Resumo:
Em 2006, no bioma Caatinga (Brasil), duas áreas de vegetação de caatinga sob manejo florestal atingiram o final da primeira rotação. Isso possibilitou avaliar o desempenho dos sistemas de manejo florestal adotados, quanto à conservação de recursos naturais e à promoção de benefícios socioeconômicos; a primeira vez que isso foi realizado no bioma Caatinga. A avaliação teve início com a seleção de estudos de campo específicos a serem desenvolvidos nas propriedades que abrigavam as florestas manejadas. Quatro estudos de campo foram implementados: inventário florestal; avaliação de fauna (anfíbios, répteis, mamíferos e abelhas nativas); estudo fitossociológico e avaliação da qualidade do solo. O próximo passo foi o de analisar os resultados dos estudos de campo de maneira integrada, a fim de traduzi-los em um único indicador de desempenho de sustentabilidade, não só para os sistemas de manejo florestal, como também para cada propriedade como um todo. Esse processo demandou que os pesquisadores envolvidos trabalhassem em conjunto para atingir um mesmo objetivo, ao invés de concentrar a avaliação somente em cada área de pesquisa específica. Isso foi desafiador porque cada pesquisador tinha uma visão própria em relação à sustentabilidade, seus objetivos e valores de referência, sendo particular em cada área de pesquisa. Para superar essa situação, os pesquisadores definiram sua visão comum sobre a sustentabilidade das propriedades em uma oficina de trabalho. A oficina incluiu apresentação das percepções individuais sobre sustentabilidade, onde cada pesquisador desenhou sua visão de paisagem sustentável. Nenhum conceito pré-estabelecido de sustentabilidade foi usado. Essa atitude foi tomada para estimular a reflexão sobre o que sustentabilidade significava realmente, ao invés de meramente aceitar um conceito pré-estabelecido. Esse exercício permitiu que os pesquisadores contemplassem o papel de diferentes usos de solo numa paisagem sustentável, incluindo o papel de áreas sob manejo florestal. Baseado na visão comum sobre sustentabilidade construída em grupo, duas paisagens reais – aquelas onde as propriedades estavam inseridas – foram analisadas. A análise permitiu: comparar a paisagem sustentável ideal com paisagens reais; definir os aspectos importantes a serem considerados numa avaliação de sustentabilidade e avaliar a viabilidade de analisá-los. Após esses exercícios, as propriedades sob manejo florestal foram avaliadas, por meio da ferramenta barômetro da sustentabilidade. Uma das propriedades apresentou expressivo grau de sustentabilidade e a outra, bom grau de sustentabilidade. Esses resultados podem ser usados para desenvolver políticas de apoio à implementação de manejo florestal no bioma Caatinga, tais como mecanismos para pagamento por serviços ambientais gerados.
Referência:
SOUZA, C. A. Sustainability assessment of two sites with caatinga vegetation in forests managed for charcoal and firewood production in the semi-arid region of Brazil. (abstract) In: EFFORWOOD CONFERENCE, 2009, Uppsala. Shape your sustainability tools: book of abstract. Uppsala, 2009.
Veja também:
Coluna técnica – Avaliação da sustentabilidade no setor florestal
Em 2006, no bioma Caatinga (Brasil), duas áreas de vegetação de caatinga sob manejo florestal atingiram o final da primeira rotação. Isso possibilitou avaliar o desempenho dos sistemas de manejo florestal adotados, quanto à conservação de recursos naturais e à promoção de benefícios socioeconômicos; a primeira vez que isso foi realizado no bioma Caatinga. A avaliação teve início com a seleção de estudos de campo específicos a serem desenvolvidos nas propriedades que abrigavam as florestas manejadas. Quatro estudos de campo foram implementados: inventário florestal; avaliação de fauna (anfíbios, répteis, mamíferos e abelhas nativas); estudo fitossociológico e avaliação da qualidade do solo. O próximo passo foi o de analisar os resultados dos estudos de campo de maneira integrada, a fim de traduzi-los em um único indicador de desempenho de sustentabilidade, não só para os sistemas de manejo florestal, como também para cada propriedade como um todo. Esse processo demandou que os pesquisadores envolvidos trabalhassem em conjunto para atingir um mesmo objetivo, ao invés de concentrar a avaliação somente em cada área de pesquisa específica. Isso foi desafiador porque cada pesquisador tinha uma visão própria em relação à sustentabilidade, seus objetivos e valores de referência, sendo particular em cada área de pesquisa. Para superar essa situação, os pesquisadores definiram sua visão comum sobre a sustentabilidade das propriedades em uma oficina de trabalho. A oficina incluiu apresentação das percepções individuais sobre sustentabilidade, onde cada pesquisador desenhou sua visão de paisagem sustentável. Nenhum conceito pré-estabelecido de sustentabilidade foi usado. Essa atitude foi tomada para estimular a reflexão sobre o que sustentabilidade significava realmente, ao invés de meramente aceitar um conceito pré-estabelecido. Esse exercício permitiu que os pesquisadores contemplassem o papel de diferentes usos de solo numa paisagem sustentável, incluindo o papel de áreas sob manejo florestal. Baseado na visão comum sobre sustentabilidade construída em grupo, duas paisagens reais – aquelas onde as propriedades estavam inseridas – foram analisadas. A análise permitiu: comparar a paisagem sustentável ideal com paisagens reais; definir os aspectos importantes a serem considerados numa avaliação de sustentabilidade e avaliar a viabilidade de analisá-los. Após esses exercícios, as propriedades sob manejo florestal foram avaliadas, por meio da ferramenta barômetro da sustentabilidade. Uma das propriedades apresentou expressivo grau de sustentabilidade e a outra, bom grau de sustentabilidade. Esses resultados podem ser usados para desenvolver políticas de apoio à implementação de manejo florestal no bioma Caatinga, tais como mecanismos para pagamento por serviços ambientais gerados.
Referência:
SOUZA, C. A. Sustainability assessment of two sites with caatinga vegetation in forests managed for charcoal and firewood production in the semi-arid region of Brazil. (abstract) In: EFFORWOOD CONFERENCE, 2009, Uppsala. Shape your sustainability tools: book of abstract. Uppsala, 2009.
Veja também:
Coluna técnica – Avaliação da sustentabilidade no setor florestal