Mapeamento das nascentes

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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) iniciou em 2019 o levantamento e a caracterização das nascentes de 13 municípios pertencentes a UGRHI 7, uma das 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Para executar o projeto de mapeamento das nascentes, a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura de Itanhaém, por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), contratou o IPT.

As 645 cidades do Estado de São Paulo estão agrupadas em 22 bacias hidrográficas.
Visitas para a coleta de dados foram retomadas no final do mês de agosto - na foto, uma das áreas visitadas no município de Peruíbe
Visitas para a coleta de dados foram retomadas no final do mês de agosto – na foto, uma das áreas visitadas no município de Peruíbe
O projeto coordenado pelo Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental do IPT irá mapear as nascentes dos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, além de porções de São Paulo, São Bernardo do Campo, Biritiba-Mirim e Itariri, todos inseridos na UGHRI 7.

O projeto teve início em 2019, mas a pandemia do novo coronavírus impediu as equipes técnicas de fazerem os trabalhos de campo, após a fase-piloto ter sido executada na cidade de Itanhaém entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. As visitas para a coleta de dados foram retomadas a partir de 31 de agosto aos municípios de Peruíbe e de Itariri.

MÉTODO DE TRABALHO – A metodologia usada no trabalho segue as orientações criadas em um projeto de capacitação feito pelo próprio IPT em 2017 na cidade de Joanópolis, quando foram mapeadas e classificadas as bacias da região para o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

"O método desenvolvido no projeto inovou ao estudar critérios em dois grupos: um para avaliar o potencial natural das microbacias e indicar áreas prioritárias para PSA de conservação; e outro para analisar o grau de degradação e apontar áreas prioritárias para PSA de recuperação", explica a pesquisadora Ana Cândida Melo Cavani Monteiro. "A metodologia criada é adaptativa, no sentido de poder ser replicada ou modificada conforme particularidades da região a ser estudada, e pode ser ampliada se novos conhecimentos forem incluídos ao estudo".

O mapeamento habitual de nascentes começa por meio de um sobrevoo: é feito o levantamento das redes de drenagens e, a partir dos dados topográficos coletados, as nascentes são extraídas. Para a execução do projeto, a equipe do IPT adotou o mapeamento semiautomático e a posterior validação dos estudos – por meio do processamento digital, o método se mostra como uma proposta viável quando o objetivo é minimizar a subjetividade e o tempo gasto para finalizar o levantamento.

"O mapeamento convencional é um método usado em academia, mas ele pode ‘produzir’ nascentes que não são reais", completa o pesquisador Luiz Gustavo Faccini. "Para evitar interpretações equivocadas, a UGHRI 7 foi dividida em áreas ambientais e, para cada uma, foram criados modelos de parâmetros diferentes para chegar aos melhores resultados".

Usando dados primários retirados a partir de documentos oficiais e também de outros projetos executados pelo próprio IPT, os pesquisadores construíram as redes de drenagem e geraram os pontos de nascentes que serão visitados para a sua validação.

As áreas ambientais foram divididas em quatro tipos, de acordo com o relevo: planalto, serra, planície e morro isolado. "Cada tipo de relevo tem um comportamento diferente", ressalta ele. A fase-piloto foi executada em Itanhaém pelo fato de o município ter os quatro tipos de unidades ambientais, ou seja, os quatro tipos de relevo.

Os trabalhos de campo são executados para que sejam analisados, para cada tipo de relevo, parâmetros geológicos e o tipo de aquífero (fraturado, poroso ou poroso fraturado), por exemplo, já que a água pode se deslocar até a superfície da nascente de diversas maneiras.

"O principal resultado esperado é fornecer subsídios ao gerenciamento integrado, à conservação e à proteção de recursos hídricos da UGRHI 7. O conhecimento da localização das nascentes permitirá aos gestores identificar áreas prioritárias para ações de restauração florestal, de preservação ambiental, indicações para o ordenamento territorial e outros estudos técnicos", completa a pesquisadora Priscila Ikematsu.

NORTE E SUL – Os 12 municípios a serem mapeados foram agrupados em duas classificações (Norte e Sul). As visitas a campo iniciaram pela porção Sul, em Peruíbe e Itariri.

O levantamento de dados feito em escritório revelou a existência de 3.825 nascentes na porção Sul. Para o trabalho de campo, os pesquisadores fizeram uma triagem e irão checar 275 nascentes para a validação estatística. "Foi feita uma seleção das nascentes que estão mais próximas às vias para facilitar o acesso. Muitas nascentes são usadas por moradores para a captação de água e as trilhas abertas por eles facilitam o trabalho de campo. Ao chegar na nascente será feita uma classificação, indicando se ela tem regime temporário ou permanente, por exemplo, e a sua localização com registro fotográfico", completa Faccini.

O relatório final será entregue à Prefeitura de Itanhém, ao comitê da UGRHI 7 e também aos municípios. 




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