Cerca de 450 convidados participaram na tarde de ontem, 26 de junho, do evento de comemoração dos 120 anos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que foi realizado no auditório do Centro de Difusão Internacional da Universidade de São Paulo (USP). Uma apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (Osusp) foi feita logo em seguida aos discursos do diretor-presidente do IPT, Jefferson de Oliveira Gomes;
Vahan Agopyan, reitor da USP; Walter Nyakas Jr, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, e Patricia Ellen da Silva, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Os 120 anos do IPT espelham a própria história do desenvolvimento do Brasil, conforme lembraram Gomes e Agopyan em seus discursos. O Instituto nasceu em 1899 do então Gabinete de Resistência de Materiais criado por um grupo de professores da Escola Politécnica de São Paulo. O objetivo era atender principalmente às crescentes demandas de testes de materiais de construção para a determinação de suas propriedades físicas.
Com o tempo, a engenharia passou a exigir a determinação de mais e mais características de seus produtos, como composição química, estrutura, resistência à corrosão, entre outras, motivando um processo de busca de informações, que até hoje não para de evoluir e que já permitiu ao IPT entrar em temas avançados da pesquisa.
A condução dos testes e ensaios tem possibilitado ao Instituto o conhecimento sobre as reais demandas das empresas abrindo perspectivas de pesquisas com o objetivo de criar soluções inovadoras e até então não demandadas.
Ao longo de sua história, o Instituto também deu suporte à construção de usinas hidrelétricas, à indústria aeronáutica, à indústria de petróleo e a tantos outros projetos e empreendimentos que hoje colocam o IPT como um parceiro fundamental para promover o desenvolvimento sustentável, combinando os aspectos econômicos, ambientais e sociais.
Confira abaixo os discursos das autoridades:
Jefferson de Oliveira Gomes, diretor-presidente do IPT
Esta história de 120 anos arrepia: o IPT foi criado dez anos após a Proclamação da República, em 1889. É possível falar que todo o crescimento do Brasil desde então teve e tem a participação do Instituto: equipes técnicas estiveram presentes no Vale do Anhangabaú, no Rio Pinheiros e nos arranha-céus de São Paulo, como exemplos. As atividades desempenhadas pelo IPT podem ser observadas hoje em cerca de 10% das cidades brasileiras.
Com 120 anos, tínhamos que renovar as nossas ações. A titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, nos colocou o desafio de remodelar a inserção do IPT dentro da cidade de São Paulo e de um cenário de inovação. Nos próximos anos, vamos ficar mais próximos de corporações de pequeno e grande porte e das universidades porque abriremos as portas. Isso vai mudar também a nossa história.
O IPT continuará atendendo ao governo com propriedade, como poucos, e também à iniciativa privada com suas linhas de pesquisas e serviços especiais. Tenho certeza que cresceremos de 30% a 40% com ambientes de inovação com corporações de todos os tamanhos.
Se eu tivesse um desejo somente para hoje, eu gostaria que vocês chegassem a suas casas e falassem que vocês têm orgulho de fazer parte desta casa. O Brasil se sente orgulhoso do IPT. Podemos dizer que fazemos parte da história brasileira.
Vahan Agopyan, reitor da USP
O IPT começou em 1899 como um laboratório da Escola Politécnica, denominado então Gabinete de Resistência de Materiais, e dentro de uma instituição em que as lideranças paulistas tinham definido como fundamentais para apoiar e desenvolver o estado de São Paulo. A Escola Politécnica já tinha seus gabinetes voltados a atender à demanda da sociedade e apoiar as indústrias que estavam se estabelecendo no estado, principalmente da construção civil. O gabinete cresceu, virou um laboratório e se transformou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Além de ter sido presidente do IPT, eu tenho muito orgulho de ter sido também pesquisador do Instituto. Entrei na instituição no final da década de 1970, saí para fazer meu doutorado e voltei na década de 1980. Eu aprendi a gostar de pesquisa experimental dentro do IPT, no qual eu percebi que era meu foco. É por isso que ele tem então uma importância muito grande na minha vida, não só como empregador, mas principalmente por ter definido a minha carreira profissional.
