Novos ensaios nacionais

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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) viabilizou, através de parceria com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) e com a PWM Service, a realização de ensaios necessários para que máscaras cirúrgicas descartáveis produzidas no Brasil, ou importadas possam ser destinadas a profissionais da área da saúde. 

Muito procuradas atualmente tanto para a proteção de usuários comuns quanto para aqueles que atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, as máscaras cirúrgicas precisam cumprir certos parâmetros de eficiência e qualidade definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 356, de 2020, determina que esses dispositivos têm de passar por testes elencados na norma NBR 15052, da ABNT. Algum dos ensaios exigidos não possuíam ainda instituições brasileiras capacitadas para realizá-los”, explica Fernando Soares de Lima, chefe do Laboratório de Têxteis Técnicos e Produtos de Proteção (LTP) do IPT. 
 
Os ensaios em questão dizem respeito à eficiência de filtragem de partículas, respirabilidade da máscara e repelência de fluídos. “As máscaras de uso comum não necessariamente precisam passar por esses testes, mas para as empresas que pretendem fornecê-las para uso hospitalar eles são importantes”, ressalta Lima. 
 
O pesquisador conta que a demanda por esses ensaios levou o Instituto a mobilizar parceiros que viabilizassem sua disponibilização. “O IPT procura sempre se atualizar de acordo com a demanda das empresas e da sociedade em geral. Para os fornecedores, garantimos a segurança de que estão oferecendo um produto eficiente. E, especialmente no cenário atual, no qual as relações internacionais de comércio estão comprometidas, proporcionar esse apoio nacionalmente facilita a interlocução entre empresa e instituição e também a logística de produção como um todo”, acrescenta ele. 

A importância desses ensaios está diretamente relacionada a requisitos mínimos que visam garantir a qualidade do produto. O ensaio de eficiência de filtragem de partículas, por exemplo, trabalha com um nebulizador que carrega partículas de látex com tamanhos de cerca de 100 nanômetros, medida que se aproxima do tamanho de um vírus. O aerossol passa pela máscara e, ao final do teste, existe um contador de partículas que verifica quanto desse material a atravessou. “Dessa maneira é possível determinar a eficiência da filtragem. A NBR 15052 determina que ela deve ser maior que 98%, inclusive”, aponta Lima. 
 
Já o ensaio de pressão diferencial determina a respirabilidade do equipamento: “A máscara é colocada em um dispositivo e mantemos um fluxo de ar constante através dela. Ao final do ensaio, o dispositivo mede a diferença de pressão antes e depois da máscara, o que relacionamos à resistência que ela oferece à respiração humana”. 
 
No último ensaio disponibilizado, a máscara é submetida a uma substância artificial parecida com o sangue para verificar se ela, ou outros fluídos semelhantes, alcançam ou não a camada interior da máscara, ou seja, aquela que fica voltada para a face do usuário. “Esse ensaio simula, por exemplo, situações em que uma artéria estoura e o sangue espirra pelo ambiente. A máscara tem que evitar que ele atravesse sua primeira camada e atinja o usuário”, afirma Lima. 
 
“Como instituição, temos compromisso de garantir que os produtos nacionais ou importados nacionalizados atendam os requisitos com foco na qualidade, de forma que o usuário não seja prejudicado ao receber um produto que não cumpre aquilo a que se propõe”, finaliza ele.
 

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