Erosão em Ituverava

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O município de Ituverava, situado na região nordeste do Estado de São Paulo, integra um grupo de cidades que é beneficiado por condições geológicas, geomorfológicas e pedológicas (de solo) favoráveis, o que a deixa fora do eixo mais suscetível a processos erosivos. A erosão decorre das condições físicas do solo, mas também do uso que dele é feito, pois práticas que geram maior exposição do terreno às precipitações acentuam os problemas ambientais, levando à perda de áreas produtivas. Desmatamento, atividades agrícolas e obras de infraestrutura podem favorecer a ocorrência de erosão, acarretando também danos ao meio ambiente, se não forem acompanhadas das devidas ações preventivas.

Uma equipe multidisciplinar do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou durante dez meses um trabalho que buscou diagnosticar os processos erosivos lineares (ravina e boçoroca) no município, tanto em sua área urbana quanto no meio rural. O serviço foi solicitado pela prefeitura de Ituverava por intermédio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem) da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.
Serviço de campo realizado pelos técnicos do IPT em Ituverava
Serviço de campo realizado pelos técnicos do IPT em Ituverava
Fizeram ainda parte do escopo do trabalho a avaliação do barramento que forma um lago no perímetro urbano de Ituverava, assim como o georreferenciamento de suas estradas vicinais.

As características do meio físico (geológicas, geomorfológicas e pedológicas) de Ituverava apresentam baixa suscetibilidade para a ocorrência de processos erosivos. Foram identificados apenas dois pontos de erosão no município, ambos na zona rural; na área urbana, nenhum processo erosivo significativo que coloque a população em risco foi levantado. Ituverava conta ainda com outra vantagem: no meio rural já existe uma forte preocupação com o manejo da cana-de-açúcar, que responde por 80% do uso e ocupação do solo local. Os produtores empreendem medidas preventivas que garantem a redução da ocorrência de novas erosões, assegurando assim a preservação das áreas produtivas. 

Segundo Zeno Hellmeister Jr., do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, os pesquisadores realizaram um amplo trabalho de campo e elaboraram os mapas de reconhecimento pedológico, de declividade, de suscetibilidade à erosão e também de uso e ocupação do solo para chegar ao diagnóstico. Esses levantamentos foram necessários para subsidiar a elaboração do mapa de áreas potenciais à produção de sedimentos. Como ferramenta tecnológica foi utilizado o georreferenciamento por meio do Sistema de Informação Geográfica – SIG, que permite precisão na identificação e análise dos pontos.

De acordo com Claudio Luiz Ridente Gomes, também do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, o trabalho é importante pois ajuda o município a melhor organizar seu crescimento: “O mapeamento feito mostra para onde o município pode se expandir, que é na direção dos lugares menos suscetíveis, constituindo um instrumento essencial para o planejamento urbano da cidade”.

Na avaliação do barramento, lago que é utilizado como área de lazer na cidade, o IPT identificou alguns processos erosivos iniciais, recomendando medidas para recuperar esses pontos, assim como a análise da estabilidade da barragem. A última parte do trabalho constituiu-se no mapeamento das estradas vicinais do município, muitas delas confundidas com os acessos criados pela abertura de talhões (campos) para plantio de cana-de-açúcar. Cada trecho foi identificado e avaliado em função da capacidade de suporte e das condições de rolamento e aderência.

O relatório do trabalho também indica medidas para futuras intervenções nos pontos de erosão e recomenda ações para o manejo sustentável da cana.

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