Parceria em materiais avançados

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Lançamento do Núcleo de Pesquisa em Manufatura Aditiva reúne no IPT oito instituições participantes no projeto financiado pela Fapesp e CBMM

Atualizado em 15 de maio de 2023

Desenvolver a cadeia produtiva de manufatura aditiva de metais a partir do enfrentamento de gargalos tecnológicos ainda existentes em cada etapa da cadeia: é este o principal objetivo do Núcleo de Pesquisa em Manufatura Aditiva de Metais, cujo lançamento oficial se deu ontem, 11 de maio, no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A cadeia completa do processo inclui o estudo do projeto de liga para manufatura aditiva; da matéria-prima; do processo de impressão 3D; do pós-processamento; das propriedades e da manufatura de componentes.

A iniciativa reúne sete ICTs e universidades, além da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM): são eles o IPT, a Escola Politécnica da USP, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Fraunhofer IPK, da Alemanha. A participação de outras ICTs e empresas é desejável e estimulada.

Iniciativa reúne sete ICTs e universidades, além da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM): são eles o IPT, a POLI-USP, o ITA, a EESC-USP, a UFSCAR, o Ipen e o Fraunhofer IPK, da Alemanha

O projeto inaugural do núcleo, reunindo todos os parceiros, é o estudo do aço inoxidável 17-4 PH e do aço ARBL (aço de alta resistência e baixa liga) modificados com nióbio, visando propriedades superiores. Dezessete profissionais, provenientes das universidades, das ICTs e da CBMM, estão envolvidos no projeto, além de bolsistas e técnicos.

Este projeto, segundo Mario Boccalini, pesquisador do Laboratório de Processos Metalúrgicos do IPT e coordenador do núcleo, tem a duração de cinco anos e será realizado a partir de orçamento da CBMM (R$ 4,8 milhões), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp (R$ 3,3 milhões) e ICTs (R$ 19 milhões, como contrapartida econômica). Para a execução das atividades de pesquisas, o núcleo utilizará a infraestrutura existente nas instituições dos parceiros, na maior parte dos casos em escala piloto.

A criação do núcleo foi possível graças à aprovação de um projeto pela Fapesp em 2020 na chamada Ciência para o Desenvolvimento, que tem como objetivo apoiar pesquisas orientadas para a solução de problemas nas áreas de saúde, segurança pública, alimentação e agricultura, desenvolvimento econômico, entre outras. O edital previa que as propostas deveriam ser submetidas por consórcios, denominados Núcleos de Pesquisa Orientados a Problemas de São Paulo (NPOPs), que articulassem parceiros no desenvolvimento de pesquisa para a solução de problemas. O projeto submetido pelo IPT, denominado ‘NPOP – Desenvolvimento da cadeia de produção de componentes metálicos para manufatura aditiva’ e voltado a investigações relacionadas a novas ligas de alumínio e aço, foi aprovado e deu origem à criação do núcleo.

“É um projeto que trará resultados relevantes para a indústria e para a sociedade. A iniciativa vai ao encontro de um dos pilares do IPT que são as redes potencializadoras, ou seja, instituições que se unem para a resolução de problemas complexos e que podem trazer como resultado avanços disruptivos”, explica Liedi Bernucci, diretora-presidente do IPT.

NIÓBIO EM PAUTA – Segundo Rafael Mesquita, diretor de Tecnologia da CBMM, ‘muitas das aplicações do nióbio estão em materiais e em processos convencionais, e é importante entender a sua aplicação na manufatura aditiva como uma nova oportunidade”.

Mesquita: “Muitas das aplicações do nióbio estão em materiais e em processos convencionais, e é importante entender a sua aplicação na manufatura aditiva como uma nova oportunidade”

80% do share do mercado do nióbio no mundo é da CBMM e, entre as suas novas áreas de aplicações, o metal está sendo empregado no segmento de mobilidade elétrica, nos pólos das baterias de lítio para maior condutividade elétrica e estabilidade química, e também em materiais nanocristalinos, para filtros e carregamento por indução. No entanto, acrescenta Mesquita, ainda faltam aplicações para o nióbio: a capacidade de produção da CBMM é de 150 mil toneladas por ano, mas fabrica-se hoje 120 mil toneladas – ou seja, o gargalo não é na quantidade de metal a ser produzida, mas nas aplicações.

“O nióbio, em muitas de suas aplicações, é utilizado em aços convencionais produzidos de formas convencionais, envolvendo muitas vezes a fundição e a laminação a quente.

A manufatura aditiva muda isso: queremos entender com os parceiros do projeto as futuras oportunidades a partir desta nova forma de manufatura, que irá ajudar a construir o futuro de uma maneira mais eficiente”, afirma ele.

NOVOS PARCEIROS – Os parceiros irão trabalhar em todos os pontos do projeto, “em maior ou menor grau”, explica Boccalini Jr. Em cada uma das etapas que constituem essa cadeia de produção, será necessário lançar mão de diferentes áreas do conhecimento, caracterizando a multidisciplinaridade da pesquisa a ser realizada.

Boccalini: Para a execução das atividades de pesquisas, o núcleo utilizará a infraestrutura existente nas instituições dos parceiros, na maior parte dos casos em escala piloto

Um acordo de cooperação científica e tecnológica foi assinado pelos atuais participantes; o projeto inaugural tem recursos financeiros da CBMM e da Fapesp e, para a entrada de novas empresas parceiras (interessadas em uma ou em mais de uma das etapas da cadeia), será necessário o aporte de recursos por elas, trazendo projetos dentro do escopo do núcleo. 

Para mais informações sobre o núcleo, acesse mam.ipt.br

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