O pesquisador Marcelo de Mello Aquilino, do Laboratório de Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Instalações Prediais do IPT, foi o entrevistado virtual do Jornal da Rede Alesp no dia 31 de agosto. O tema foram as paisagens sonoras nas cidades.
Para além do desconforto, a World Health Organization reconhece o ruído como problema de saúde pública, classificando-o como questão epidêmica em cidades ao redor do mundo.
Desde 1978 equipes do IPT fazem medições e avaliações de ruído na cidade de São Paulo, verificando os níveis de adequação às normas técnicas e à legislação e, mais recentemente, ampliaram o foco para saúde pública.
“Tudo é som”, explica Aquilino, mas daí derivam os ruídos, aqueles que se tornam perturbadores. Em diferentes quantidades, o que é som para alguns pode ser ruído para outros. Por isso o pesquisador acredita que o problema transcende a questão acústica, atingindo aspectos como educação e cumprimento das leis.
Hoje, estudos apontam que nas cidades o grande vilão do ruído é o tráfego de veículos concentrado nos corredores. Influenciam em sua geração a qualidade da pavimentação, com impactos do rolamento, e a topografia, a exigir mais ou menos potência dos motores.
Para enquadrar o problema, a cidade de São Paulo conta com a lei 16.499/2016 que estabelece a necessidade de um mapa de ruído urbano: o mapeamento será a condição básica para diagnosticar as suas fontes de geração no município. A ferramenta permitirá aos gestores, e a empreendedores, agir para minimizar o ruído e, também, aperfeiçoar projetos de edificações para que se reduzam impactos na vizinhança.
O pesquisador destaca ainda a necessidade de uma instituição pública que congregue os esforços de instituições de pesquisa como o IPT e demais órgãos, para que sejam estabelecidas diretrizes unificadas e ajustadas ao planejamento da cidade.
Confira a entrevista: