Tratamentos com nanofibras

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Em doze meses de estudo, os conhecimentos gerados e a possibilidade de desenvolver uma tecnologia para produzir nanofibras a partir do processo de eletrofiação, despertou na pesquisadora Maria Helena Ambrósio Zanin, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas (LPP), do Centro de Tecnologia de Processos e Produtos (CTPP), a ideia de utilizar esse material para aplicações em duas áreas farmacêuticas promissoras: cosmética e odontológica.

O fármaco de interesse é incorporado às nanofibras no momento de sua produção, por meio de microfluídica. O processo recobre e protege o medicamento que depois passa a ter aplicação para tratamentos
O fármaco de interesse é incorporado às nanofibras no momento de sua produção, por meio de microfluídica. O processo recobre e protege o medicamento que depois passa a ter aplicação para tratamentos
Parecida com uma folha de papel, a nanofibra é repleta de fibras de material polimérico sobrepostas umas às outras, podendo ser produzida com diâmetro de 100 nm até micrometros. Tendo o fármaco de interesse incorporado à nanofibra, sua aplicação pode ser utilizada para liberação tópica (onde as substâncias agem diretamente na pele ou em feridas, penetrando na epiderme) e transdérmica (sendo aplicada na pele para ser absorvida pela circulação, atingindo a corrente sanguínea). O processo funciona para que os medicamentos consigam agir em determinadas regiões do corpo para tratamento de doenças ou estética.“A nanofibra exerce a função de um veículo para transportar um fármaco a um alvo determinado”, explicou Maria Helena.

Para asegurar a funcionalidade do tratamento foi preciso um aprofundamento do estudo que garante a permanência do fármaco dentro da nanofibra sem que haja alterações de incompatibilidade e, principalmente, garante a consolidação de sua permeação na pele. Os testes foram realizados em membranas biológicas suínas que mimetizam a aplicação no corpo humano, incluindo pele e região bucal. Segundo a pesquisadora, a nanofibra está sendo estudada no mundo todo, mas o IPT já possui conhecimento nos dois lados dessa tecnologia, no processo de produção e caracterização do material. Além de trabalhar com fármacos que possibilitarão a progressão nas áreas cosmética e odontológica, a pesquisadora também vem buscando a parte de escalonamento desse processo.

Micrografia de nanofibras, que podem ser produzidas de 100nm até micrômetros
Micrografia de nanofibras, que podem ser produzidas de 100nm até micrômetros
Os investimentos foram de 81,4 mil como projeto interno e encerrou com duas patentes de produto, agora em fase de depósito, mas as ideias de expansão a partir desse estudo continuam. A pesquisadora assimilou, por exemplo, o mesmo sistema feito com a nanofibra, entretanto com algumas mudanças de configuração, para produzir nanopartículas. E outra etapa de capacitação em desenvolvimento é a criação de nanofibra com polímero super-hidrofílico (que absorve fortemente a água), podendo ser utilizada em produtos que envolvem absorção de líquidos.

O processo de fabricação, baseado em microfluídica, será aperfeiçoado para viabilidade de produzir quantidades comerciais de nanofibras, mas os resultados são positivos, afirma Maria Helena: “As possibilidades de aplicações são diversas e o CTPP já está preparado para atender os desafios e demandas decorrentes desse estudo. Com o desenvolvimento dessa técnica, o mercado tende a absorver esta tecnologia pelos benefícios decorrentes das características do material”.

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