No mês de julho foi lançada a segunda edição do ranking anual ‘Valor Inovação Brasil 2016’, elaborado pelo grupo Valor Econômico em conjunto com a Strategy&, consultoria de estratégia ligada ao grupo PricewaterhouseCoopers. Cruzando os dados da pesquisa que apontou as 100 empresas nacionais mais inovadoras com um levantamento feito pela Gerência de Orçamento e Controle do IPT, chega-se a dois fatos relevantes do ponto de vista institucional: o primeiro é a constatação de que entre as 10 empresas que estão no topo do ranking – Embraer, 3M, Natura e Grupo Boticário, entre outras – nove são clientes do IPT nos últimos 10 anos. O segundo fato é que 72 das 100 empresas mais inovadoras, em 17 setores analisados, foram ou são clientes do IPT.
Há outros destaques apontados pela pesquisa.
Núcleo de Estruturas Leves do IPT, em São José dos Campos, é parceiro da Embraer em projetos inovadores
Um deles é que 78% das empresas ranqueadas possuem ou buscam parcerias com universidades e institutos de pesquisas. Outro sugere que, apesar do cenário econômico atual bastante desafiador, 43% dessas empresas não alteraram o fluxo de recursos alocados em P&D&I. O recorte da amostra levou em conta a receita líquida anual das empresas, na marca de R$ 500 milhões.
Segundo Gerson Valença Pìnto, vice-presidente de Inovação da Natura e ex-presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), “o desafio é manter o foco, priorizar e não abrir mão de iniciativas capazes de colocar a empresa em outro patamar de mercado. [Inovação] não pode ser algo circunstancial, de curto prazo”. Para o diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, a instituição de pesquisa é parceira estratégica diante do desafio de inovar: “A capacidade de o Instituto colocar sua multidisciplinaridade e habilidade em fazer o scale-up de processos pode fazer toda a diferença na velocidade da empresa em levar o novo ao mercado”.
METODOLOGIA – Neste ano, 185 empresas se inscreveram e 162 questionários foram validados pela coordenação da pesquisa. Para Eduardo Fusaro, sócio da Strategy&, “medir inovação no Brasil exige metodologia própria” para que se possa investir no seu melhoramento contínuo.
A avaliação das empresas foi feita com base em quatro grandes critérios: Intenção, Esforço, Resultados e Avaliação de Mercado.
• Intenção: “as questões relacionadas à intenção que a organização demonstra para inovar permitem entender e verificar se estratégia, visão, cultura e valores contemplam (de fato) a inovação”;
• Esforço: “medidos recursos monetários, estruturas organizacionais e processos dedicados à inovação demonstram o esforço para sua realização. Confirmam a intenção pela ação e se a inovação vai além do discurso”;
• Resultados: “resumem o papel da inovação no desempenho da empresa, podendo ser avaliados como ‘resultados gerais’ (referem-se à capacidade da empresa para alcançar metas de inovação) e ‘resultados específicos’ (inovações realizadas)”;
• Avaliação de Mercado: “feita por meio da análise das empresas mais citadas como inovadoras pelas demais participantes da pesquisa”.