Ao realizar os projetos da construção civil no Brasil, os engenheiros estruturais se baseiam na norma brasileira NBR 6123:1988 para determinação das cargas de vento. Entretanto, a norma fornece dados para determinação do carregamento em estruturas de geometria simples, que são bastante estudadas, possuindo, assim, um grande banco de dados. A criatividade dos arquitetos, aliada à necessidade de otimização dos projetos para redução dos custos e do desperdício de matéria prima, bem como ao desenvolvimento de novos materiais e técnicas de construção, tornam as construções modernas cada vez mais imponentes, arrojadas e complexas.
O uso mais racional da matéria prima, com a otimização das estruturas civis, prevê coeficientes de segurança menores do que aqueles empregados no passado. Nesse sentido, tanto simulações numéricas quanto ensaios em túnel de vento, são ferramentas essenciais para os engenheiros estruturais.
A determinação da carga devida ao vento em uma estrutura é importante para validar os cálculos prévios realizados pelo engenheiro estrutural. Em estruturas muito complexas costuma-se adotar coeficientes de segurança maiores nos cálculos, o que ocasiona em uso elevado de concreto, estruturas metálicas etc., que podem ser interpretados como desperdício de material e energia na sua construção. Dessa forma, os ensaios em túnel de vento podem mostrar quando uma estrutura está superdimensionada, indicando que é possível economizar em alguns elementos. Por outro lado, também mostram quando elementos da construção estão aquém dos níveis de segurança pré-estabelecidos.
Nos ensaios de carregamento estático do vento, preocupa-se em reproduzir as características geométricas do protótipo em modelo em escala reduzida, o qual deve ser o mais rígido possível, de forma a evitar vibrações. Medem-se a pressão nas superfícies externas e internas do modelo ou instrumenta-se o modelo com células de carga.
Projetos importantes de grandes arquitetos do Brasil e do exterior, e estádios de futebol, alguns com conceitos sustentáveis e tecnologia verde, foram testados no túnel de vento do IPT, e outros com objetivo a otimizar a estrutura.