Laboratório do IPT aumenta capacidade de executar ensaios piloto para a indústria com retomada das operações do forno Héroult
O Laboratório de Processos Metalúrgicos do IPT aumentou a sua capacitação de executar ensaios piloto para as indústrias metalúrgica e siderúrgica com a retomada das operações do seu forno Héroult. Este é um modelo a arco elétrico cujo princípio de funcionamento envolve três eletrodos de grafita, que encostam em uma parte condutora e ‘abrem’ um arco elétrico – em outras palavras, é possível dizer que se trata do mesmo princípio de um curto-circuito.
Este arco opera em alta temperatura, o que permite fundir materiais diversos, desde metais e cerâmicas até escórias. Em ensaio realizado recentemente no IPT, a temperatura atingiu 1.500 °C, mas de acordo com o projeto é possível chegar a temperaturas maiores, dependendo das condições de processo e das reações que estão sendo estudadas – “por exemplo, existem reações exotérmicas que fazem a temperatura se elevar”, explica o pesquisador André Luis Nunis da Silva.
O forno Héroult é o mais antigo do IPT: foi construído na década de 1940, e estava fora de operação desde a década de 2010. O equipamento estava instalado no antigo galpão número 5 do campus do Instituto e foi transferido para o galpão número 3 a partir da reforma de todo o sistema transformador e do redutor, as quais foram possíveis graças ao financiamento da empresa Taboca, com a qual o IPT está trabalhando em um projeto Embrapii.
“Apesar de ser um forno antigo, a tecnologia não mudou: é um modelo ainda muito utilizado nas indústrias, por exemplo para o processamento de ferro-ligas”, explica o pesquisador do IPT. Muitas empresas têm fornos disponíveis nesta tecnologia em suas plantas, mas a diferença está na escala: o modelo no IPT trabalha na escala piloto, podendo fundir até uma tonelada de aço e 300 kg de escória, enquanto um forno industrial das empresas tem comumente capacidade para fundir diversas toneladas.
“Conseguimos simular os processos de nossos clientes em uma escala piloto: caso esta simulação fosse feita em escala industrial, os custos seriam muito altos, por conta do processamento de um volume alto de material, e também haveria a necessidade de parar a produção industrial para a execução do ensaio”, completa Nunis.