Boas práticas de eficiência energética

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A eficiência energética em habitações sociais está diretamente relacionada à redução dos custos de morar, na medida em que pode diminuir gastos com a conta de energia, principalmente em períodos de aumento das tarifas. Para fornecer subsídios aos profissionais da construção civil, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) elaborou um guia que fornece diretrizes gerais para o desenvolvimento de projetos de habitações sustentáveis que contribuam para baixar o consumo de energia e as despesas mensais, sendo útil também para arquitetos iniciarem seus estudos no tema de eficiência energética de habitações.

O manual de 53 páginas, dividido em oito capítulos com temas como Adequação Climática, Conceitos Gerais e Diretrizes do Projeto, reúne diversas iniciativas que permitiram não somente fortalecer as ações voltadas à melhoria da eficiência energética na habitação social brasileira, mas é bom também lembrar que o uso racional de energia está ligado à sustentabilidade ambiental: as edificações residenciais estão entre os maiores consumidores de energia e, globalmente, os edifícios consomem da ordem de 35% da energia disponível e correspondem a 38% das emissões de CO2 relacionadas à energia, segundo dados de 2020 do UNEP – UN Environment Programme.

A redução do consumo de energia, principalmente na fase de construção das edificações, contribui para a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa e para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, a utilização racional da energia auxilia na melhoria da qualidade da moradia, por meio da incorporação de estratégias de projeto e medidas passivas que contribuem para o conforto ambiental.

CLIMATIZAÇÃO DE AMBIENTES – “É possível desenvolver edificações com menor consumo de energia, de recursos naturais e financeiros a partir de decisões de projeto. Há estudos que evidenciam essa questão, envolvendo o uso de técnicas passivas de climatização de ambientes”, afirma a pesquisadora Adriana Camargo de Brito, uma das autoras do guia ao lado de Andre Azevedo, Daniel Setrak Sowmy, Fernanda Belizário Silva e Maria Akutsu.

As técnicas passivas são soluções de projeto que propiciam o aquecimento ou o resfriamento de ambientes sem o consumo de energia elétrica. Edifícios com essas técnicas são concebidos de tal modo que sua geometria, materiais e condições de exposição ao clima aproveitam recursos como a inércia térmica da edificação, a ventilação natural e a energia solar para obter ambientes com melhor conforto térmico para as pessoas.

“O comportamento térmico de uma habitação sem sistemas de climatização depende majoritariamente das trocas de calor que ocorrem entre sua envoltória (fachadas, cobertura e pisos) e o ambiente exterior”, explica ela. “Como esse tipo de edificação tem fontes internas de calor pouco significativas, é possível remover, parcial ou totalmente, o calor dissipado internamente por pessoas e equipamentos por meio de ventilação natural seletiva, bem como amortecer os fluxos de calor valendo-se dos efeitos da inércia térmica dos ambientes”.

Habitações têm maior potencial de uso de técnicas passivas de climatização para proporcionar conforto térmico em comparação com edificações de outros usos, como escritórios, que possuem fontes internas de calor mais significativas, sejam equipamentos ou pessoas.

PROJETO EM PARCERIA – A publicação é uma das ações do projeto de cooperação técnica ‘Eficiência Energética no Desenvolvimento Urbano Sustentável, Foco: Habitação Social (EEDUS)’, que tem como objetivo melhorar a eficiência energética em unidades habitacionais de interesse social no Brasil, principalmente em programas governamentais de apoio à casa própria. O EEDUS tem como objetivo o aumento da eficiência energética na produção habitacional federal, com foco nas modalidades destinadas ao atendimento de famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade.

A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria Nacional de Habitação (SNH) do Ministério do Desenvolvimento Regional em parceria com o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Clique no link abaixo e faça o download do guia elaborado pelos cinco pesquisadores do Laboratório de Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Instalações Prediais e do Laboratório de Tecnologia e Desempenho de Sistemas Construtivos do IPT:

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