Prêmio em fotomicrografia

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Poucas vezes costumamos pensar na ciência, com toda a sua racionalidade, como arte – mas às vezes, algo nos faz enxergar a realidade de outra forma. Quem não vê beleza em uma liga de latão alumínio pode mudar de ideia ao se deparar com a foto vencedora do XVIII Concurso MetMat de Fotomicrografias de Metalurgia e Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que lembra muito mais um quadro ou um revestimento rebuscado em madeira do que um metal.

'Agulhas de martensita em um palheiro' foi a vencedora da 18ª Edição do Concurso MetMat de Fotomicrografias de Metalurgia e Materiais da USP
‘Agulhas de martensita em um palheiro’ foi a vencedora da 18ª Edição do Concurso MetMat de Fotomicrografias de Metalurgia e Materiais da USP
A foto, intitulada ‘Agulhas de martensita em um palheiro’, foi produzida durante o trabalho do conclusão de curso de Luís Fernando Fiuza Chaves, técnico júnior do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, e venceu o concurso na categoria "Microscopia Óptica". A imagem mostra uma microestrutura de latão alumínio (Cu-17Zn-8Al) 100% martensítica, ou seja, em uma fase metaestável (capaz de perder a estabilidade) devido ao tratamento térmico de têmpera (aquecimento seguido de um resfriamento rápido).

“A martensita possui essa forma agulhada, que consiste em deformações em sua estrutura cristalina causadas por um tensionamento”, explica o técnico. “Esse material possui o efeito memória de forma (EMF), que é a capacidade de memorizar uma forma especifica e retornar a ela após sofrer alguma deformação, por meio de aquecimento. Por essa característica, é um material bastante utilizado na medicina para fabricação de stents e próteses ortopédicas”, aponta Chaves.

Segundo o técnico, o efeito é semelhante ao que acontece com uma mola que, quando pressionada, causa um esforço em sentido contrário. “A diferença é que, ao passar certo limite de carga, a mola sofre uma deformação permanente (chamada de deformação plástica) e perde parte de sua propriedade elástica. Já os materiais com EMF podem recuperar sua forma após aquecimento. Devido a isso, o efeito EMF também é chamado de superelasticidade”, finaliza.
 

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