Com informações do livro ‘Histórias de Inovação’, editado pelo IPT em 2018
A cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba do estado de São Paulo, é um patrimônio reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo – Condephaat. O conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade remete ao período de ascensão da economia cafeeira no Brasil.
No final de 2009, a cidade enfrentou uma inundação avassaladora. O índice total de precipitação na região foi de 605 mm, quando o normal para aquele mês de dezembro seria de 150 a 200 mm. Apenas no dia 31 de dezembro o índice foi de 200 mm – mais do que era esperado para todo o mês. O rio Paraitinga chegou a subir até 11 metros em certas áreas da cidade.
Dez anos após a grande inundação, qual é a situação atual de São Luiz do Paraitinga? Para responder a esta pergunta, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) voltou à cidade neste mês de janeiro para conversar com alguns dos personagens que estavam presentes naquele momento – o resultado é um vídeo com entrevistas de Ana Lúcia Billard Sicherle, atual prefeita de São Luiz de Paraitinga (que ocupava o mesmo cargo em 2010); Marcelo Fischer Gramani, pesquisador da Seção de Riscos, Investigações e Desastres Naturais do IPT; Aline Betânia Carvalho, diretora da preparação da Defesa Civil do Estado de São Paulo e José Roberto Silva, proprietário do restaurante Cantinho dos Amigos.
Uma galeria fotográfica foi montada para mostrar os danos causados pela inundação em 2010 e a situação em 2020 em edificações e vias de acesso após a reconstrução no município.
CENÁRIO DE DESTRUIÇÃO – A inundação cobriu cerca de 70% da área urbana da cidade e destruiu moradias e edificações históricas, construídas em taipa de pilão e pau a pique. Segundo relatório do Condephaat, 18 imóveis tombados foram totalmente arruinados e 65 parcialmente destruídos. Entre os que tiveram maiores perdas estavam a Igreja Matriz de São Luís de Tolosa, localizada na praça principal da cidade, e a Capela das Mercês, ambas do século XIX.
Diante do quadro de calamidade, a prefeitura de São Luiz do Paraitinga solicitou o auxílio do IPT por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo – em 2019, por meio do mesmo programa, o IPT havia realizado a inspeção e a avaliação das paredes da igreja matriz.
Entre dezembro de 2009 e junho de 2010, o município contou com o apoio de equipes técnicas multidisciplinares do Instituto, formadas por especialistas das áreas de geologia, estruturas, fundações, geotecnia, materiais de construção e biologia.
TRABALHO DO IPT – O IPT atuou em três frentes distintas para a solução dos desafios em São Luiz do Paraitinga. Primeiramente, ajudou nas ações emergenciais, no mapeamento das áreas de risco, na implantação de medidas preventivas para evitar a ampliação dos danos e na avaliação da possibilidade de novas manifestações. Foram mapeadas 16 áreas de risco geológico e geotécnico.
A segunda etapa do trabalho do IPT foi o apoio técnico para a recuperação das edificações. Este projeto, desenvolvido durante todo o ano de 2010, teve como foco a recuperação de cerca de 120 edificações entre as mais danificadas na cidade, das quais 83 eram tombadas pelo Condephaat. Foi necessário dar condições de acesso seguro aos imóveis, pois muitos estavam em situação de colapso iminente. Além do diagnóstico da situação, o relatório do IPT oferecia diretrizes para a restauração e reocupação.
Por fim, o IPT elaborou um estudo para valoração dos danos diretos e indiretos causados pela inundação. Como danos diretos são classificados aqueles que ocorrem no momento do desastre ou nas primeiras horas seguintes, como a destruição da infraestrutura; os indiretos referem-se essencialmente ao fluxo de bens e serviços que não podem ser produzidos ou prestados em razão do evento, e por todo o período de reabilitação e reconstrução da cidade.
RESULTADOS – O mapeamento de riscos feito pelo IPT auxiliou na tomada de decisão com relação aos moradores a serem realocados para as moradias construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). No escopo das investigações, as equipes do Instituto avaliaram o estado de conservação dos materiais de construção empregados, bem como as condições das fundações, alvenaria e estruturas de madeira. A população foi orientada a prestar atenção a trincas ou rachaduras em suas casas e terrenos, e também a deslocamentos de terra ou surgimento de água nos morros.
O IPT avaliou os impactos da inundação sobre diferentes setores econômicos e sociais e sobre a infraestrutura e o meio ambiente. Foi calculado o montante necessário para a reconstrução, o gerenciamento de riscos e políticas públicas direcionadas à prevenção de danos por desastres naturais. A experiência aumentou a capacitação da equipe do IPT, sobretudo na metodologia de valoração de danos do Banco Mundial.
A cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba do estado de São Paulo, é um patrimônio reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo – Condephaat. O conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade remete ao período de ascensão da economia cafeeira no Brasil.
No final de 2009, a cidade enfrentou uma inundação avassaladora. O índice total de precipitação na região foi de 605 mm, quando o normal para aquele mês de dezembro seria de 150 a 200 mm. Apenas no dia 31 de dezembro o índice foi de 200 mm – mais do que era esperado para todo o mês. O rio Paraitinga chegou a subir até 11 metros em certas áreas da cidade.
Dez anos após a grande inundação, qual é a situação atual de São Luiz do Paraitinga? Para responder a esta pergunta, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) voltou à cidade neste mês de janeiro para conversar com alguns dos personagens que estavam presentes naquele momento – o resultado é um vídeo com entrevistas de Ana Lúcia Billard Sicherle, atual prefeita de São Luiz de Paraitinga (que ocupava o mesmo cargo em 2010); Marcelo Fischer Gramani, pesquisador da Seção de Riscos, Investigações e Desastres Naturais do IPT; Aline Betânia Carvalho, diretora da preparação da Defesa Civil do Estado de São Paulo e José Roberto Silva, proprietário do restaurante Cantinho dos Amigos.
Uma galeria fotográfica foi montada para mostrar os danos causados pela inundação em 2010 e a situação em 2020 em edificações e vias de acesso após a reconstrução no município.
CENÁRIO DE DESTRUIÇÃO – A inundação cobriu cerca de 70% da área urbana da cidade e destruiu moradias e edificações históricas, construídas em taipa de pilão e pau a pique. Segundo relatório do Condephaat, 18 imóveis tombados foram totalmente arruinados e 65 parcialmente destruídos. Entre os que tiveram maiores perdas estavam a Igreja Matriz de São Luís de Tolosa, localizada na praça principal da cidade, e a Capela das Mercês, ambas do século XIX.
Diante do quadro de calamidade, a prefeitura de São Luiz do Paraitinga solicitou o auxílio do IPT por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo – em 2019, por meio do mesmo programa, o IPT havia realizado a inspeção e a avaliação das paredes da igreja matriz.
Entre dezembro de 2009 e junho de 2010, o município contou com o apoio de equipes técnicas multidisciplinares do Instituto, formadas por especialistas das áreas de geologia, estruturas, fundações, geotecnia, materiais de construção e biologia.
TRABALHO DO IPT – O IPT atuou em três frentes distintas para a solução dos desafios em São Luiz do Paraitinga. Primeiramente, ajudou nas ações emergenciais, no mapeamento das áreas de risco, na implantação de medidas preventivas para evitar a ampliação dos danos e na avaliação da possibilidade de novas manifestações. Foram mapeadas 16 áreas de risco geológico e geotécnico.
A segunda etapa do trabalho do IPT foi o apoio técnico para a recuperação das edificações. Este projeto, desenvolvido durante todo o ano de 2010, teve como foco a recuperação de cerca de 120 edificações entre as mais danificadas na cidade, das quais 83 eram tombadas pelo Condephaat. Foi necessário dar condições de acesso seguro aos imóveis, pois muitos estavam em situação de colapso iminente. Além do diagnóstico da situação, o relatório do IPT oferecia diretrizes para a restauração e reocupação.
Por fim, o IPT elaborou um estudo para valoração dos danos diretos e indiretos causados pela inundação. Como danos diretos são classificados aqueles que ocorrem no momento do desastre ou nas primeiras horas seguintes, como a destruição da infraestrutura; os indiretos referem-se essencialmente ao fluxo de bens e serviços que não podem ser produzidos ou prestados em razão do evento, e por todo o período de reabilitação e reconstrução da cidade.
RESULTADOS – O mapeamento de riscos feito pelo IPT auxiliou na tomada de decisão com relação aos moradores a serem realocados para as moradias construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). No escopo das investigações, as equipes do Instituto avaliaram o estado de conservação dos materiais de construção empregados, bem como as condições das fundações, alvenaria e estruturas de madeira. A população foi orientada a prestar atenção a trincas ou rachaduras em suas casas e terrenos, e também a deslocamentos de terra ou surgimento de água nos morros.
O IPT avaliou os impactos da inundação sobre diferentes setores econômicos e sociais e sobre a infraestrutura e o meio ambiente. Foi calculado o montante necessário para a reconstrução, o gerenciamento de riscos e políticas públicas direcionadas à prevenção de danos por desastres naturais. A experiência aumentou a capacitação da equipe do IPT, sobretudo na metodologia de valoração de danos do Banco Mundial.