Cadastro de erosões e inundações

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O estado de São Paulo sofre com dois graves problemas ambientais: a região oeste, devido ao solo arenoso, é alvo de erosões, enquanto a região leste, principalmente devido à geomorfologia, sofre com inundações. Para diagnosticar os problemas, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), contratou o IPT para realizar o mapeamento de todo o estado, identificando municípios com erosões em áreas urbanas e rurais e inundações em suas áreas urbanas.

Por meio de imagens de satélite, pesquisadores cadastraram aproximadamente 39 mil erosões rurais e 1.400 erosões urbanas
Por meio de imagens de satélite, pesquisadores cadastraram aproximadamente 39 mil erosões rurais e 1.400 erosões urbanas
O projeto durou pouco mais de um ano e mapeou 645 municípios e 385 distritos. Por meio de imagens de satélite, pesquisadores cadastraram aproximadamente 39 mil erosões rurais e 1.400 erosões urbanas. Dessas ultimas, aproximadamente mil foram visitadas pelos pesquisadores. Vinte profissionais do Instituto, dentre pesquisadores, técnicos e estagiários, compuseram a equipe que participou do trabalho. As erosões foram detectadas por meio de fotografias aéreas dos anos de 2010/2011, disponibilizadas pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) por meio do projeto Mapeia SP.

Para a análise de inundações, as cartas topográficas do IBGE na escala de 1:50.000 foram utilizadas para identificar os municípios próximos ou cortados por algum córrego ou drenagem, que entraram para a lista de áreas suscetíveis à inundações. Os municípios dessa lista foram visitados e outras informações foram colhidas para compor o cadastro de inundações. “Utilizamos informações obtidas com a população dos locais e elaboramos formulários para as equipes das defesas civis municipais preencherem, além de consulta no Sistema Estadual de Defesa Civil. Em alguns casos, consultamos também jornais locais de veiculação online”, afirma o pesquisador Samuel Barsanelli Costa, do Centro de Tecnologias Geoambientais

Após a detecção de todos os problemas, as erosões foram caracterizadas em níveis de criticidade ‘baixa’, ‘média’, ‘alta’ e ‘muito alta’. “Obtivemos como produto final um mapa de criticidade que servirá para os comitês de bacia identificarem onde há uma maior necessidade de investimento”, declara Gerson Salviano Almeida Filho, também pesquisador do Centro de Tecnologias Geoambientais e coordenador do projeto. O cadastro ainda detalha as principais características dos processos erosivos (boçorocas e ravinas) e apresenta algumas tipologias de obras, como forma de orientar as prefeituras na solução do problema.

O trabalho dos profissionais do IPT vem rendendo bons frutos. A Bacia do Peixe, localizada no Planalto Ocidental Paulista, foi a região onde foi detectado o maior número de erosões, e se tornou tema de um projeto de capacitação dentro do Instituto. A região ainda será alvo da publicação de um livro que está sendo coordenada pelo pesquisador Samuel Barsanelli Costa.

HISTÓRICO – O IPT já havia realizado um projeto semelhante em 1985, chamado ‘Orientações para o combate à erosão no Estado de São Paulo’. Em vista de um menor desenvolvimento tecnológico disponível na época, foram utilizadas fotografias aéreas de 1972 e um total de 700 erosões urbanas e 7.000 rurais foram identificadas. O produto final também contou com um mapa de suscetibilidade à erosão do estado que, até os dias atuais, é utilizado como subsídio ao planejamento territorial.
 

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