Corrosão por descarga atmosférica – É possível?

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Resumo:

O presente trabalho mostra um caso de corrosão onde, aparentemente, os critérios de proteção estão presentes. Um ponto de corrosão pontual foi indicado pelo PIG de corrosão. Esse ponto apresentou uma corrosão alveolar, resultando em reparo imediato para garantir a integridade estrutural do tubo. As medições da proteção catódica, os resultados de inspeção de falhas do revestimento (DCVG/ACVG), o potencial REDOX (BRS) e as recentes técnicas de medição de corrente alternada não identificaram qualquer possibilidade de ocorrência de um processo corrosivo no local. Para esclarecer o defeito surgiram algumas hipóteses, entre elas a possibilidade de descarga atmosférica. Nesse local o revestimento apresentou diversas perfurações com cerca de 1,0 mm de diâmetro, típicas de rompimento da rigidez dielétrica do revestimento, o que sugere a presença de uma diferença de potencial (ddp), entre o solo e o aço, superior às características dielétricas do material. Por outro lado, estudos sobre descargas atmosféricas descrevem que as descargas nuvem-solo podem ser divididas em dois tipos ou polaridades, definidas em função do sinal da carga efetiva transferida da nuvem ao solo: negativas e positivas. Os raios negativos, cerca de 90% dos raios, transferem cargas negativas (elétrons) de uma região carregada negativamente dentro da nuvem para o solo. Os raios positivos, cerca de 10%, transferem cargas positivas de uma região carregada positivamente dentro da nuvem para o solo, em outras palavras, elétrons são transportados do duto (interagindo com o solo, para a nuvem, como um sistema de aterramento). Os raios duram em média um quarto de segundo, mas eventualmente podem chegar a dois segundos. A corrente elétrica sofre grandes variações desde algumas centenas de àmperes até centenas de quiloàmperes. Por sua vez, o cálculo da taxa de corrosão segundo a Lei de Faraday, aplicado junto com a teoria dos raios de carga positiva, mostra ser possível ocorrer um consumo pontual do aço em um duto enterrado sobre a incidência de uma corrente elétrica equivalente a descarga positiva via o solo. Nesse defeito foi consumido 0,97 grama de metal, segundo a lei Faraday seria necessária uma carga elétrica de 3.350 Coulombs. É possível haver esse fenômeno?


Referência:
OLIVER J.H.L.; FILHO ABUD S.E. Corrosão por descargas atmosférica – É possível? In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CORROSÃO, INTERCORR, 28., 2008, Recife . Anais…

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