A avaliação do ciclo de vida (ACV) é um método que permite quantificar impactos ambientais associados a distintos produtos e serviços, levando em conta todas as etapas do ciclo, desde a extração da matéria-prima até o fim de vida (que pode compreender, por exemplo, a disposição em aterros ou reciclagem), passando pelos processos de manufatura, aplicação e de uso. O IPT está se capacitando para utilizar essa metodologia em insumos da construção civil, iniciando por aqueles que integram a cesta de produtos geralmente usados nas edificações habitacionais.
O projeto coordenado pelas engenheiras Fernanda Belizario Silva e Luciana Oliveira, pesquisadoras do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, está focado em aplicar o método de ACV nas etapas de extração de matérias primas e de fabricação de 12 produtos: bloco cerâmico, bloco de concreto, concreto moldado no local, argamassa, tinta acrílica, forma de madeira, estrutura de madeira para telhado, telha de fibrocimento, telha cerâmica, chapa de gesso para drywall, placa de fibrocimento e perfis de aço conformados a frio com revestimento de zinco.
O projeto está na metade dos dois anos previstos de duração. O grupo interdisciplinar de pesquisa envolve também pesquisadores dos centros de Tecnologia de Obras de Infraestrutura, de Tecnologias Geoambientais, de Tecnologia de Recursos Florestais e de Metrologia Mecânica, Elétrica e de Fluidos. Dois artigos científicos já foram publicados, um deles em congresso internacional, além da participação efetiva nas discussões da portaria que estabelece o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida, em implantação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
“Apesar de ser usada, por exemplo, em programas da Comunidade Europeia que exigem a Declaração Ambiental de Produto (DAP) dos itens a serem comercializados, a ACV está começando a ganhar espaço no Brasil, inclusive no setor da construção civil, um segmento que impacta muito o meio ambiente. O IPT está participando das discussões com o Inmetro, além de integrar outros fóruns técnicos”, afirma Fernanda.
De acordo com a pesquisadora, a ACV pode ser uma ferramenta utilizada para selecionar os fornecedores de material com base em critérios ambientais. “O mesmo material pode ser produzido de várias maneiras, com impactos diferentes. Feita a ACV, as empresas terão condições de conhecer e eventualmente declarar seus impactos. O método pode, portanto, ser um instrumento para contribuir nas decisões de compra e está inserido em um mercado em ascensão – existem certificações de edifícios, por exemplo, que dão ‘créditos’ a produtos que tenham declarações ambientais”. Além disso, a ACV deve auxiliar os fornecedores de materiais de construção a aperfeiçoar seus processos de manufatura, visando melhorar o desempenho ambiental dos seus produtos.
PROJETO – Alguns bancos de dados com ACV de diversos produtos estão disponíveis em todo o mundo. No entanto, essas informações não estão adaptadas para a realidade brasileira de produção de insumos. Como explica Fernanda, são diferentes os impactos de um cimento produzido no País e fora dele: “A matriz energética, as condições de extração das matérias-primas e os processos produtivos são diferentes em cada lugar e impactam no resultado do produto”. É nisso que o projeto do IPT se concentra: em construir um método que leve em conta as especificidades nacionais.
O trabalho, assim, é feito em duas etapas. Num primeiro momento, considerado teórico, são compiladas as informações disponíveis nos bancos de dados internacionais e realizada uma primeira análise dos dados com base no conhecimento técnico da equipe do IPT, verificando o que precisa ser avaliado localmente. Posteriormente são feitas visitas às fábricas dos diferentes produtos, a fim de coletar os dados reais do processo de produção no País. Neste segundo momento estão sendo visitadas ao menos duas fábricas por produto, para se ter uma base de comparação. Itens como consumo de energia, consumo de água e geração de resíduos, dentre outros, são verificados e geram o inventário de ciclo de vida de cada produto. Os inventários são então inseridos em um software que permite calcular os impactos ambientais associados a este produto, com base em métodos internacionalmente reconhecidos.
O objetivo do projeto é elaborar um método para realizar a ACV de produtos de construção, tendo como base, a princípio, os cinco impactos determinados pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS): emissão de gás de efeito estufa, consumo de água, consumo de energia, consumo de recursos naturais e geração de resíduos.
