Rede nacional de inovação

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O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, assinou hoje com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) um memorando de intenções para a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que buscará promover a inovação na indústria com base em um projeto-piloto para o qual foram convidados a participar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro, e o Senai da Bahia.

Mercadante e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, assinam memorando de intenções para a criação da Embrapii
Mercadante e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, assinam memorando de intenções para a criação da Embrapii
O projeto da Embrapii conta ainda com parceria com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, que mantém 60 centros focados em inovação e desenvolveu metodologia específica para a avaliação dos processos de inovação. A iniciativa da Embrapii foi anunciada durante o 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, realizado pela CNI em São Paulo.

A ideia da Embrapii é lastreada no sucesso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que mantém 90 centros de pesquisa e construiu com isso uma vocação para aumentar a competitividade e eficiência do Brasil na agricultura. “Nós precisamos criar uma instituição semelhante para a indústria brasileira”, afirmou Mercadante em entrevista após a assinatura do memorando.

O ministro disse que a Embrapii parte da experiência de centros de excelência que já vem fazendo um trabalho voltado à inovação, com foco no atendimento das demandas da indústria. “O IPT, em São Paulo, faz um trabalho importante nessa área”, afirmou. “Nós já estamos trabalhando com o IPT na área de gaseificação do etanol, que é uma das vertentes para aumentar a eficiência energética desse combustível”, disse Mercadante.

O projeto da Embrapii conta com orçamento de R$ 30 milhões este ano para aplicação em custeio, segundo o ministro, valor que corresponde à participação do governo federal. Mas o modelo de financiamento dos projetos de inovação contará com aporte de recursos da iniciativa privada e dos Estados. A necessidade de coalizão de recursos entre as partes ocorre porque a missão da nova empresa será atender à demanda de inovação da indústria, diretamente interessada na atuação da nova empresa.

A Embrapii funcionará como uma rede nacional de tecnologia que criará padrões para a certificação dos institutos e centros de pesquisa. Mercadante espera envolver até 30 institutos de pesquisa do País na expansão do modelo. “Nós vamos buscar desempenho e resultados, queremos que os institutos ajudem a captar recursos privados para a inovação”, afirmou. Mercadante também diz que os projetos serão remunerados pelos resultados efetivamente apurados. Segundo antecipou o ministro, a Embrapii provavelmente será uma empresa pública de capital aberto, com predominância do setor privado na governança.

O diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, disse durante a assinatura do memorando que o desenvolvimento da Embrapii será iniciado por meio de processo piloto. “No momento, estamos formalizando a parte contratual”. Oliveira acredita que em poucos meses o sistema estará funcionando. “A ideia é a de uma conexão melhor entre academia e empresa”, afirma. A Embrapii vai colaborar para estabelecer uma ponte sobre os hiatos entre universidades e institutos de pesquisa e as empresas “com metodologia que envolve um contrato de gestão e dá flexibilidade para operação”.

Além da área de biocombustíveis, que hoje é fundamental em inovação, a Embrapii deverá atuar com bionanotecnologia, energia fotovoltaica e eólica, tecnologia da informação e química verde, entre outras. Neste último setor, por exemplo, já há uma tendência de substituição da nafta por combustíveis limpos, processo que é fundamental para o sequestro de carbono, permitindo agregar valores de sustentabilidade à indústria.

Foto: Miguel Ângelo/CNI



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