A pesquisadora Priscila Ikematsu, do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental do IPT, participou entre os dias 17 e 19 de janeiro do 14th International Conference on Environmental, Cultural, Economic & Social Sustainability, realizado no The Cairns Institute da James Cook University, em Queensland (Austrália), como parte das suas atividades no Programa de Capacitação e Desenvolvimento no Exterior (PDCE). O evento, que é realizado anualmente desde 2005, discute a sustentabilidade abordando de maneira integrada questões ambientais, culturais, econômicas e sociais.
Priscila apresentou o trabalho ‘Critérios para a priorização de microbacias formadoras do Sistema Cantareira no município de Joanópolis (SP) com foco no Pagamento de Serviços Ambientais (PSA)’ na seção temática Environmental Management and Governance da conferência.
A seleção de parâmetros para a priorização de microbacias hidrográficas como subsídio à aplicação de PSA foi o objetivo da pesquisa, explica ela: “Esse tipo de pagamento é um instrumento baseado em incentivos para a conservação ambiental e a manutenção dos serviços ecossistêmicos. De acordo com esse mecanismo, aqueles que se beneficiam dos serviços (como os usuários de água) devem pagar por eles, e aqueles que contribuem para a geração dos serviços (como os proprietários de terra a montante) devem ser compensados por proporcioná-los”.
O projeto buscou explorar o assunto no contexto da crise hídrica da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e verificar as potencialidades de atuação da equipe do IPT. A priorização espacial das áreas objeto dos pagamentos é um dos gargalos técnicos apontados pela literatura para a implantação dos esquemas de PSA, afirma a pesquisadora: “As áreas são, geralmente, selecionadas de maneira aleatória, pois uma premissa é a voluntariedade na transação entre as partes, o que pode resultar em investimentos em áreas com baixa relevância na provisão dos serviços ambientais hídricos”.
A partir de uma revisão bibliográfica e reuniões técnicas com equipe multidisciplinar, variáveis foram selecionadas a partir de atributos que pudessem ser mapeados na escala de trabalho. A inovação do método consistiu em reunir os critérios em dois grupos: um para representar o potencial hídrico natural de cada microbacia hidrográfica, no qual investimentos em ações de proteção e conservação ambiental devem ser aplicados; e outro indicando o grau de degradação das mesmas, nas quais devem ser promovidas ações de recuperação florestal, por exemplo.
“Em ambos os casos, se os recursos em ações de proteção/conservação ou recuperação/restauração forem aplicados em áreas com alta prioridade de acordo com a metodologia proposta, estima-se que melhores benefícios em termos hídricos podem ser alcançados”, afirma Priscila. “Os resultados representam um instrumento para suporte à tomada de decisão na definição das áreas estratégicas para os investimentos e são úteis para o aperfeiçoamento das iniciativas de PSA nos Comitês de Bacia Hidrográfica e do próprio governo do estado de São Paulo".
De acordo com a pesquisadora, a metodologia desenvolvida pode ser replicada ou adaptada conforme particularidades da região a ser estudada, e também pode ser refinada a partir da ampliação da discussão com outros atores-chave que tenham mais conhecimento sobre os contextos social, econômico e político da região.
O trabalho é resultado de um dos editais dos projetos de capacitação promovido pela diretoria de inovação do IPT e pela Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT). Pesquisadores do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental, da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais e da Seção de Geotecnia estiveram envolvidos no estudo.
RESULTADOS E BALANÇO – “O debate após a apresentação indicou que esse é um tema emergente na área ambiental e representa um mercado potencial para o desenvolvimento e a aplicação de diversas soluções tecnológicas”, afirma ela. “As parcerias entre instituições públicas, privadas e terceiro setor para estudos exploratórios e aplicados, o aprimoramento de técnicas para a valoração e o monitoramento das ações, bem como o envolvimento dos vários stakeholders no processo, foram citados como fundamentais para a efetivação dos programas e dos projetos de PSA”.
O evento contou nesta edição com participantes de 26 nacionalidades, incluindo pesquisadores, estudantes, consultores ambientais e provedores de serviços, além de representantes do setor privado e dos governos local e estadual de diversos países. A conferência é organizada pela Rede de Pesquisa sobre Sustentabilidade (The On Sustainability Research Network), que oferece vários meios de comunicação contínua entre os membros para divulgação de inovações tecnológicas no ramo da sustentabilidade. O International Center for Balanced Land Use da Universidade de Newcastle, que é o atual local de treinamento da pesquisadora dentro do PDCE, faz parte da rede.
