O terreno da antiga Unidade de Tratamento de Madeira do Jaguaré (UTM Jaguaré) apresenta uma área total de 15.273,67 m², com 2.532 m² de área construída. Situado na Praça Francisco Luiz Gonzaga, 95, bairro do Jaguaré, no município de São Paulo, SP, foi utilizado como uma estação do ramal férreo do Jaguaré que operava como um centro logístico no transporte de cargas, dando assim uma forma característica estreita e alongada, na direção noroeste-sudeste (Coordenadas UTM N 7.394.111 m / E 322.394 m, SIRGAS 2000).
Anteriormente à década de 70 o terreno abrigou uma sede do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), antigo Instituto Nacional do Pinho.

Com a extinção do IBDF, na década de 1980, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) tornou-se responsável pelo terreno da UTM-Jaguaré.
Na década de 70 o terreno foi cedido ao IPT para a instalação da antiga Usina de Tratamento de Madeiras do Jaguaré, sendo transferida da sede do Instituto, na Cidade Universitária, para a área da avenida Jaguaré, sendo operada nesse local pela antiga Divisão de Madeiras do IPT entre os anos 1977 e 1997.
O IPT foi pioneiro no estudo de usos alternativos de madeiras, por exemplo, a utilização de eucalipto e pinus para a produção de móveis e sistemas construtivos, assim como em aplicações tecnológicas tais como tacos para assoalho, colas, vernizes, e as primeiras aplicações aeronáuticas, nas quais a utilização da madeira ganhava grande destaque.
Mais tarde passaria a ser realizada, em caráter semi industrial, a fabricação de hélices e contraplacados para a indústria aeronáutica, com pesquisas que procuravam substituir madeiras importadas por similares nacionais. Além disso, as pesquisas do Instituto para o tratamento da madeira permitiram evitar o seu apodrecimento e reduzir as despesas na manutenção de postes e linhas férreas.
Em 1997 iniciou-se a desmobilização progressiva das atividades no local, encerrando todas as atividades relacionadas à preservação de madeiras. No ano de 2002 foi encerrada a utilização da área, com a realização de seu descomissionamento e remoção dos tanques de armazenamento de produtos. Atualmente está desativada e sob responsabilidade do IPT.
A partir da década de 70 houve um avanço no processo de ocupações irregulares no bairro do Jaguaré. Com o encerramento da empresa Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA), em 1988, as atividades na linha férrea foram totalmente paralisadas propiciando a ocupação irregular ao longo dessa via para a construção de moradias. No mesmo período foram construídos muros delimitando o terreno da antiga UTM Jaguaré, de modo a prevenir o avanço das ocupações naquela área.



Nos últimos anos o IPT vem investindo recursos em estudo e desenvolvimento de técnicas para a caracterização ambiental da área. Conta para isso com uma equipe de pesquisadores especializados, além das melhores ferramentas disponíveis para que a área não seja apenas reabilitada. A ideia é que a experiência e conhecimentos desenvolvidos também possam ser aplicados na recuperação de locais com impactos ambientais semelhantes.



Em 18 de maio de 2018, o IPT protocolou na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) uma denúncia espontânea sobre os impactos gerados pelas atividades realizadas na área da antiga UTM Jaguaré. Em abril de 2021 foram apresentados os estudos ambientais desenvolvidos na área desde 2011, com o objetivo de subsidiar as decisões relacionadas à reabilitação da área. Dava-se continuidade ao processo de denúncia espontânea de 2018.

O objetivo do IPT é finalizar as etapas de identificação e reabilitação das áreas contaminadas na área da antiga UTM Jaguaré, tendo em vista sua devolução ao IBAMA. OS documentos referentes a este processo podem ser acessados pelo público a partir de consulta a Agência Ambiental de Pinheiros da CETESB (Processo CETESB046357/2021-77).
Os relatórios apresentados indicam que o imóvel se encontra contaminado majoritariamente por hidrocarbonetos de petróleo, identificados no solo, águas subterrâneas e em fase livre. Não há, até o momento, a completa delimitação das plumas de contaminação na área. Os resultados preliminares do estudo de avaliação de riscos à saúde humana indicam um cenário de risco potencial, sendo o principal deles a possibilidade da intrusão de vapores em ambientes abertos e fechados nas edificações vizinhas.
A conclusão da etapa de investigação detalhada se faz necessária e carece de ações nas áreas externas ao terreno tais como perfuração, instalação de poços de monitoramento e coleta de amostras de solo e água subterrânea.
Para a reabilitação da área estão em andamento ações administrativas complementares de investigação, recuperação e controle, baseadas no controle institucional, de engenharia e de remediação. Estas atividades contemplam a delimitação das plumas de contaminação que ultrapassam os limites da área da antiga UTM Jaguaré. de Estima-se um investimento de aproximadamente quatro milhões de reais até o final de 2026.
Linha do tempo do processo de reabilitação ambiental na CETESB:
Autodenúncia realizada em 18 de maio de 2018;
Reunião realizada em setembro/2020;
Abertura do processo digital: CETESB.046357/2021-77 (22 de abril de 2021)
Informação Técnica Nº 310/2021/ICRI Data: 21/05/2021. Gerenciamento de Área Contaminada – Informação Técnica no processo, esclarecendo que a Prefeitura deve autorizar a execução dos trabalhos na área externa;
Início das intervenções de reabilitação do terreno: Abril/2022.
Encerramento do processo de destinação e tratamento do material escavado: Abril/2023;
Monitoramento de Solo, Água Subterrânea e Intrusão de Vapores: Entre Julho/2023 e Setembro/2024;
Elaboração dos relatórios e atualização do processo CETESB.046357/2021-77: Novembro de 2024.
Para mais informações:
ipt@ipt.br | T. (11) 3767-4000
Ouvidoria