, mas o interior pode estar comprometido”, afirma o biólogo Ricardo Pereira. Foram encontrados sinais de ataque por cupins subterrâneos, cupins de madeira seca e cupins arbóreos, além de fungos apodrecedores.

Foram encontrados sinais de ataque por cupins nos telhados, nos batentes das portas e na torre do relógio
Foram encontrados sinais de ataque por cupins nos telhados, nos batentes das portas e na torre do relógio

A partir da inspeção feita pelos biólogos, as informações foram compiladas para uma análise preliminar e, em seguida, apresentadas ao engenheiro civil Takashi Yojo, também do laboratório. Ele irá verificar se existe alguma situação de risco na igreja e, caso seja necessário, uma simulação feita em computador será executada.

Segundo o biólogo Gonzalo Lopez, o Brasil não possui qualquer política pública ligada ao controle de pragas. “Está em discussão na Câmara Municipal de São Paulo uma legislação para o controle de pragas no estado de São Paulo. Um dos itens em discussão é a apresentação pelo proprietário de um atestado indicando que ele está sem pragas no momento de comercialização do imóvel, ou para a obtenção do “habite-se” após a construção de um imóvel. Isso fará com que as propriedades privadas e públicas, em algum momento, sejam obrigadas a resolver os problemas de pragas em cada uma de suas áreas”, afirma o pesquisador.

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