Armazenamento em DNA

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Atualizado em 02 de fevereiro de 2023

O armazenamento de dados em DNA empregando moléculas como meio físico encontra-se em desenvolvimento globalmente, e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em parceria com a empresa Lenovo estão desenvolvendo um projeto pioneiro na América Latina, denominado Prometheus. Esta abordagem tem sido explorada por empresas e grupos de pesquisa para conseguir endereçar os desafios de armazenamento de grandes quantidades de informação no mundo digital.

Viabilizar esta tecnologia de grande potencial impactará, por exemplo, a indústria de TI: segundo informações do pesquisador Bruno Marinaro Verona, do Laboratório de Micromanufatura do IPT, de 2020 a 2025 o crescimento global de dados gerados em milhões de gigabytes deverá ser de pelo menos 23% ao ano. “Não precisaremos armazenar 100% desses dados, mas hoje apenas 20% deles são armazenados. Para 2030 prevê-se menos de 5% e em 2040 essa taxa poderá ficar abaixo de 1%, o que é muito pouco”, explica ele.

Para exemplificar, o pesquisador descreve uma unidade convencional de armazenamento de dados do Facebook em Oregon, Estado Unidos, com espaço físico para 1 exabyte (1018 bytes): “Trata-se de um edifício com 75 mil metros quadrados de área construída e consumo energético da ordem de 80 MW, equivalente ao de uma pequena cidade. Essa mesma quantidade de dados, um datacenter inteiro, poderá ser armazenada em apenas quatro a cinco gramas de DNA. As moléculas-base que guardam informação genética na dupla hélice do DNA são estáveis e duráveis. Basta lembrar a reconstituição genética possível de seres que viveram há milênios como, por exemplo, os mamutes.”

Com menores custos de manutenção, segundo o pesquisador do IPT, o armazenamento de dados em DNA ainda reduziria de duas a três vezes o consumo de energia, de água e das emissões de gases do efeito estufa: “As perspectivas são muito promissoras e os desafios presentes de bom tamanho. Eles incluem codificação, decodificação e síntese, mas guardam similaridade com protocolos dos outros métodos de armazenamento de dados”. A busca de soluções conta com uma equipe multidisciplinar de 38 pesquisadores especializados nas áreas de química, biologia molecular, computação e processamento de sinais, entre outras.

Segundo Marcelo Parada, gerente de Programas de P&D na Lenovo, “a empresa pretende contribuir com o desenvolvimento desta tecnologia disruptiva e sua padronização para uso comercial”.

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