Elétrica: redes inteligentes

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Atualizado em 17 de abril

A Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Cgcre) aprovou a ampliação da acreditação do Laboratório de Metrologia Elétrica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o escopo se estende agora à calibração de medidores e geradores de energia e medição de Distorção Harmônica Total (de Total Harmonic Distortion, ou THD), que está entre os principais parâmetros de avaliação da qualidade da energia elétrica.

Com as mudanças no cenário tecnológico das redes de energia elétrica, explica o pesquisador do laboratório, Artur Augusto Martins, o laboratório percebeu a necessidade de se capacitar para atender às novas demandas do setor. Pesquisas em diversos países buscam soluções para suprir energia elétrica às populações e apontam para alternativas de distribuição de energia em rede mais inteligente e segura, possibilitando a integração de todos os usuários. “As chamadas Redes de Energia Inteligentes (REI) têm causado uma ruptura de paradigma devido à mudança radical do conceito tradicional de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD)”, afirma ele.

O fluxo de energia em uma REI pode acontecer de modo bidirecional, já que usuários podem também assumir a função de provedores de energia elétrica pela utilização de fontes de energia como solar ou eólica, exemplifica Martins:
Emprego de medidores de consumo eletrônicos, preocupação das concessionárias com o combate às fraudes e aos furtos e interesse dos clientes em conhecer a qualidade do produto (energia elétrica) fazem parte do cenário do setor energético no Brasil
Emprego de medidores de consumo eletrônicos, preocupação das concessionárias com o combate às fraudes e aos furtos e interesse dos clientes em conhecer a qualidade do produto (energia elétrica) fazem parte do cenário do setor energético no Brasil
“Com esta prática de geração de energia, aparece uma nova figura dentro da rede: o chamado ‘prosumidor’, um neologismo que identifica o produtor que é, ao mesmo tempo, consumidor de energia elétrica e parte do conceito chamado de Geração Distribuída”.

Por meio de um projeto de modernização da infraestrutura laboratorial, foram adquiridos novos padrões de energia elétrica; na sequência, um projeto de capacitação permitiu aprimorar a competência da equipe de pesquisadores e técnicos e aumentar o escopo de acreditação para os serviços de calibração e medições especiais de instrumentos que medem ou geram sinais de potência, energia e parâmetros de qualidade de energia.

Para que a nova arquitetura funcione, explica o pesquisador, são necessários novos medidores de energia elétrica, inteligentes o suficiente para atender aos desafios tecnológicos de uma rede diversificada e integrada: eles devem ser capazes de medir o consumo de energia de forma bidirecional e instantânea, comunicar-se com uma central de controle de modo rápido, informar qualquer anomalia no sistema e serem seguros o bastante para garantir a integridade da rede e dos clientes.

Dentro deste novo cenário torna-se ainda mais relevante o estudo apurado da qualidade da energia elétrica, que é um fator estratégico no caso do Brasil: “Pode-se citar o emprego de medidores de consumo eletrônicos, a preocupação das concessionárias com o combate às fraudes e aos furtos e o interesse dos clientes em verificar a qualidade do produto que estão comprando, ou seja, a energia elétrica”, afirma o pesquisador. “Além disso, é importante lembrar as preocupações do governo com a regulamentação, a fiscalização e a orientação para o setor e, finalmente, a introdução crescente de diferentes fontes de energia e equipamentos eletrônicos na rede elétrica, que podem alterar a forma de onda da tensão e da corrente.”

Segundo Martins, a capacitação adquirida pelo IPT permite agora o atendimento de novas demandas de calibração de medidores e geradores de energia, além da redução de incerteza de medição de harmônicas. Adicionalmente, outros benefícios não mensuráveis são o fortalecimento da Rede Brasileira de Calibração e o maior apoio na oferta de suporte tecnológico para calibração em instrumentos de alta exatidão.

Ouça também a entrevista dada pelos pesquisadores ao Jornal da USP, transmitido pela Rádio USP, em 10 de abril:

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