209 anos do BB

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Instituições brasileiras centenárias são poucas no Brasil; bicentenárias, menos ainda, como a Biblioteca Nacional e o Banco do Brasil, que comemora hoje, 12 de outubro, 209 anos de existência. Fundado em 1808 como primeiro banco em território do Império Português pelo então príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom João VI de Portugal), a instituição fazia parte de um conjunto de ações para a criação de indústrias manufatureiras no Brasil, incluindo isenções de impostos para importação de matérias-primas e de exportação de produtos industrializados.

Instituição centenária fundada em 1899, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) teve o seu primeiro contato com o Banco do Brasil na década de 1940, mais precisamente no ano de 1944, quando foi realizada uma prova de carga estrutural na atual agência 3055-4, que também é conhecida como Boulevard São Paulo ou Complexo São João.
Vista da montagem da prova de carga sobre laje de piso intermediário: lâmina d’água (sobrecarga) formada por \'piscina\' com paredes de alvenaria de tijolos de barro cozido...
Vista da montagem da prova de carga sobre laje de piso intermediário: lâmina d’água (sobrecarga) formada por \’piscina\’ com paredes de alvenaria de tijolos de barro cozido…
O edifício em que está localizada essa unidade se localiza no quarteirão formado pelas ruas Libero Badaró, São Bento e Avenida São João, local onde funciona hoje uma agência e também abriga a parte administrativa do banco na capital paulista.

Um dos testes mais eficientes para verificar a segurança de uma estrutura é a prova de carga. De acordo com a NBR 9607:1986 ‘Prova de Carga em Estruturas de Concreto Armado e Protendido’, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a prova de carga é o conjunto de atividades destinadas a analisar o desempenho de uma estrutura por meio da medição e controle de efeitos causados pela aplicação de ações externas de intensidade e natureza previamente estabelecidas.

A prova de carga é um dos ensaios in situ mais importantes em instrumentação de obras para avaliar o comportamento ao longo da vida útil de uma estrutura. “É um ensaio feito no próprio local da obra para avaliar o seu desempenho estrutural diante de uma carga de solicitação que é veiculada no momento do teste. Em resumo, é simular uma carga real para saber qual será o desempenho da estrutura”, explica o pesquisador José Theophilo Leme de Moraes, da atual Seção de Engenharia de Estruturas do IPT.

Segundo ele, tratava-se de um empreendimento arrojado para a época que teve de passar por trabalhos experimentais de medida de resistência estrutural, realizados por provas de carga que veicularam carregamentos estruturais preconizados pelo respectivo projeto.
...e armaduras de outras partes construtivas à mostra (\'arranques\').
…e armaduras de outras partes construtivas à mostra (\’arranques\’).
Por meio do trabalho pode ser investigado o desempenho estrutural da construção ante as cargas previstas, seja em sua fase construtiva, seja durante a vida útil, permitindo conclusões quanto à sua eficiência e segurança.

Além desses ensaios, também foram realizados na edificação do centro da capital paulista trabalhos de instrumentação das fundações, que tinham por finalidade verificar o comportamento dessa parte construtiva do empreendimento. Esse recurso permite observar os deslocamentos verticais do prédio (deflexões de ordem milimétrica) e também a estabilidade da edificação como um todo.

As fotos da prova de carga feita nesta agência do Banco do Brasil em maio de 1944 indicam que, antes da continuidade da construção dos multipavimentos acima de uma determinada laje, a obra foi interrompida. Uma mureta em alvenaria foi então montada na laje para simular a sobrecarga prevista no projeto e observar o comportamento dela.

A simulação da carga é feita normalmente com uma lâmina d’água: para cada metro de coluna d’água corresponde um carregamento de uma tonelada. “Os resultados do ensaio in situ mostram de uma maneira efetiva – ou seja, não se baseando em hipóteses, em considerações, mas a partir do comportamento real – o desempenho estrutural em termos de acréscimos de tensões e deslocamentos e analisar a eficiência do teste estrutural. Esta é a grande utilidade da prova de carga”, finaliza o pesquisador do IPT.

DÉCADA DE 1960 – Outros trabalhos foram executados em outras unidades do Banco do Brasil: em setembro de 1964 uma prova de carga foi executada nas instalações de uma agência localizada na cidade de Bauru, nos moldes da prova executada na agência do centro da capital paulista em 1944. Outro trabalho foi feito na agência da Rua Bom Pastor, no bairro paulistano do Ipiranga, em outubro de 1965.

“Essas investigações, que se juntam a outras na competência do grupo de trabalho especialista no asssunto, fornecem importantes serviços tecnológicos para a sociedade, tendo por objetivo preservar a segurança dos usuários”, explica Moraes. “Assim, ficam abrangidos por esses serviços aspectos da engenharia estrutural que estão relacionados ao desempenho adequado das construções, patologias, instrumentação, diagnósticos e prospecção”, conclui ele.

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