Restauração da estação ferroviária

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Laboratório do IPT está colaborando no projeto de restauro da Estação Cultura na cidade de Campinas

O Laboratório de Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está colaborando desde o mês de agosto no projeto executivo de restauro da Estação Central de Campinas, atualmente conhecida como Estação Cultura.

A Estação Cultura está localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, no centro de Campinas (SP). Construída entre 1872 e 1929, a estação possui uma área total de 9.700 metros quadrados e, desde abril de 1982, o conjunto arquitetônico é protegido pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) no âmbito estadual, e, desde 1990, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC) em nível municipal.

Em parceria com o escritório H+F Arquitetos, responsável pelo estudo preliminar de arquitetura para adequação do conjunto ao novo uso ferroviário, a Pauliceia Arquitetura e Restauro está desenvolvendo o projeto executivo de restauro da estação ferroviária que abrange a edificação principal, três edifícios anexos e a gare. O laboratório do IPT é o responsável pela caracterização do material da telha, a verificação da presença ou não de revestimento (galvanização) e a determinação dos compostos químicos presentes nos produtos de corrosão.

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Construída entre 1872 e 1929, a estação possui uma área total de 9.700 metros quadrados e, desde abril de 1982, o conjunto arquitetônico é protegido pelo CONDEPHAAT no âmbito estadual, e, desde 1990, pelo CONDEPACC em nível municipal. Crédito foto:  Pregnolato & Kusuki, 2023.

Segundo o pesquisador Sidney Oswaldo Pagotto Jr, o principal desafio no projeto é identificar se havia ou não um revestimento presente na superfície da telha, uma vez que estão instaladas há cerca de 100 anos. O revestimento não é mais visível e não existe documentação que permita concluir se algum material foi aplicado, como por exemplo uma camada de zinco.

“O uso de técnicas metalográficas e de microscopia eletrônica na caracterização de materiais e componentes pertencentes ao acervo histórico não é algo exatamente inovador, mas é uma etapa de avaliação a qual nem toda equipe de restauro tem acesso”, explica o pesquisador. Deste ponto de vista, o conjunto de equipamentos para caracterização que o laboratório do IPT possui, somado à experiência da sua equipe técnica, permitirá agregar importantes informações ao trabalho e, com isso, ajudar a equipe da Pauliceia a obter informações mais detalhadas sobre o telhado da gare da estação.

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Uso de técnicas metalográficas e de microscopia eletrônica na caracterização de materiais e componentes estão sendo executados no projeto

Em 1983, o laboratório do IPT realizou um estudo semelhante na Estação Ferroviária de Bananal, construída na mesma época e com materiais similares. Naquele ano, a estação foi declarada de utilidade pública pela administração municipal, que pediu uma vistoria do IPT com vistas à restauração. Os técnicos concluíram que o metal usado pelos fabricantes da Bélgica era de ótima qualidade pois — apesar do abandono — poucas chapas teriam de ser substituídas, quase 100 anos após a construção.

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