O próximo evento vai ocorrer em 2019 na cidade de Vancouver (Canadá).
Priscila apresentou o trabalho ‘Critérios para a priorização de microbacias formadoras do Sistema Cantareira no município de Joanópolis (SP) com foco no Pagamento de Serviços Ambientais (PSA)’ na seção temática Environmental Management and Governance da conferência.
A seleção de parâmetros para a priorização de microbacias hidrográficas como subsídio à aplicação de PSA foi o objetivo da pesquisa, explica ela: “Esse tipo de pagamento é um instrumento baseado em incentivos para a conservação ambiental e a manutenção dos serviços ecossistêmicos. De acordo com esse mecanismo, aqueles que se beneficiam dos serviços (como os usuários de água) devem pagar por eles, e aqueles que contribuem para a geração dos serviços (como os proprietários de terra a montante) devem ser compensados por proporcioná-los”.
O projeto buscou explorar o assunto no contexto da crise hídrica da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e verificar as potencialidades de atuação da equipe do IPT. A priorização espacial das áreas objeto dos pagamentos é um dos gargalos técnicos apontados pela literatura para a implantação dos esquemas de PSA, afirma a pesquisadora: “As áreas são, geralmente, selecionadas de maneira aleatória, pois uma premissa é a voluntariedade na transação entre as partes, o que pode resultar em investimentos em áreas com baixa relevância na provisão dos serviços ambientais hídricos”.
A partir de uma revisão bibliográfica e reuniões técnicas com equipe multidisciplinar, variáveis foram selecionadas a partir de atributos que pudessem ser mapeados na escala de trabalho. A inovação do método consistiu em reunir os critérios em dois grupos: um para representar o potencial hídrico natural de cada microbacia hidrográfica, no qual investimentos em ações de proteção e conservação ambiental devem ser aplicados; e outro indicando o grau de degradação das mesmas, nas quais devem ser promovidas ações de recuperação florestal, por exemplo.
“Em ambos os casos, se os recursos em ações de proteção/conservação ou recuperação/restauração forem aplicados em áreas com alta prioridade de acordo com a metodologia proposta, estima-se que melhores benefícios em termos hídricos podem ser alcançados”, afirma Priscila. “Os resultados representam um instrumento para suporte à tomada de decisão na definição das áreas estratégicas para os investimentos e são úteis para o aperfeiçoamento das iniciativas de PSA nos Comitês de Bacia Hidrográfica e do próprio governo do estado de São Paulo".
De acordo com a pesquisadora, a metodologia desenvolvida pode ser replicada ou adaptada conforme particularidades da região a ser estudada, e também pode ser refinada a partir da ampliação da discussão com outros atores-chave que tenham mais conhecimento sobre os contextos social, econômico e político da região.
O trabalho é resultado de um dos editais dos projetos de capacitação promovido pela diretoria de inovação do IPT e pela Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT). Pesquisadores do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental, da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais e da Seção de Geotecnia estiveram envolvidos no estudo.
RESULTADOS E BALANÇO – “O debate após a apresentação indicou que esse é um tema emergente na área ambiental e representa um mercado potencial para o desenvolvimento e a aplicação de diversas soluções tecnológicas”, afirma ela. “As parcerias entre instituições públicas, privadas e terceiro setor para estudos exploratórios e aplicados, o aprimoramento de técnicas para a valoração e o monitoramento das ações, bem como o envolvimento dos vários stakeholders no processo, foram citados como fundamentais para a efetivação dos programas e dos projetos de PSA”.
O evento contou nesta edição com participantes de 26 nacionalidades, incluindo pesquisadores, estudantes, consultores ambientais e provedores de serviços, além de representantes do setor privado e dos governos local e estadual de diversos países. A conferência é organizada pela Rede de Pesquisa sobre Sustentabilidade (The On Sustainability Research Network), que oferece vários meios de comunicação contínua entre os membros para divulgação de inovações tecnológicas no ramo da sustentabilidade. O International Center for Balanced Land Use da Universidade de Newcastle, que é o atual local de treinamento da pesquisadora dentro do PDCE, faz parte da rede.
O próximo evento vai ocorrer em 2019 na cidade de Vancouver (Canadá).