Viagens & negócios

Compartilhe:
Na primeira semana do mês de setembro, o diretor presidente do IPT, Fernando Landgraf, esteve em viagem a dois países europeus. Participou de evento em que apresentou trabalhos científicos e tecnológicos e, na sequência, visitou dois renomados institutos tecnológicos alemães, onde trocou informações de interesse mútuo e prospectou novas oportunidades de inserção do Instituto em projetos internacionais.

AÇOS ELÉTRICOS – A viagem começou pela Hungria. No período de 1 a 4 de setembro realizou-se em Budapeste uma conferência bienal sobre materiais para motores elétricos. Landgraf apresentou o trabalho “Relação Microestrutura e Perdas Magnéticas de Potência em Aços Elétricos”, desenvolvido em parceria com a USP e a empresa Aperam, sediada em Timóteo (MG). Segundo Landgraf, a participação no evento permitiu comparar aços elétricos brasileiros com os que são fabricados em diversos países: “Pudemos confirmar que a qualidade do produto nacional está à altura dos melhores do mundo.” Este tipo de aço é utilizado na produção de motores elétricos dos mais variados portes e diversas finalidades. Hoje, o Brasil tem um consumo anual de aços elétricos da ordem de 500 mil toneladas.

SUPERÍMÃS DE TERRAS RARAS – Na cidade alemã de Tübingen, Landgraf reencontrou dois ex-colegas dos tempos de doutorado no Instituto Max Planck de Stuttgart. Foi também uma ocasião de prospectar oportunidades de trabalho conjunto. Segundo Landgraf, o ex-colega Gerhard Schneider hoje é reitor da Universidade de Aalen; Bernd Grieb é diretor técnico e comercial da empresa Molycorp para a Europa, responsável pela comercialização de superímãs de terras-raras. O material é muito utilizado na fabricação de componentes para informática, energia eólica, carros híbridos e eletroeletrônicos.

Superímãs de terras-raras: material é muito utilizado na fabricação de componentes para informática e eletroeletrônicos
Superímãs de terras-raras: material é muito utilizado na fabricação de componentes para informática e eletroeletrônicos
“Temos interesse na área. O IPT está negociando com a CBMM, uma empresa brasileira, a colaboração visando à produção de neodímio metálico para fabricação de superímãs de terras-raras”, afirma Landgraf. “Estamos agregando outras experiências que poderão abrir perspectivas de novos negócios. Apesar do susto dado pelos chineses em 2011, quando reduziram a produção e provocaram aumento de preços, hoje o mercado internacional está se normalizando”.

COMPÓSITOS DE FIBRA DE CARBONO – Em Karlsruhe, Landgraf visitou o Instituto Fraunhofer para Tecnologia Química, o ICT na sigla em inglês, e o Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, o KIT. No ICT o destaque foi para o Laboratório de Compósitos especializado em técnicas de processamento de compósitos, tanto de fibra de vidro quanto de carbono: “Este laboratório tem grande relação com a indústria europeia e mantém filial no Canadá, para atender a indústria automobilística norte-americana. O interesse do IPT concentra-se em tecnologia de fibra de carbono, em função do nosso Laboratório de Estruturas Leves, em São José dos Campos”.

O ICT trabalha com a chamada tecnologia RTN para injeção de polímeros em matriz que contém malha de fibra de carbono. Parte importante do trabalho desse laboratório alemão é avaliar, a pedido de clientes, o desempenho de novas resinas poliméricas e de novos aditivos que melhorem o comportamento mecânicos dos componentes. “Estamos estudando possível parceria com o ICT, uma vez que pretendemos abordagens semelhantes em nosso laboratório, onde também operaremos um equipamento de RTN”, explica ele.

GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA – Apesar da interrupção nas negociações para construção de uma planta-piloto para gaseificação de bagaço de cana-de-açúcar na cidade paulista de Piracicaba, o assunto continua no radar do IPT. “Consideramos muito importante o potencial da tecnologia de gaseificação por fluxo de arraste, daí o interesse para o Instituto de uma visita à planta-piloto que o KIT construiu na Alemanha, em parceria com a empresa Lurgi – Air Liquide, com investimento da ordem de 60 milhões de euros”.

A unidade entrou em operação no mês de janeiro deste ano. Até hoje a planta operou cerca de 100 horas, alternadamente em diversas campanhas. “Em um exercício de prospecção de oportunidades, a empresa Lurgi considerou que o Brasil tem grande potencial para o salto que permitirá alcançar a escala comercial desta tecnologia”, afirma Landgraf.

INSCREVA-se em nossa newsletter

Receba nossas novidades em seu e-mail.

SUBSCRIBE to our newsletter

Receive our news in your email.

Pular para o conteúdo