Comemorar 120 anos é uma efeméride muito importante e tenho certeza de que o IPT continuará sendo um suporte imprescindível para o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo.
Walter Nyakas Jr, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo
Sinto-me à vontade em estar em um evento como este porque nós, da Defesa Civil, nos sentimos como parte integrante desta família. A relação do Instituto com a Defesa não remonta a um período de 120 anos porque não fomos criados no mesmo ano – se existisse, tenho certeza de que seríamos parceiros desde aquela época.
O Instituto dá suporte às nossas ações: nas diversas emergências que a Defesa Civil atende no estado, tanto preventivas quanto de respostas, dependemos de uma assessoria técnica. Vejo aqui vários companheiros que, naqueles momentos em que a ajuda é mais necessária, em que precisávamos de um parecer, estavam presentes, até mesmo nas madrugadas. Nossa palavra é de gratidão.
Patricia Ellen da Silva, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo
Após ouvir os diversos depoimentos hoje aqui, pensei: de onde vem meu amor pela ciência? Não tenho cientistas na minha família. Meu amor pela ciência veio do amor à minha família, por acompanhar as suas dificuldades e perceber como, quando eu comecei a trabalhar com tecnologia, ciência e inovação, um pouco das transformações alcançadas por meio delas pode fazer a diferença na vida de tantas pessoas – na saúde, por exemplo, um exemplo é da pessoa que pode acompanhar a aferição de pressão ou o nível de glicose em sua residência. A saúde e a vida dela mudam.
Brasil é um país com quinhentos anos de história, mas com uma bagagem muito grande de desigualdade, apesar do empreendedorismo e da resiliência. Temos desafios hoje com a crise econômica e a ciência, e acredito que a inovação e a tecnologia são o nosso único caminho, para que a gente possa não apenas ser protagonista de nossa história, mas também resolver esta dívida com a sociedade.
O que dá força para a gente ter ideias malucas, que podem inclusive virar realidade, não é a nossa racionalidade, a inteligência e a matemática que todos aqui dominam, mas é o nosso coração. O que ancora a gente não é a lógica ou a razão, e para mim é isso que o IPT tem de diferente. Eu vejo que vocês não são apenas cientistas: vocês são os ipeteanos, são uma família, que juntam a razão e o coração. Espero que a abertura do IPT faça com que mais gente conheça essas experiências e se inspire.
Os 120 anos do IPT espelham a própria história do desenvolvimento do Brasil, conforme lembraram Gomes e Agopyan em seus discursos. O Instituto nasceu em 1899 do então Gabinete de Resistência de Materiais criado por um grupo de professores da Escola Politécnica de São Paulo. O objetivo era atender principalmente às crescentes demandas de testes de materiais de construção para a determinação de suas propriedades físicas.
Com o tempo, a engenharia passou a exigir a determinação de mais e mais características de seus produtos, como composição química, estrutura, resistência à corrosão, entre outras, motivando um processo de busca de informações, que até hoje não para de evoluir e que já permitiu ao IPT entrar em temas avançados da pesquisa.
A condução dos testes e ensaios tem possibilitado ao Instituto o conhecimento sobre as reais demandas das empresas abrindo perspectivas de pesquisas com o objetivo de criar soluções inovadoras e até então não demandadas.
Ao longo de sua história, o Instituto também deu suporte à construção de usinas hidrelétricas, à indústria aeronáutica, à indústria de petróleo e a tantos outros projetos e empreendimentos que hoje colocam o IPT como um parceiro fundamental para promover o desenvolvimento sustentável, combinando os aspectos econômicos, ambientais e sociais.
Confira abaixo os discursos das autoridades:
Jefferson de Oliveira Gomes, diretor-presidente do IPT
Esta história de 120 anos arrepia: o IPT foi criado dez anos após a Proclamação da República, em 1889. É possível falar que todo o crescimento do Brasil desde então teve e tem a participação do Instituto: equipes técnicas estiveram presentes no Vale do Anhangabaú, no Rio Pinheiros e nos arranha-céus de São Paulo, como exemplos. As atividades desempenhadas pelo IPT podem ser observadas hoje em cerca de 10% das cidades brasileiras.
