A experiência do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) com gestão de inovação foi tema de palestra do diretor de inovação do Instituto, Fernando Landgraf, na Conferência Paulista de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I), realizada nesta semana, dias 12 e 13 de abril, na sede da FAPESP, em São Paulo.
Landgraf apresentou o novo processo de planejamento estratégico do IPT, que considera indicadores de inovação, além dos dados tradicionais relativos ao desempenho financeiro. São cinco os indicadores adotados: patentes depositadas; contratos com cláusula de propriedade intelectual (PI); novos ensaios do sistema de qualidade (SQ); publicação de artigos; e número de projetos de P&D com empresas.
Em termos de cultura de inovação, Landgraf afirma que os indicadores estão em desenvolvimento e que um desafio maior que sua adoção “é ter metas para a produtividade em inovação”.
Este ano é o primeiro em que o IPT adota tais metas. Os indicadores, aliás, foram lançados há poucos dias, depois de um trabalho de pesquisa em 2009. No que tange à produção de artigos, por exemplo, em 2009 foram publicados 104 pelo IPT e para este ano a meta é 180.
Durante a exposição na FAPESP, Landgraf sugeriu o indicador relativo aos contratos com cláusula de propriedade intelectual como um dos que devem ganhar expressão entre as organizações que se empenham em inovação. Ele disse também que os institutos de pesquisa devem atuar como conectores entre as universidades e empresas para que as iniciativas de inovação tenham efetividade.
“Um dos conceitos desse papel de conector é a operação de plantas de demonstração de tecnologia”, afirmou. Nessa linha de pensamento, o IPT desenvolve atualmente o projeto de uma planta de gaseficação de biomassa que deverá ser instalada no Parque Tecnológico de Piracicaba. O projeto vai viabilizar a produção de etanol de segunda geração, obtido a partir do bagaço de cana, permitindo aumento de produtividade sem ampliação das áreas plantadas.
ECOLOGIA NAS CIDADES – Landgraf observou que uma das tônicas entre os participantes da conferência foi a necessidade de abordar de forma multidisciplinar e inovadora, incluindo as abordagens das ciências humanas, os desafios que vivemos com o crescimento das cidades. “É preciso colocar a ecologia das cidades como um dos grandes temas a serem investigados”, afirmou.
A conferência, que debateu o futuro do Sistema Paulista de Ciência, Tecnologia e Inovação, teve um caráter preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorrerá em Brasília de 26 a 28 de maio, no Hotel Brasília Alvorada.