No dia 24 de junho o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) celebra mais um ano de existência, em uma história que se confunde com a do desenvolvimento do País. Desde sua criação, em 1899, é possível contabilizar milhares de projetos, estudos, soluções, ensaios, testes e medições que a instituição, referência nacional em ciência, tecnologia e inovação, realizou para os setores público e privado.
Originário do Gabinete de Resistência dos Materiais criado pelo profº Antônio Francisco de Paula Souza, a denominação do IPT como Instituto se dá em 1934, pelas mãos do engenheiro Ary Torres. Desde então não é possível contar a história do crescimento de São Paulo e do Brasil sem mencionar o apoio tecnológico que o IPT ofereceu em áreas como energia, transportes, construção civil e meio ambiente, o que só foi obtido graças ao conhecimento dos milhares de pesquisadores e colaboradores que passaram pela instituição.
Uma amostra dessa centenária trajetória pode ser encontrada nas ruas da cidade de São Paulo pelo transeunte que estiver atento às denominações de vias que homenageiam personalidades que fizeram história no IPT. Hoje eles integram de maneira permanente o tecido urbano paulistano, um inegável reconhecimento da importância da ciência e tecnologia para a sociedade. Nomes como Paula Souza e Ary Torres, acima citados, além dos ex-presidentes do Instituto Willy Fischer (gestão 1903-1906), Adriano Marchini (1939-1949) e Francisco Maffei (1949 – 1968), são alguns dos luminares do IPT que, pioneiros em suas respectivas áreas de atuação, atualmente delineiam os caminhos da urbe.
Figurar na memória oficial da cidade é significativo. De acordo com Maurílio José Ribeiro, do Núcleo Denominação de Logradouros Públicos do Arquivo Histórico de São Paulo, o nome de rua “pode ser visto como vestígio de um tempo passado que, se bem interpretado, indica nossas escolhas e os valores nelas representados”.
Ribeiro explica que na década de 70, diante do crescimento acelerado e da demanda por regularização de endereços, houve uma reorganização dos nomes de ruas em São Paulo. Se em 1930 a legislação privilegiava o critério ‘fatos da cidade ou da história pátria’, o Decreto nº 10.438/1973 ampliou as alternativas, incluindo também nomes de pessoas. A lei preconizava, entre os requisitos a serem atendidos, que o homenageado tivesse prestado ‘relevantes serviços à Pátria, ao Estado, à Cidade ou à Humanidade, nos diversos campos do conhecimento humano, da política, da educação e cultura e da filantropia’. Para atender à extensa demanda, foi criado um Banco de Nomes, a partir das sugestões de um grupo de especialistas, que reuniu fontes e obras de referência para formar um cadastro de eventuais homenageados, entre eles inúmeros cientistas e engenheiros. No total o Banco era composto de 25 mil sugestões, com as devidas justificativas.
Na década de 80 a Seção de Denominação de Logradouros do Arquivo Histórico Municipal ofereceu novas indicações, a fim de completar o Banco de Nomes, trabalho que foi realizado até 1992. Como parte desse projeto, em 1990 foi lançado o programa Participação Popular, que proporcionava também ao cidadão a possibilidade de indicar novos nomes para as ruas da cidade, o que acabou sendo responsável pela designação de grande quantidade de vias. Ainda hoje o governo municipal se vale de seu cadastro de nomes, sempre que há a necessidade de regularização de um endereço. A indicação pode vir também, segundo Ribeiro, da Câmara de Vereadores, de órgãos da administração pública, institutos, entidades ou associações particulares de interesse social, além de recomendação do próprio prefeito.
Advindos de iniciativas do governo ou da população, os nomes dos ipeteanos ilustres hoje fazem mais do que servir de localização geográfica. Eles constituem um reconhecimento da importância da área tecnológica, um registro de um tempo e um patrimônio cultural de todos os cidadãos, trazendo um motivo a mais de comemoração no aniversário da instituição.
Confira abaixo em que ruas da cidade o IPT está presente.