Com 120 anos, tínhamos que renovar as nossas ações. A titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, nos colocou o desafio de remodelar a inserção do IPT dentro da cidade de São Paulo e de um cenário de inovação. Nos próximos anos, vamos ficar mais próximos de corporações de pequeno e grande porte e das universidades porque abriremos as portas. Isso vai mudar também a nossa história.
O IPT continuará atendendo ao governo com propriedade, como poucos, e também à iniciativa privada com suas linhas de pesquisas e serviços especiais. Tenho certeza que cresceremos de 30% a 40% com ambientes de inovação com corporações de todos os tamanhos.
Se eu tivesse um desejo somente para hoje, eu gostaria que vocês chegassem a suas casas e falassem que vocês têm orgulho de fazer parte desta casa. O Brasil se sente orgulhoso do IPT. Podemos dizer que fazemos parte da história brasileira.
Vahan Agopyan, reitor da USP
O IPT começou em 1899 como um laboratório da Escola Politécnica, denominado então Gabinete de Resistência de Materiais, e dentro de uma instituição em que as lideranças paulistas tinham definido como fundamentais para apoiar e desenvolver o estado de São Paulo. A Escola Politécnica já tinha seus gabinetes voltados a atender à demanda da sociedade e apoiar as indústrias que estavam se estabelecendo no estado, principalmente da construção civil. O gabinete cresceu, virou um laboratório e se transformou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Além de ter sido presidente do IPT, eu tenho muito orgulho de ter sido também pesquisador do Instituto. Entrei na instituição no final da década de 1970, saí para fazer meu doutorado e voltei na década de 1980. Eu aprendi a gostar de pesquisa experimental dentro do IPT, no qual eu percebi que era meu foco. É por isso que ele tem então uma importância muito grande na minha vida, não só como empregador, mas principalmente por ter definido a minha carreira profissional.
Comemorar 120 anos é uma efeméride muito importante e tenho certeza de que o IPT continuará sendo um suporte imprescindível para o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo.
Walter Nyakas Jr, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo
Sinto-me à vontade em estar em um evento como este porque nós, da Defesa Civil, nos sentimos como parte integrante desta família. A relação do Instituto com a Defesa não remonta a um período de 120 anos porque não fomos criados no mesmo ano – se existisse, tenho certeza de que seríamos parceiros desde aquela época.
O Instituto dá suporte às nossas ações: nas diversas emergências que a Defesa Civil atende no estado, tanto preventivas quanto de respostas, dependemos de uma assessoria técnica. Vejo aqui vários companheiros que, naqueles momentos em que a ajuda é mais necessária, em que precisávamos de um parecer, estavam presentes, até mesmo nas madrugadas. Nossa palavra é de gratidão.
Patricia Ellen da Silva, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo
Após ouvir os diversos depoimentos hoje aqui, pensei: de onde vem meu amor pela ciência? Não tenho cientistas na minha família. Meu amor pela ciência veio do amor à minha família, por acompanhar as suas dificuldades e perceber como, quando eu comecei a trabalhar com tecnologia, ciência e inovação, um pouco das transformações alcançadas por meio delas pode fazer a diferença na vida de tantas pessoas – na saúde, por exemplo, um exemplo é da pessoa que pode acompanhar a aferição de pressão ou o nível de glicose em sua residência. A saúde e a vida dela mudam.
Brasil é um país com quinhentos anos de história, mas com uma bagagem muito grande de desigualdade, apesar do empreendedorismo e da resiliência. Temos desafios hoje com a crise econômica e a ciência, e acredito que a inovação e a tecnologia são o nosso único caminho, para que a gente possa não apenas ser protagonista de nossa história, mas também resolver esta dívida com a sociedade.
O que dá força para a gente ter ideias malucas, que podem inclusive virar realidade, não é a nossa racionalidade, a inteligência e a matemática que todos aqui dominam, mas é o nosso coração. O que ancora a gente não é a lógica ou a razão, e para mim é isso que o IPT tem de diferente. Eu vejo que vocês não são apenas cientistas: vocês são os ipeteanos, são uma família, que juntam a razão e o coração. Espero que a abertura do IPT faça com que mais gente conheça essas experiências e se inspire.