Gramado sintético adequado aos campos de futebol

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Laboratório do IPT realiza a maior parte dos testes solicitados pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Entre eles estão a determinação do comportamento da bola ao rolar sobre o gramado e a absorção de impacto e deformação vertical.


Entra ano, sai ano, e a discussão sobre o gramado sintético nos campos de futebol sempre volta à tona: a imprensa noticiou que o tema estava na pauta da reunião do conselho técnico da Série A do Campeonato Brasileiro que foi realizada na tarde desta quarta-feira, 12 de março, na sede da CBF – Confederação Brasileira de Futebol.

Similar à estrutura de um carpete, a grama sintética possui um arranjo considerado têxtil. “Trata-se de uma base de estrutura plana, na qual fios ou fibras (tufos), produzidos geralmente em polietileno, são introduzidos por meio de agulhas, formando uma superfície felpuda”, explica a pesquisadora Rayana Santiago de Queiroz, do Laboratório de Tecnologia Têxtil e Produtos de Proteção do IPT.

Depois de finalizada, aplica-se sobre a base um acabamento polimérico que vai garantir estabilidade dimensional para a grama, ou seja, aumentar a capacidade de manter seu tamanho original sob diferentes condições ambientais e de uso. Uma das principais vantagens do material é sua manutenção, mais barata e mais simples do que a de um gramado natural, porque não há a necessidade de irrigação ou reparos de jardinagem, por exemplo.


Queiroz aponta que, apesar de existir a polêmica quanto às condições de jogo em gramado sintético e natural, toda a sua especificação técnica foi construída com base no desempenho da grama natural quando o material foi desenvolvido para utilização em espaços esportivos: “Principalmente em termos da interação jogador-grama e bola-grama, não existem diferenças de performance em tese”.

A pesquisadora lembra, no entanto, outros fatores que alteram essa interação: “A questão do conforto térmico e tátil é um problema relevante, porque a grama sintética retém mais calor, ocorrendo consequentemente a sua transferência para o jogador, e também pode causar lesões na pele de queimadura por fricção”.

Tradicionalmente mais utilizada em países de clima temperado, a grama sintética tem suas especificações para o esporte elaboradas pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). “Principalmente em locais de invernos rigorosos, a manutenção da grama natural acaba sendo economicamente inviável”, diz ela.

“Quando se fala em alterações climáticas de uma região para outra, a durabilidade da grama em função à exposição ultravioleta (UV) é um dos principais impactos”, afirma a pesquisadora. De acordo com a especificação internacional, é preciso realizar um envelhecimento da grama de cinco mil horas em câmara ultravioleta. Após o processo, o material é avaliado quanto à perda de resistência à tração e, caso atenda os valores estabelecidos, está aprovado dentro dos padrões da FIFA.

Além do ensaio de envelhecimento, o laboratório do IPT realiza a maior parte dos testes solicitados pela entidade internacional do esporte. Entre eles, está a determinação do comportamento da bola ao rolar sobre o gramado e a absorção de impacto e deformação vertical.

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