Destino: Brasil e mundo

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Cerca de 100 participantes estiveram presentes na manhã de ontem, 26 de setembro, no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para assistir às apresentações do seminário \’Prepare sua empresa para atender novos mercados\’, organizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Saber como preparar os produtos para atender novos mercados, superando as exigências técnicas de qualificação e certificação, e como aproveitar os programas subsidiados de apoio às micro, pequenas e médias empresas, foram mostrados ao público por representantes do IPT, da Investe São Paulo e da Think Plastic Think Brazil, assim como cases bem sucedidos de empresários que buscaram apoio do IPT.

Carlos Eduardo Mazzoni Ristum, diretor da Rewood, que produz desde 1992 ‘madeira plástica’ a partir de fibras e resíduos plásticos industriais, procurou ajuda do IPT a fim de solucionar problemas existentes em seu processo produtivo. Até aquele momento, explicou ele, era possível dizer que os produtos da empresa estavam sendo fabricados de modo artesanal:
Ristum: "Muitas vezes, o empresário brasileiro precisa sozinho resolver uma infinidade de problemas, mas existem soluções e apoios que nem sempre são conhecidos, com a vantagem de serem subsidiados"
Ristum: "Muitas vezes, o empresário brasileiro precisa sozinho resolver uma infinidade de problemas, mas existem soluções e apoios que nem sempre são conhecidos, com a vantagem de serem subsidiados"
“Quando procura soluções para seus problemas no mercado com os fornecedores, o empresário muitas vezes tem dificuldade para encontrá-las. No meu caso, o IPT chegou para resolver as questões: eles perguntaram qual era o objetivo da empresa, e inclusive colocamos a eles naquele momento a intenção de iniciar as vendas para o exterior”, afirmou Ristum, cujo produto substitui a madeira convencional em aplicações voltadas principalmente à arquitetura, como decks e pergolados, mas também pode ser usado em assoalhos de caminhões e em paletes.

A partir dos ensaios realizados nos laboratórios do Projeto Unidades Móveis (Prumo) e das orientações dadas pela equipe técnica, foi possível melhorar o acabamento superficial das peças, o tempo de produção e o preenchimento dos moldes. “Posso dizer que existem o antes e o depois da visita do IPT: muitas vezes, o empresário brasileiro precisa sozinho resolver uma infinidade de problemas, mas existem soluções e apoios que nem sempre são conhecidos, com a vantagem de serem subsidiados. A partir das mudanças sugeridas, começamos a exportação para os Estados Unidos que, para o mercado de ‘madeira plástica’, é um dos mais consolidados”, finalizou Ristum.

MERCADOS EM MUTAÇÃO – Fabricante de aquecedores, duchas elétricas, duchas frias, acessórios para banheiro e pressurizadores, a Cardal Eletro Metalúrgica iniciou suas atividades industriais em 1973 e hoje tem cerca de três mil pontos de venda no Brasil. Carlos Alexandre Cella, gerente industrial da empresa, lembrou em sua apresentação que nas décadas de 1980 e 1990 teve início no Brasil a discussão da elaboração de normas técnicas e regulamentações, e foi nesta época que começou o relacionamento da Cardal com o IPT.

“Não havia normas técnicas para a linha de aquecedores e duchas. Equipes do IPT e do Inmetro se reuniram e um dos resultados mais importantes desta parceria foi a criação do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), sendo que o nosso segmento industrial foi um dos primeiros a serem incluídos no programa. O IPT foi fundamental na iniciativa pois assumiu a coordenação de estudos da ABNT para o desenvolvimento das normas técnicas e também do regulamento específico criado pelo Inmetro da etiquetagem, o que colaborou no final para a informação dos consumidores sobre a eficiência energética de cada produto”, explicou o gerente industrial.

Segundo ele, o Brasil exporta hoje, entre chuveiros elétricos e aquecedores, cerca de U$ 27 milhões anualmente (dados de 2016) e uma quantidade em torno de quatro milhões de unidades. A Cardal está presente atualmente na América Latina, África e Europa, e, por ser um mercado extremamente competitivo, é necessário estar sempre atento às exigências técnicas de cada mercado para manter ou até mesmo ganhar novos clientes: “Estávamos comercializando com sucesso uma linha de aquecedores de água no mercado equatoriano, mas em 2016 foi criada uma regulamentação estabelecendo a certificação compulsória dos produtos”, afirmou Cella. A partir de então, previamente à importação ou fabricação do produto no mercado equatoriano, os aquecedores deveriam estar adequados a uma norma da International Electrotechnical Commission (IEC).

A empresa procurou então o Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento do IPT para adaptar os aquecedores às novas exigências. “Essa linha de produtos havia sido desenvolvida para estar de acordo com as normas brasileiras e, após quatro meses de ensaios, recebemos o relatório apontando a conformidade do produto à norma IEC. Isso facilitou não somente a continuidade da exportação para o Equador, mas também abriu a janela para novos mercados”, concluiu ele.

FOMENTO PARA MPEs – Mari Tomita Katayama, diretora do Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa do IPT, chamou a atenção em sua apresentação para as novas iniciativas em 2017 da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – Embrapii – destinadas ao segmento das micro e pequenas empresas.
Mari: parceria da Embrapii com Sebrae facilitou a adesão das MPEs em projetos de P&D&I
Mari: parceria da Embrapii com Sebrae facilitou a adesão das MPEs em projetos de P&D&I
Até então era uma instituição voltada a contribuir no desenvolvimento das médias e das grandes empresas, a parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em junho de 2017 trouxe uma mudança: eles passaram a pagar uma parte da contrapartida das empresas na execução de projetos de desenvolvimento de pesquisa tecnológica para inovação.

Até então, o modelo da Embrapii previa que a associação e a empresa contratante entrariam com os recursos financeiros e a instituição parceira – no caso, a universidade ou o ICT – com os recursos econômicos. “Nem sempre este modelo era palatável para as pequenas empresas; com a entrada do Sebrae, a contrapartida das MPEs passou a ser dividida com eles, facilitando a adesão ao programa”, explicou Mari, lembrando que o Sebrae considera como pequenas empresas somente aquelas com faturamento anual máximo de R$ 3,6 milhões.

São duas as modalidades de projetos de P&D&I na Embrapii: a primeira, voltada ao desenvolvimento tecnológico, destina-se apenas aos microempreendedores individuais, startups, micro e pequenas empresas. O Sebrae aporta nesse caso até 70% da contraparte da pequena empresa e os recursos são limitados ao valor de R$ 210 mil.

A segunda é destinada ao encadeamento tecnológico e pode contar com empresas de todos os portes, com faturamento anual superior a R$ 3,6 milhões. O valor máximo de aporte do Sebrae será de 80% da contraparte da empresa, até o limite de R$ 300 mil.

Clique abaixo e leia também a reportagem de cobertura do evento feita pelo Diário Oficial de São Paulo:

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