“Com o método assegurado no final do projeto, o IPT poderá complementar as avaliações técnicas de produtos e sistemas que já faz, agregando as informações ambientais. A portaria do Inmetro abre ainda outra oportunidade para o IPT, que pode se constituir como um Organismo Certificador de Produto (OCP), o que será necessário para a emissão das DAPs. Estas oportunidades de negócio decorrentes do projeto estão sendo discutidas internamente”, finaliza Fernanda.
O projeto coordenado pelas engenheiras Fernanda Belizario Silva e Luciana Oliveira, pesquisadoras do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, está focado em aplicar o método de ACV nas etapas de extração de matérias primas e de fabricação de 12 produtos: bloco cerâmico, bloco de concreto, concreto moldado no local, argamassa, tinta acrílica, forma de madeira, estrutura de madeira para telhado, telha de fibrocimento, telha cerâmica, chapa de gesso para drywall, placa de fibrocimento e perfis de aço conformados a frio com revestimento de zinco.
O projeto está na metade dos dois anos previstos de duração. O grupo interdisciplinar de pesquisa envolve também pesquisadores dos centros de Tecnologia de Obras de Infraestrutura, de Tecnologias Geoambientais, de Tecnologia de Recursos Florestais e de Metrologia Mecânica, Elétrica e de Fluidos. Dois artigos científicos já foram publicados, um deles em congresso internacional, além da participação efetiva nas discussões da portaria que estabelece o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida, em implantação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
“Apesar de ser usada, por exemplo, em programas da Comunidade Europeia que exigem a Declaração Ambiental de Produto (DAP) dos itens a serem comercializados, a ACV está começando a ganhar espaço no Brasil, inclusive no setor da construção civil, um segmento que impacta muito o meio ambiente. O IPT está participando das discussões com o Inmetro, além de integrar outros fóruns técnicos”, afirma Fernanda.
De acordo com a pesquisadora, a ACV pode ser uma ferramenta utilizada para selecionar os fornecedores de material com base em critérios ambientais. “O mesmo material pode ser produzido de várias maneiras, com impactos diferentes. Feita a ACV, as empresas terão condições de conhecer e eventualmente declarar seus impactos. O método pode, portanto, ser um instrumento para contribuir nas decisões de compra e está inserido em um mercado em ascensão – existem certificações de edifícios, por exemplo, que dão ‘créditos’ a produtos que tenham declarações ambientais”. Além disso, a ACV deve auxiliar os fornecedores de materiais de construção a aperfeiçoar seus processos de manufatura, visando melhorar o desempenho ambiental dos seus produtos.
PROJETO – Alguns bancos de dados com ACV de diversos produtos estão disponíveis em todo o mundo. No entanto, essas informações não estão adaptadas para a realidade brasileira de produção de insumos. Como explica Fernanda, são diferentes os impactos de um cimento produzido no País e fora dele: “A matriz energética, as condições de extração das matérias-primas e os processos produtivos são diferentes em cada lugar e impactam no resultado do produto”. É nisso que o projeto do IPT se concentra: em construir um método que leve em conta as especificidades nacionais.
O trabalho, assim, é feito em duas etapas. Num primeiro momento, considerado teórico, são compiladas as informações disponíveis nos bancos de dados internacionais e realizada uma primeira análise dos dados com base no conhecimento técnico da equipe do IPT, verificando o que precisa ser avaliado localmente. Posteriormente são feitas visitas às fábricas dos diferentes produtos, a fim de coletar os dados reais do processo de produção no País. Neste segundo momento estão sendo visitadas ao menos duas fábricas por produto, para se ter uma base de comparação. Itens como consumo de energia, consumo de água e geração de resíduos, dentre outros, são verificados e geram o inventário de ciclo de vida de cada produto. Os inventários são então inseridos em um software que permite calcular os impactos ambientais associados a este produto, com base em métodos internacionalmente reconhecidos.
O objetivo do projeto é elaborar um método para realizar a ACV de produtos de construção, tendo como base, a princípio, os cinco impactos determinados pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS): emissão de gás de efeito estufa, consumo de água, consumo de energia, consumo de recursos naturais e geração de resíduos.
“Com o método assegurado no final do projeto, o IPT poderá complementar as avaliações técnicas de produtos e sistemas que já faz, agregando as informações ambientais. A portaria do Inmetro abre ainda outra oportunidade para o IPT, que pode se constituir como um Organismo Certificador de Produto (OCP), o que será necessário para a emissão das DAPs. Estas oportunidades de negócio decorrentes do projeto estão sendo discutidas internamente”, finaliza Fernanda.