Dia do Trânsito

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No dia nacional do trânsito, que o país comemora em 25 de setembro, durante a Semana da Mobilidade, o tema da segurança, tanto para pedestres como para ciclistas e condutores, emerge com frequência. Entre os diversos itens que garantem a integridade do passageiro ou do motorista de veículos motorizados, o cinto de segurança merece destaque. No entanto, sua eficácia só é atestada se o cinto, assim como seus pontos de fixação, passarem por rigorosos controles. O IPT é uma das únicas instituições no Brasil acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para realizar ensaios de ancoragem de cintos, que garantem que os mecanismos em que o cinto é fixado continuarão estáveis no caso de um impacto.

De acordo com o pesquisador Sergio Francisco Dela Antonio, do Laboratório de Equipamentos Mecânicos e Estruturas, responsável pelos testes, os ensaios são realizados nas carroçarias dos veículos – carros de passeio, caminhões, ônibus e micro-ônibus – e não apenas no banco, porque todos os componentes da estrutura do veículo ou do assento devem estar em conformidade para garantir a eficiência da ancoragem. “Elementos como assoalho e bancos, dentre outros, fazem parte dos componentes de fixação do cinto. Por isso o ensaio é realizado para cada novo modelo de veículo lançado no mercado, ainda que ele sofra pequenas atualizações”.
Servoatuadores hidráulicos aplicam força sobre os cintos durante realização do ensaio
Servoatuadores hidráulicos aplicam força sobre os cintos durante realização do ensaio


As montadoras, a exemplo da Ford, são as grandes clientes do IPT para esse tipo de serviço, que é regido pela norma ABNT NBR 6091:2009. O ensaio é realizado na própria carroçaria do veículo em desenvolvimento, que é transportado com os respectivos bancos, elementos de ligação e cintos ao laboratório do Instituto. Servoatuadores hidráulicos controlados são presos a dispositivos que, por sua vez, estão atados aos cintos, que recebem uma força no sentido para frente do veículo de 4.500 N a 22.250 N, a depender da categoria do veículo e do tipo de cinto. Essa força deve ser aplicada por 0,2 segundos, sendo todo o processo controlado por sistema computadorizado. O ensaio visa avaliar a integridade de todos os componentes envolvidos na ancoragem do cinto, que não podem ser danificados durante o teste.

A força funciona como uma simulação do impacto do veículo, levando em conta a desaceleração e a massa do ocupante. Quando ocorre uma colisão, o corpo do motorista ou passageiro chega a alcançar mais de 30 vezes o seu peso em situações normais, devido à rápida desaceleração que o meio de transporte sofre. As normas de segurança levam em conta esse fator para testar os equipamentos de proteção no limite de sua resistência.

Dados da medicina do tráfego mostram que o uso de cinto no banco da frente pode reduzir em 45% o risco de mortes em acidentes, enquanto no banco traseiro o índice corresponde a 75%. Não à toa a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) está em plena campanha de conscientização pelo uso do equipamento para os passageiros que andam no banco de trás, obrigação que é prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro há mais de uma década, mas ainda menos usual do que o desejado.

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