Retardantes de chamas

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A área afetada por incêndios florestais em unidades de conservação federal no Brasil em 2021 foi equivalente a aproximadamente 892 mil campos de futebol, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além da água, as equipes de combate a incêndios utilizam produtos químicos intitulados ‘retardantes de chamas’ para aumentar a eficiência e diminuir os impactos e os prejuízos causados pelo fogo. 
 
No entanto, compostos bromados e clorados são usados na composição de alguns retardantes, gerando impactos no meio ambiente por não se degradarem na natureza e serem tóxicos aos seres vivos e bioacumulativos (se acumulam nos organismos de pessoas e animais). Muitos deles tiveram a sua produção e a comercialização restringida ou proibida na União Europeia e Japão, e integram a lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs) da Convenção de Estocolmo.
 
Os pesquisadores Alexandre Muselli e Camila Camolesi, da Seção de Investigações, Riscos e Gerenciamento Ambiental do IPT,
compostos bromados e clorados são usados na composição de alguns retardantes, gerando impactos no meio ambiente por não se degradarem na natureza e serem tóxicos aos seres vivos e bioacumulativos
compostos bromados e clorados são usados na composição de alguns retardantes, gerando impactos no meio ambiente por não se degradarem na natureza e serem tóxicos aos seres vivos e bioacumulativos
elaboraram uma rotina de ensaios para avaliar os potenciais impactos da aplicação dos retardantes no meio ambiente, considerando sua interação com o solo, a água e os organismos vivos.  
 
“Como uma forma de atender à demanda por soluções ambientalmente corretas, o mercado vem desenvolvendo retardantes de chamas com novos compostos, com maior biodegradabilidade e menos poluentes”, explica Muselli. “Entretanto, atualmente não existe uma legislação específica que estabeleça requisitos, critérios e procedimentos para a realização da avaliação dos riscos ambientais associados ao uso de retardantes de chamas, até mesmo em relação à quantidade máxima de produto a ser aplicada”, completa Camolesi.
 
O processo de avaliação elaborado no IPT vai desde a análise da composição química e efeitos físico-químicos sobre o meio ambiente, até a biodegradabilidade do produto e os efeitos ecotoxicológicos de sua aplicação. Este trabalho conta com a parceria de diversos laboratórios, usufruindo, assim, da capacidade multidisciplinar do Instituto.
 
Por meio de uma análise integrada dos dados, é possível estimar com uma maior confiabilidade os potenciais impactos destes produtos ao meio ambiente, garantindo que, além do benefício dos retardantes de chamas no auxílio ao combate aos incêndios florestais, estes sejam ambientalmente seguros e garantam a integridade do meio ambiente em sua utilização.
 

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