Um estudo apresentado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) traz uma proposta inovadora de abrigos temporários para pessoas afetadas por catástrofes naturais, com fornecimento de energia utilizando células de hidrogênio. O projeto é o resultado da dissertação do Mestrado Profissional em Habitação defendida no IPT pelo arquiteto Luiz Massi Júnior.
O trabalho propõe uma vila de 24 abrigos com capacidade para seis pessoas cada, montados em uma área que esteja a salvo de novas tragédias. A inovação está na Unidade Móvel de Infraestrutura (UMI) – uma adaptação do ônibus brasileiro a hidrogênio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) – para fornecer eletricidade e infraestrutura de banheiros e lavanderia aos moradores da comunidade.
A solução proposta por Massi Júnior aproveita a geração de energia limpa por célula de combustível a hidrogênio do próprio ônibus e a mobilidade do equipamento, facilitando a operação do abrigo. “Considerei a eficiência energética, a mobilidade, a emissão zero de poluentes e a originalidade da proposta, além de evitar a construção de edificações auxiliares para as instalações sanitárias, responsáveis por características indesejáveis como espaços ociosos e investimentos públicos sem retorno, após a desocupação da área”, afirma ele.
Cada abrigo tem nove metros quadrados e tem suas paredes formadas com um isolante térmico de ótima eficiência. O forro é constituído de placas e uma cobertura curva de tecido impermeável armada em estrutura metálica, trazendo inclusive benefícios estéticos à proteção do local contra intempéries. Sem encanamentos ou instalações sanitárias, a água potável para consumo e preparação de alimentos é provida através de galões. Há, ainda, uma lâmpada de LED iluminando o local e duas tomadas de 110 volts. Cada ‘casa’ custa cerca de R$ 12,5 mil. “Trata-se de um projeto com caráter emergencial, que permitirá participação financeira de recursos de doações e trabalhos voluntários”, acrescenta Massi Junior.
Cada abrigo pode ser montado e desmontado pelos próprios moradores e os componentes podem ser transportados facilmente. A proposta prevê que cada ocupação dure de seis meses a um ano, porém foi concebida com materiais que ofereçam resistência suficiente para períodos maiores de uso. “Considerando essa hipótese, o projeto cumpre a sua função primordial de proporcionar abrigo, mas vai além ao agregar valor ao projeto, por possuir características arquitetônicas que possibilitam o reestabelecimento das relações espaciais e emocionais, que se assemelham às vividas em uma residência”, descreve o pesquisador.
O projeto vai além das questões técnicas envolvidas no estabelecimento dos acampamentos e aborda os aspectos sociológicos. “No Brasil, assim como em outras regiões do mundo, as soluções adotadas para abrigar as vítimas desalojadas por desastres naturais em caráter emergencial são precárias e desumanas”, afirma ele.
Para Massi Júnior, a perda da casa e as consequências da desestruturação familiar em decorrência desses desastres vão além do impacto financeiro e atingem o estado de desorientação do indivíduo afetado e de perda de sua identidade social: “São perdas que desconfiguram todo o referencial de lar e a reconfortante sensação de territorialidade contida naquelas edificações que desmoronaram, ou foram invadidas e destruídas pelas inundações”.
O trabalho propõe uma vila de 24 abrigos com capacidade para seis pessoas cada, montados em uma área que esteja a salvo de novas tragédias. A inovação está na Unidade Móvel de Infraestrutura (UMI) – uma adaptação do ônibus brasileiro a hidrogênio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) – para fornecer eletricidade e infraestrutura de banheiros e lavanderia aos moradores da comunidade.
A solução proposta por Massi Júnior aproveita a geração de energia limpa por célula de combustível a hidrogênio do próprio ônibus e a mobilidade do equipamento, facilitando a operação do abrigo. “Considerei a eficiência energética, a mobilidade, a emissão zero de poluentes e a originalidade da proposta, além de evitar a construção de edificações auxiliares para as instalações sanitárias, responsáveis por características indesejáveis como espaços ociosos e investimentos públicos sem retorno, após a desocupação da área”, afirma ele.
Cada abrigo tem nove metros quadrados e tem suas paredes formadas com um isolante térmico de ótima eficiência. O forro é constituído de placas e uma cobertura curva de tecido impermeável armada em estrutura metálica, trazendo inclusive benefícios estéticos à proteção do local contra intempéries. Sem encanamentos ou instalações sanitárias, a água potável para consumo e preparação de alimentos é provida através de galões. Há, ainda, uma lâmpada de LED iluminando o local e duas tomadas de 110 volts. Cada ‘casa’ custa cerca de R$ 12,5 mil. “Trata-se de um projeto com caráter emergencial, que permitirá participação financeira de recursos de doações e trabalhos voluntários”, acrescenta Massi Junior.
Cada abrigo pode ser montado e desmontado pelos próprios moradores e os componentes podem ser transportados facilmente. A proposta prevê que cada ocupação dure de seis meses a um ano, porém foi concebida com materiais que ofereçam resistência suficiente para períodos maiores de uso. “Considerando essa hipótese, o projeto cumpre a sua função primordial de proporcionar abrigo, mas vai além ao agregar valor ao projeto, por possuir características arquitetônicas que possibilitam o reestabelecimento das relações espaciais e emocionais, que se assemelham às vividas em uma residência”, descreve o pesquisador.
O projeto vai além das questões técnicas envolvidas no estabelecimento dos acampamentos e aborda os aspectos sociológicos. “No Brasil, assim como em outras regiões do mundo, as soluções adotadas para abrigar as vítimas desalojadas por desastres naturais em caráter emergencial são precárias e desumanas”, afirma ele.
Para Massi Júnior, a perda da casa e as consequências da desestruturação familiar em decorrência desses desastres vão além do impacto financeiro e atingem o estado de desorientação do indivíduo afetado e de perda de sua identidade social: “São perdas que desconfiguram todo o referencial de lar e a reconfortante sensação de territorialidade contida naquelas edificações que desmoronaram, ou foram invadidas e destruídas pelas inundações”.