Corrosão em metais

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Ocorreu na tarde da última terça-feira, 10 de setembro, o III Workshop de Galvanização a Fogo – Experiências e Aplicações, promovido pela Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). No evento, cujo objetivo é disseminar a tecnologia de zincagem para imersão a quente (galvanização a fogo) como técnica de combate à corrosão, a apresentação do IPT teve como foco um estudo de corrosão atmosférica que envolveu diversos países ibero-americanos na avaliação de revestimentos metálicos em diversas condições de exposição.

O trabalho foi apresentado pelo pesquisador Sidney Oswaldo Pagotto Júnior, do Laboratório de Corrosão e Proteção, e teve foco em quatro tipos de revestimentos obtidos por imersão a quente: liga alumínio-silício, Galvalume® (liga de zinco com 55% de alumínio), zinco puro e Galfan® (liga de zinco com 5% de alumínio). O objetivo foi avaliar o comportamento quanto à corrosão e à proteção catódica ao substrato em diferentes condições atmosféricas. Para a realização do trabalho, os corpos de prova com os quatro revestimentos foram produzidos e compartilhados entre os países participantes para exposição em um período de 42 meses.

Sidney Pagotto, pesquisador do IPT, apresentou estudo ibero-americano de corrosão atmosférica em metais
Sidney Pagotto, pesquisador do IPT, apresentou estudo ibero-americano de corrosão atmosférica em metais
“Optou-se por classificar os locais em que os corpos de provas foram instalados de acordo com os teores de cloro e de enxofre presente na atmosfera”, explicou Pagotto. “Do ponto de vista de corrosão atmosférica, estes elementos são considerados especialmente agressivos aos substratos ferrosos”. O estudo contemplou desde atmosferas pouco agressivas, como a de Cuzco, no Peru, considerada uma atmosfera rural com baixos níveis de contaminação, até atmosferas especiais, como as de La Voz, na Venezuela (ambiente deserto, marinho, com salinidade e muitos ventos), e a de Arenal, na Costa Rica, localizada em uma zona vulcânica.

Em relação ao desempenho dos revestimentos, segundo o pesquisador, o revestimento de alumínio-silício apresentou um comportamento passivo apenas em atmosferas não-contaminadas, sofrendo corrosão localizada em atmosferas com contaminação de cloretos e/ou compostos de enxofre. Verificou-se também a proteção catódica crescente à medida em que aumentava a presença de cloretos.

Já o Galvalume® apresentou corrosão através da fase interdendrítica em todas as estações de estudo do trabalho; quanto a oferecer proteção catódica ao substrato, seu comportamento se assemelha ao do revestimento anterior, mas pode vir a sofrer um severo processo de corrosão-erosão, dependendo da maneira como a microestrutura se formar. Os revestimentos compostos majoritariamente por zinco (zinco puro e Galfan®), embora tenham apresentado corrosão nos ambientes estudados, ofereceram proteção catódica ao substrato em todas as atmosferas, de acordo com Pagotto.

O estudo completo, nomeado ‘Corrosão e proteção de metais nas atmosferas da Iberoamérica’ foi publicado em livro homônimo, com participação da pesquisadora e atual diretora de inovação e negócios do IPT, Zehbour Panossian, e do engenheiro químico Fernando Fragata, ex-pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel).

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