Novos materiais e nanotecnologia

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A quinta edição do simpósio anual da SAE Brasil de Novos Materiais e Nanotecnologia foi realizada ontem, 3 de junho, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, contou com a participação do diretor do Laboratório de Estruturas Leves do IPT, Hugo Borelli Resende, no Painel das Universidades, Institutos de Pesquisas e Órgãos do Governo. O encontro discutiu os avanços em novos materiais, o desenvolvimento de equipamentos que possibilitam a manipulação em escala nanométrica e levantou as evoluções do segmento, reunindo empresas da cadeia automotiva que estão preocupadas em encontrar soluções tanto para alcançar reduções de peso e custos, quanto para aumentar o desempenho.

Simpósio reuniu 120 participantes da cadeia automotiva em auditório do IPT
Simpósio reuniu 120 participantes da cadeia automotiva em auditório do IPT
O tema da apresentação de Resende foram as oportunidades oferecidas pela nova unidade do IPT inaugurada no mês de maio. Em uma área total de 4.500 metros quadrados, das quais 1.600 são dedicados a uma sala limpa ISO Classe 9 – classificação que determina os limites máximos de concentração (partículas/m3 de ar) para partículas iguais ou maiores que os tamanhos considerados –, o laboratório foi instalado para operar a partir de um modelo de negócios multissetorial, atendendo principalmente os segmentos aeroespacial, automotivo, eólico e óleo & gás. Parcerias com instituições de ensino superior, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), incluindo aí o futuro centro de inovação a ser construído no Parque Tecnológico de São José dos Campos, também são importantes.

O modelo de negócios do novo laboratório, completa Resende, é baseado na ideia de dar suporte às pequenas e médias empresas no ambiente de desenvolvimento de novos produtos, mostrando a viabilidade por meio de um protótipo, por exemplo, e, para as grandes empresas, no ambiente de pesquisa pré-competitiva. Ele detalhou que o foco técnico deve ser o ciclo completo de desenvolvimento de estruturas leves – projeto, análise, protótipo, ensaio, manufatura e manutenção – e enfatizou que os novos processos de manufatura em compósitos possibilitam redução de peso, mas a sua concretização somente é garantida a partir do desenvolvimento de forma integrada, em que o próprio material é projetado no início do ciclo, em um processo similar ao de manufatura aditiva.

REPERCUSSÃO – Marco Colosio, chairperson do evento e representante da General Motors, destacou a importância do simpósio para o país e o instituto. “Este é um evento totalmente voltado para fomentar a engenharia de uma maneira que nós possamos contribuir com o avanço tecnológico na área de aplicações, produtos e tecnologias dentro do campo automotivo. Por parte do IPT, que é um órgão reconhecido no Brasil e principalmente em São Paulo, o tema discutido está totalmente alinhado com a questão de materiais novos – ou seja, não foi uma escolha apenas pela localização, mas sim uma entidade que tem tudo a ver com os temas abordados”.

Mauro de Souza Paraiso, gerente de metais da Mercedes Benz, concordou com a escolha do IPT para o evento. “A nanotecnologia traz inovações e abre um leque de ideias na busca de nichos para serem utilizados na área de borracha, pintura e tecidos. Tudo será mudado pela nanotecnologia, e já é uma tradição a tentativa de trazer a indústria para dentro do Instituto”, afirmou ele, e a ideia de reunir institutos de pesquisa, universidades e indústrias também foi citada por Resende: “Além das palestras, o diálogo durante os intervalos ajuda nessa aproximação, permitindo que se construam pontes entre diferentes mundos da pesquisa”.

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