Muita brincadeira, tempo livre e tardes ensolaradas são parte aguardada do ano de muitas crianças e adolescentes que entram em férias no começo do mês de julho. E uma das brincadeiras mais antigas e populares, herança geracional das nossas crianças, é empinar pipa.
A atividade tem o potencial de tirar os jovens de casa e unir amigos e família – o problema é quando ela se torna perigosa.
O uso do cerol continua frequente nos últimos anos apesar dos perigos que apresenta. Usado para tornar a brincadeira mais competitiva, o pesquisador Hamilton Lelis Ito, do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, explica que “a técnica consiste em envolver a linha da pipa em cola e, posteriormente, vidro moído”. A intenção é cortar a linha de jogadores próximos, mas os danos causados pela prática vão de prejuízos à rede elétrica até morte de transeuntes.
Se para quem empina a pipa o único perigo que o cerol apresenta é o de pequenos ferimentos, reportagens já alertaram para o risco de que o fio poderia causar cortes profundos em quem passa pelas ruas e também em motociclistas, muitas vezes levando à morte.
Lelis Ito estudou um aspecto nocivo e potencialmente fatal da prática: o prejuízo a fios da rede elétrica e os riscos à população. O mote para a análise foi o caso ocorrido em 2009, quando um transeunte morreu eletrocutado por um cabo que se partiu e caiu em consequência do atrito com uma linha com cerol, no município de São Paulo.
Um pedaço do cabo foi enviado ao IPT para análise de falha e, após a constatação de restos de rabiolas de pipa presos ao objeto e cortes nos arames que o constituíam, a equipe do laboratório concluiu que o rompimento havia acontecido em função do atrito de linha com cerol. O transeunte esbarrou no cabo caído e faleceu eletrocutado.
O pesquisador chama atenção para a necessidade de reforçar campanhas de conscientização. “A criança ou adulto que brinca descobre rapidamente que não leva choque enquanto segura uma linha de cerol encostada a um cabo condutor de eletricidade, mas não se pode esquecer do perigo para outras pessoas”, enfatiza. Especialmente porque, aos primeiros atritos com o cerol, o cabo pode não romper-se imediatamente, como explica Lelis Ito: “muitas vezes, o dano causado pelo atrito pode não ser suficiente para cortar o cabo, mas o torna menos resistente. Chuvas, ventos e outras circunstâncias a que normalmente o material resistiria podem ser suficientes para derrubar os cabos e causar acidentes”.
Há outros prejuízos menos graves que mortes, mas que, segundo pesquisador, devem ser lembrados. O rompimento de fios interrompe a transmissão de energia, e pode causar apagões na região abastecida por aquela rede. Além do transtorno à população daquela área e à companhia de distribuição de eletricidade – que terá de repor os cabos -, a escuridão pode tornar estes ambientes menos seguros e propensos a atos de violência.
Algumas soluções para o problema propostas pelo pesquisador são a construção de dutos e galerias para fios subterrâneos e, principalmente, a intensificação de campanhas públicas. A inviabilidade de aplicar a primeira opção a curto prazo para a maioria das grandes cidades, já construídas e que crescem sem planejamento, só aumenta a necessidade da segunda.
A atividade tem o potencial de tirar os jovens de casa e unir amigos e família – o problema é quando ela se torna perigosa.
O uso do cerol continua frequente nos últimos anos apesar dos perigos que apresenta. Usado para tornar a brincadeira mais competitiva, o pesquisador Hamilton Lelis Ito, do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, explica que “a técnica consiste em envolver a linha da pipa em cola e, posteriormente, vidro moído”. A intenção é cortar a linha de jogadores próximos, mas os danos causados pela prática vão de prejuízos à rede elétrica até morte de transeuntes.
Se para quem empina a pipa o único perigo que o cerol apresenta é o de pequenos ferimentos, reportagens já alertaram para o risco de que o fio poderia causar cortes profundos em quem passa pelas ruas e também em motociclistas, muitas vezes levando à morte.
Lelis Ito estudou um aspecto nocivo e potencialmente fatal da prática: o prejuízo a fios da rede elétrica e os riscos à população. O mote para a análise foi o caso ocorrido em 2009, quando um transeunte morreu eletrocutado por um cabo que se partiu e caiu em consequência do atrito com uma linha com cerol, no município de São Paulo.
Um pedaço do cabo foi enviado ao IPT para análise de falha e, após a constatação de restos de rabiolas de pipa presos ao objeto e cortes nos arames que o constituíam, a equipe do laboratório concluiu que o rompimento havia acontecido em função do atrito de linha com cerol. O transeunte esbarrou no cabo caído e faleceu eletrocutado.
O pesquisador chama atenção para a necessidade de reforçar campanhas de conscientização. “A criança ou adulto que brinca descobre rapidamente que não leva choque enquanto segura uma linha de cerol encostada a um cabo condutor de eletricidade, mas não se pode esquecer do perigo para outras pessoas”, enfatiza. Especialmente porque, aos primeiros atritos com o cerol, o cabo pode não romper-se imediatamente, como explica Lelis Ito: “muitas vezes, o dano causado pelo atrito pode não ser suficiente para cortar o cabo, mas o torna menos resistente. Chuvas, ventos e outras circunstâncias a que normalmente o material resistiria podem ser suficientes para derrubar os cabos e causar acidentes”.
Há outros prejuízos menos graves que mortes, mas que, segundo pesquisador, devem ser lembrados. O rompimento de fios interrompe a transmissão de energia, e pode causar apagões na região abastecida por aquela rede. Além do transtorno à população daquela área e à companhia de distribuição de eletricidade – que terá de repor os cabos -, a escuridão pode tornar estes ambientes menos seguros e propensos a atos de violência.
Algumas soluções para o problema propostas pelo pesquisador são a construção de dutos e galerias para fios subterrâneos e, principalmente, a intensificação de campanhas públicas. A inviabilidade de aplicar a primeira opção a curto prazo para a maioria das grandes cidades, já construídas e que crescem sem planejamento, só aumenta a necessidade da segunda.