Olímpiada de conhecimento

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“Antes eu pensava que no meu morro não tinha risco. Eu achava que todas as casas eram seguras e que, se eu estivesse dentro da minha, estaria protegido, mas não é assim. Eu descobri que existe um risco de deslizamento na maioria das casas do morro e o risco de queda de rochas”, afirma o estudante Marcus Vinícius de Oliveira Araújo, da Unidade Municipal de Ensino (Ume) Mario Alcântara e morador do Morro do Pacheco, na cidade de Santos, em depoimento incluído no vídeo sobre a Olímpiada do Conhecimento em Desastres Naturais que foi lançado ontem, 13 de abril, na solenidade de encerramento da Operação Verão 2015/2016 da Defesa Civil do Estado de São Paulo.



A olímpiada foi organizada pela Coordenadoria Regional de Defesa Civil da Baixada Santista (Redec), pelas equipes das Defesas Civis municipais de nove cidades e pelo IPT, com apoio da Defesa Civil Estadual, finalizando uma iniciativa que havia começado em abril de 2015 para educação de alunos de 10 e 11 anos de idade nas redes municipais de ensino. O foco do programa foram os cuidados a serem tomados na ocorrência de inundações, deslizamentos de encostas de morros e incidência de raios em dias de chuva. A olímpiada propriamente dita foi realizada em 14 de outubro de 2015, que foi o Dia Internacional da Redução de Desastres Naturais, e colocou em teste o que os estudantes haviam aprendido sobre os fenômenos da natureza em aulas regulares a partir de uma abordagem transversal, envolvendo diversas disciplinas, e também em palestras.

Os alunos participaram no dia da olímpiada de cinco rodadas de atividades, incluindo perguntas de múltiplas escolhas, gincanas, jogo da forca, simulados e testes de verdadeiro ou falso que definiram as escolas vencedoras, com um empate entre Praia Grande e Guarujá. A Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais do IPT prestou assessoria técnica à Coordenação da Regional da Defesa Civil na Baixada e às Defesas Civis municipais na escolha dos materiais e na execução das atividades da olimpíada, ficando ainda responsável pela produção do vídeo.

Macedo: vídeo deve funcionar como um instrumento de disseminação de uma experiência interessante e simples
Macedo: vídeo deve funcionar como um instrumento de disseminação de uma experiência interessante e simples
Duas versões do vídeo estão disponíveis, uma de 12 e outra de cinco minutos, e a sua produção faz parte de uma iniciativa de ação social da Fundação de Apoio ao IPT (FIPT), que patrocinou as atividades dos pesquisadores para a realização do projeto e a concepção do filme que está disponível no canal do Instituto no YouTube. “A expectativa é que o vídeo funcione como um instrumento de disseminação de uma experiência muito interessante e simples”, afirmou o pesquisador e geólogo Eduardo Soares de Macedo no lançamento.

A importância da difusão do conhecimento foi também enfatizada pelo diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, que iniciou sua apresentação lembrando a longa parceria do Instituto com a Defesa Civil de São Paulo e a Casa Militar, a qual foi iniciada em 1979 com a Carta Geotécnica dos Morros de Santos e de São Vicente. “Já foram realizados diversos trabalhos pelo IPT, mas há ainda muito a ser feito no estado de São Paulo.
Landgraf: vídeo faz parte de um grande projeto para enfrentar o tema do risco, que é a palavra-chave da história
Landgraf: vídeo faz parte de um grande projeto para enfrentar o tema do risco, que é a palavra-chave da história
Esse vídeo faz parte de um grande projeto para enfrentar o tema do risco, que é a palavra-chave da história”, afirmou ele. “Foi interessante ouvir o depoimento do aluno Marcus Vinícius falando sobre o seu aprendizado em saber que havia um perigo por conta da presença das pedras que poderiam rolar no local em que ele vive. A consciência do risco é importante em um trabalho como este, porque ajuda as crianças a perceberem o perigo que correm e como elas podem auxiliar a Defesa Civil a proteger os moradores”.

BALANÇO IPT – O geólogo e pesquisador Fabricio Araújo Mirandola apresentou durante o evento um balanço das atividades do IPT em auxílio à Defesa Civil na Operação Verão 2015-2016. A primeira ação com participação da Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais foi a assessoria técnica em um atendimento emergencial por conta do rompimento de um dique da mineradora Meia Lua, localizada no município de Jacareí, em 6 de fevereiro. “Foi percebido neste dia, na captação na cidade de São José dos Campos, um problema de turbidez da água. Descobriu-se que havia ocorrido um rompimento a jusante do dique de contenção em uma cava usada para a deposição de rejeito de lama por outra empresa, a Rolando Comércio de Areia”, explicou Mirandola.

Em um atendimento em conjunto com o Instituto Geológico (IG), as duas instituições recomendaram a paralisação imediata de lançamento do material na cava e uma revisão e atualização do Plano de Aproveitamento Econômico da empresa Rolando, assim como a construção de um dique definitivo.

O segundo atendimento foi a assessoria técnica iniciada em 12 de março no munícipio de Mairiporã por conta de fortes chuvas, que consistiu no apoio às ações do Corpo de Bombeiros na busca de vítimas e também em vistorias nas áreas de risco – para saber mais informações sobre o trabalho realizado pelo IPT na cidade, clique aqui.

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