Produtividade das MPEs

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“Em 1999, tínhamos menos de 30 países em nossa carteira de exportação; hoje estamos presentes em 110 deles na Europa, na África e no Oriente Médio, com uma fábrica em abertura na Índia. Isso foi possível graças ao respaldo tecnológico do Programa de Apoio Tecnológico à Exportação do IPT, o Progex, que auxiliou a empresa a alcançar um nível de encorajamento para levar os equipamentos médicos e de laboratório para um número maior de mercados internacionais”, afirmou o diretor da Fanem, Djalma Rodrigues, em depoimento dado durante o seminário ‘Formas de Aumentar a Produtividade das MPEs’ realizado no campus do IPT na manhã do dia 13 de maio.

Seminário organizado pelo IPT e pela Fiesp contou com a participação de 130 empresários
Seminário organizado pelo IPT e pela Fiesp contou com a participação de 130 empresários
O evento promovido pelo IPT e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teve como objetivo divulgar as ferramentas de atuação (download da apresentação disponível abaixo) disponibilizadas pelo Núcleo de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa para a solução de problemas específicos objetivando, a partir de diagnósticos particulares, reduzir custos, qualificar produtos para concorrer no mercado interno, adaptar produtos para a exportação em atendimento às exigências técnicas internacionais, melhorar processos e gestão, além de apoio para uma produção mais limpa.

Rodrigues foi um dos quatro clientes a participar do seminário com depoimentos sobre o relacionamento de empresas privadas com o IPT. A Fanem buscou primeiramente o auxílio do Progex para a realização de ensaios visando à adequação dos produtos à certificação tanto do Inmetro quanto da marcação CE, e também foi a primeira empresa no Brasil a ser certificada com a diretiva RoHS, que trata da restrição ao uso de substâncias perigosas como o chumbo, para um equipamento destinado à fototerapia.

A evolução das exportações brasileiras de equipamentos médico-hospitalares e odontológicos mostra uma curva ascendente que não sofreu grandes impactos nem mesmo em períodos de crise: em 2002, os valores foram de 195 milhões de dólares e, em 2013, chegaram a 737 milhões de dólares, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). “Hoje temos 85% de presença no mercado nacional e representamos 90% da pauta de exportação em neonatologia”, afirmou ele.



Os outros três depoimentos foram de clientes que utilizaram o Projeto Unidades Móveis, o Prumo, no qual é feito um atendimento in loco ao cliente em um laboratório móvel dotado de equipamentos para realização de ensaios. Wagner da Cruz Pires, diretor da Farede Injetados Plásticos e Ferramentaria que desenvolve produtos e serviços para a fabricação de moldes e injeção de plásticos, procurou o IPT pela primeira vez para resolver um problema de quebra em cravos de solados de chuteiras em poliuretano: “Temos de agradecer a esta iniciativa importante que funciona como a extensão da fábrica de um pequeno empresário, pois ele permite ao empresário desenvolver as suas ideais e transformá-las em realidade”.

Romulo Augustus Caixeta Guimarães, diretor comercial da fabricante de chás prontos Naturilex, buscou auxílio do IPT em 2014 para solucionar dois problemas na linha de produção: a dificuldade de abertura das garrafas após o envasamento, pois a tampa de polipropileno colava no anel fabricado em etileno acetado de vinila (EVA) em função da temperatura da operação, e o rasgamento e a deformação dos rótulos.

“Procuramos o IPT pela necessidade de melhorar a produtividade porque atuamos em um segmento em que temos concorrentes como a Coca-Cola, a Ambev e a Nestlé”, explicou ele. Após o atendimento do Prumo, os resultados foram significativos: o pico de vendas dos produtos da empresa é no verão, e um aumento de 80% nas vendas no primeiro trimestre de 2015 foi registrado em comparação ao mesmo período de 2014.

O terceiro depoimento foi do empresário Rogério Sforsin, da Sforplast, empresa que atua desde 1986 na fabricação de peças para o segmento de termoplásticos, principalmente buchas. “Buscamos inovação por meio de pesquisa e encontramos uma patente vencida na Europa que no Brasil era pouco difundida, mas a bucha apresentava problemas de quebra após sua instalação, apesar da utilização da matéria-prima idêntica à utilizada na Europa”, explicou ele. A solução proposta pela equipe do Prumo se baseou na realização de análises físico-químicas e permitiu identificar a formulação correta para alterar o processo produtivo e tornar o produto confiável.

O primeiro atendimento do IPT aconteceu em 2005, em um momento em que o quadro da empresa se resumia a cinco profissionais; hoje, em 2015, são 30 empregados, e outros contratos se seguiram para o desenvolvimento de mais produtos, além da procura por novas ferramentas de apoio como o atual projeto pelo Progex voltado à exportação para Europa e EUA. “Saímos do patamar de produção de uma bucha convencional para uma bucha de valor agregado. É fundamental o empresário buscar esta vantagem competitiva”, afirmou ele. “Quando se envolve o nome do IPT, a empresa ganha credibilidade no Brasil e no exterior”.

“A inovação deve ser o caminho de todos e ela é necessária para o empresário chegar ao mercado externo. No momento em que todos os setores industriais passam por dificuldades no mercado interno, é o comércio exterior que responderá pela sua sustentação e longevidade. Em fevereiro deste ano, embarcamos 2.655 equipamentos para a Etiópia, o maior pedido embarcado da Fanem de uma única vez, no total de 189 toneladas de equipamentos”, afirmou Rodrigues. “Não existe outro caminho no Brasil: a saída é investir em qualidade e em produtividade”, completou Guimarães.

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