Segurança na produção

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As máscaras de proteção descartáveis, itens essenciais para evitar a disseminação do novo coronavírus, causador da Covid-19, são produtos atualmente escassos e encontrados a preços elevados no mercado. Para suprir parte da demanda existente no estado de São Paulo, reeducandos do sistema prisional iniciaram a produção desse tipo de máscara.

Realizada por meio da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), vinculada à Secretaria da Administração Penitenciária, a ação conta com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para garantir os protocolos de limpeza durante a produção e assepsia do produto final. Cada máscara é vendida a preço de custo por R$ 0,80, valor que engloba os gastos com os insumos, equipamentos e também a mão de obra.
Reeducandos do sistema prisional em produção de máscaras. Divulgação: Ana Paula Igual, Funap
Reeducandos do sistema prisional em produção de máscaras. Divulgação: Ana Paula Igual, Funap
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“Todos os reeducandos envolvidos na produção são remunerados e cumprem a legislação trabalhista vigente. Existe um certo preconceito por essas máscaras serem fabricadas por presidiários, mas é preciso ressaltar que elas não são feitas em celas e sim em locais devidamente higienizados e preparados para a fabricação”, explica Fernando Soares de Lima, chefe do Laboratório de Têxteis Técnicos e Produtos de Proteção do Instituto.

Não existe a exigência técnica de que máscaras descartáveis para uso em procedimentos simples (não-cirúrgicos) sejam esterilizadas, mas, por meio de uma ponte criada pelo IPT entre a Funap e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a esterilização dos produtos será garantida. A produção, iniciada na cidade de Tremembé, no interior paulista, engloba um total de sete unidades prisionais, nove de produção e um processo de limpeza robusto, de acordo com Lima. “Eles têm tomado bastante cuidado e feito a limpeza adequada nos ambientes. Existe até mesmo uma antessala onde os reeducandos fazem a assepsia antes de entrar no local de trabalho”, afirma ele.

O projeto, que tem também o apoio da Universidade Nove de Julho (Uninove) e Pontifícia Universidade Católica (PUC), conta atualmente com a demanda para a entrega de um milhão de máscaras destinadas ao próprio sistema prisional, além das forças policiais e das prefeituras. 

A produção, já iniciada, teve todos os protocolos de limpeza verificados pelo IPT e gerou também uma nova capacitação para o Instituto. “O laboratório está adaptando sua estrutura, com o apoio do Laboratório de Vazão e de outras instituições como a Fundacentro, para prestar apoio aos fabricantes de máscaras e EPIs em geral”, finaliza Lima.

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